Andreas Mikkelsen vai fazendo umas provas enquanto espera por 2018…

O ex-piloto da Volkswagen, Andreas Mikkelsen vai regressar ao WRC para correr novamente com um Skoda Fabia R5 no Rali da Córsega. De resto, tanto o norueguês como os seus agentes, da Even Management, negam informações postas a circular que Mikkelsen alega ter sido a FIA que lhe terá ‘bloqueado’ a possibilidade de correr com a versão de 2017 do Polo WRC. Erik Veiby, da even, disse que “Nem o Andreas ou nós culpamos a FIA pela não homologação do Polo. Todos sabemos as razões do carro não ter sido homologado. O que o Andreas disse foi que a situação foi como um murro na cara, não que a FIA seja culpada”.

Como tudo se passou…

O Volkswagen Polo WRC 2017 estava pronto para dar à chave nas instalações da VW MotorSport, mas para que isso acontecesse era preciso que as quatro equipas do WRC aceitassem que um carro que não participa no Mundial de Ralis a tempo inteiro os pudesse bater. Era esse o único problema que as equipas enfrentam, e se uns até encolhiam os ombros, houve quem tivesse sido totalmente contra.

Ninguém duvidava que se os quatro chefes de equipa do atual WRC, Malcolm Wilson (M-Sport) Michel Nandan (Hyundai), Yves Matton (Citroën) e Tommi Makinen (Toyota) tivessem a certeza que o Polo WRC 2017 “não andava”, pouco lhes importaria se os carros correriam ou não. Mas depois de quatro anos de total domínio, totalmente merecido, porque tiveram bons carros, os melhores pilotos e a melhor equipa, agora, com a sua saída, é a vez doutros brilhar, e haver a ínfima possibilidade de um VW poder redirecionar as luzes da ribalta nesta altura não “cabia na cabeça” de pelo menos três deles, se bem que um deles não tenha sequer dito “Nim”.

Para a Volkswagen homologar o seu World Rally Car de 2017 só era preciso alguma burocracia, que demorava minutos, portanto, por aí estava tudo tratado, mas a FIA obrigava a que esta exceção de participar em algumas provas do Campeonato que os quatro Construtores atuais concordem, e isso não aconteceu. Simples!

Do lado da Citroën, Yves Matton disse que “Somos favoráveis à participação de carros adicionais no WRC mas é importante que respeitem alguns constrangimentos e o assunto seja justo para todas as equipas envolvidas. A FIA terá de garantir essa situação”. Palavras bonitas, mas que se devem ler nas entrelinhas. Nós ‘traduzimos’. “Por nós podem correr, mas não podem pontuar nem nos pilotos, e muito menos nos Construtores, e até era melhor que não aparecessem na classificação e que não nos tirem espaço na TV”. Basicamente, fiquem onde estão, na oficina.

Do lado da M-Sport, se não tens nada bom para dizer, nada digas. Malcolm Wilson não se mostrou sequer disponível para comentar. Do lado da Hyundai, Michel Nandan meteu com toda a força o dedo na ferida e disse o que Matton não quis dizer: “Os Construtores têm que se comprometer para todo o WRC e se a VW quer entrar apenas em algumas provas, os pilotos vão retirar pontos aos outros, mesmo que nos Construtores não pontuem. O ano passado, a Volkswagen insurgiu-se contra o facto da Citroën poder fazer alguns ralis (ndr, e venceu dois, dos mais importantes, Portugal e Finlândia) e agora estão a pedir o mesmo que recusaram aceitar o ano passado!” Do lado da Toyota, Tommi Makinen disse à FIA que por eles tudo bem, a VW pode correr em alguns ralis. Portanto, agora Mikkelsen tem que esperar pelo menos até ao próximo ano, quando Nasser al-Attiyah e o Qatar (ou outros quaisquer) meterem de pé uma equipa que participe em todas as provas.