Um Lancia Delta Integrale muito especial

Entre todos os Lancia Delta Integrale presentes no Caramulo (e havia muitos!), um chamava particular atenção: tratava-se da unidade que pertenceu à equipa Jolly Club e com que Didier Auriol fez apenas dois ralis – Sanremo e Austrália – em 1991, ganhando mesmo a prova italiana. Nessa altura, o carro italiano tinha as cores da Fina, mas atualmente ostenta a decoração das cores oficiais da Martini uma vez que foi também construído nas mesmas instalações onde eram fabricados os carros oficiais na década de 90.

Mário Pais de Sousa, o seu atual proprietário, contou a história do carro desde que chegou a Portugal: “o carro veio para Portugal para ser guiado por João Santos, que era cunhado do Nini Russo, um dos principais elementos na altura da equipa oficial Lancia. Na altura, o que combinei com o João foi que eu patrocinava-o, com a Vulcano, e no final, ele devolvia-me o carro. E assim aconteceu. Depois disso, o Lancia esteve parado bastante tempo e demorou cerca de três anos a ser restaurado. A parte de chapa foi arranjada em Portugal mas toda a mecânica (incluindo motor e caixa) foi recuperada pela equipa Astra, em Itália e por alguns dos mecânicos que integravam a equipa oficial da Lancia Martini na altura.

De resto, os mesmos mecânicos que, agora, uma vez por ano, se deslocam a Portugal, especificamente para o afinar, depois Auriol se ter voltado a sentar e guiar o carro numa das últimas edições do Motorshow do Porto e ter referido que estava bom mas… precisava desafinado!”. Particularidade interessante do carro é também estar dotado de uma caixa de velocidades usada na versão Safari ou especialmente adaptada para troços de extensão superior a 40 km com uma bomba de óleo e um segundo radiador específicos. Curioso também é saber que a matricula do Integrale 16 V é italiana e o seu proprietário paga os devidos impostos do carro em Italia. Quanto? Isso é segredo!