MEMÓRIA WRC, Colin McRae: a história de (mais) um despiste à… McRae!

Colin McRae era quarto a mais de um minuto do terceiro lugar, e tinha cerca de 20 segundos de avanço para o concorrente que o seguia. Faltavam dois troços, era só levar o carro até ao fim e somar os pontos para si e para a equipa. Era o que faria qualquer piloto nesta situação, mas Colin McRae não era um piloto qualquer.

Três meses após ter perdido a possibilidade de lutar pelo título de Campeão do Mundo de 2001, Colin McRae voltou a não evitar um aparatoso despiste que, embora não tenha acarretado consequências físicas para piloto e navegador, não deixou o Ford Focus WRC oficial na melhor das suas formas! Tudo aconteceu na penúltima classificativa do Rali da Córsega de 2002 (Coti Chiavari/Pietra Rossa, com 24 quilómetros de extensão).

A violência com que McRae se despistou obrigou-o a esperar largos minutos no interior do Focus até ser possível extraí-lo de lá, já que a carroçaria não resistiu ao impacto. Devido a este acontecimento, Gilles Panizzi teve que esperar mais algum tempo antes de poder completar a “especial” e o Colégio de Comissários Desportivos viu-se obrigado a atrasar o início da derradeira classificativa em mais de 40 minutos.

Quem não ficou nada satisfeito foi Malcolm Wilson que viu, uma vez mais, esfumarem-se preciosos pontos para o Mundial de Marcas, valendo na ocasião o oitavo posto de Markko Martin, que conseguiu valer um – quem sabe, importante – ponto, a juntar aos três de Carlos Sainz.

Recorde-se que já em 2000, também na Córsega, McRae tinha-se despistado com violência, com o Ford Focus WRC a capotar por seis vezes antes de embater contra uma árvore e de parar cerca de seis metros abaixo do nível da estrada.

O escocês ficou bloqueado no interior do carro, quase inconsciente, e quando a equipa médica chegou ao local, já McRae tinha perdido consciência. Com várias contusões, o piloto escocês foi então evacuado de ambulância e transportado de helicóptero para o hospital de Bastia, onde lhe foi diagnosticado um traumatismo no sobrolho esquerdo e um hematoma num pulmão.

Como bem sabemos, Colin McRae nunca foi um piloto de aprender com os erros.

Por isso mesmo é que ainda hoje, 15 anos depois da sua morte, continua a ter a mesma legião de fãs..