O Mourinho dos automóveis!

Por a 18 Julho 2013 12:11

A analogia com José Mourinho não é um exagero, também há outro “Special One” português, mas este nos automóveis. Ele é “só” o treinador de algumas das maiores esperanças do automobilismo mundial e dois dos seus pilotos estão mesmo a participar na única sessão de testes de Fórmula 1 desta temporada reservada a rookies. Sim, na pista britânica de Silverstone, as cores nacionais não estão apenas representadas por António Félix da Costa, mas também pelo treinador de pilotos Nuno Pinto e pela sua empresa (também portuguesa) WinWay.

Ao contrário do jogador José Mourinho, o piloto Nuno Pinto teve até um percurso marcado por alguns sucessos em competições nacionais. Já enquanto treinadores, os dois começaram a carreira ainda antes de cumprirem 30 anos de idade, mas enquanto José Mourinho foi campeão nacional, pela primeira vez (no FC Porto), aos 40 anos, Nuno Pinto saboreou o champanhe do seu primeiro sucesso aos… 34 anos! As diferenças que os separam vão ainda para além dos 15 anos de diferença. José Mourinho tem 50 e Nuno Pinto 35 anos. Um é de Setúbal e o outro é de Lisboa. Um é o treinador mais bem pago do mundo e trabalha por conta de outrem e o outro é um dos poucos treinadores que existem no universo do desporto automóvel e trabalha por… conta própria. Nuno Pinto é também o acionista principal e o gerente da WinWay – Intensive Driver Development Program, a empresa portuguesa que treina os pilotos.

Nuno Pinto, não deixa de ser curioso, admite uma “imensa admiração” por José Mourinho. “Ele é um exemplo para todos os portugueses: na frontalidade, na capacidade de liderança, no profissionalismo, na dedicação, nos sucessos. Eu só lamento que tenha tido uma passagem tão curta pelo Benfica, o clube do meu coração. Um dia gostava de ter a oportunidade de o conhecer. Talvez ganhe coragem para o convidar a assistir a uma corrida… Mas se esse será um dia marcante para Nuno Pinto, o de hoje não o é menos. Afinal, dois dos pilotos treinados pela WinWay estão em acção na pista de Silverstone, na única sessão de testes de Fórmula 1 reservada a rookies. “É um motivo de grande alegria e orgulho para a WinWay. O projecto foi formalmente constituído em 2010 e, em apenas três anos, chegamos com dois pilotos à disciplina máxima do desporto automóvel. É verdadeiramente fantástico! É verdade que, para os pilotos que treinamos, sempre tivemos a Fórmula 1 como objectivo, mas sendo um meio tão exclusivo e tão reservado, é claro que tínhamos dúvidas da altura em que o íamos conseguir . Esta é uma disciplina muito competitiva, mas temos legítimas aspirações em colocar um piloto Mundial de Fórmula 1 “.

Pelo facto da WinWay ser uma empresa nacional, não deixa de ser curioso que não treine um único piloto nacional. “Infelizmente não trabalhamos com nenhum piloto português. A conjuntura económica poderá servir de justificação, uma vez que, a seguir ao António Félix da Costa, há um vazio geracional que, a curto prazo, dificilmente será preenchido. No entanto, por razões óbvias, claro que, um dia, a WinWay gostaria de levar um piloto nacional ao topo do automobilismo “. Por agora, os pilotos WinWay com a Fórmula 1 a um passo são o espanhol Daniel Juncadella e o holandês Robin Frijns. No “Rookie Days” de Silverstone, o primeiro está a evoluir aos comandos de um Williams-Renault e o segundo num Sauber-Ferrari. “São dois dos nossos pilotos que vêm premiado o seu talento, trabalho e dedicação. Só um grupo muito restrito

consegue ter uma oportunidade na Fórmula 1 e os dois já estão a ter essa oportunidade. O Dani (Juncadella) aos 22 e o Robin (Frijns) aos 21 anos. Os dois são, sem dúvida, talentos de excepção, mas tiveram a capacidade e a humildade de perceberem que poderiam evoluir ainda mais com a ajuda de um treinador e de uma estrutura como a da WinWay. Por isso, estamos também orgulhosos de os termos acompanhado até aqui “.

E, em Silverstone, Nuno Pinto é a “sombra” dos dois jovens pilotos, fazendo com eles o reconhecimento da pista a pé, analisando a telemetria, discutindo as melhores trajectórias e pontos de travagem e até controlando a preparação física, mas também a alimentação dos seus atletas.

Até ao dia de hoje, são vários os títulos e as vitórias conquistadas por pilotos treinados por Nuno Pinto no automobilismo ao mais alto nível. Nos primeiros anos, acumul ou a carreira com a gestão hoteleira, mas em finais de 2009 o potencial encontrado levou-o a constituir a WinWay (em conjunto com o amigo Nuno Cabral), oferecendo serviços específicos que raramente estavam à disposição de pilotos: “Senti necessidade de prestar um serviço ainda mais profissional e foi assim que nasceu a WinWay. Uma estrutura criada com o intuito de apoiar os jovens pilotos na progressão das suas carreiras no deporto automóvel, oferecendo um leque de serviços mais abrangente

do que o tradicional “manager” ou agente. Daí que a nossa grande aposta seja o“coaching” e a formação, com um apoio directo aos pilotos em pista. Na generalidade dos desportos os atletas de elite são treinados e acompanhados pelo seu treinador e eu não percebia por que razão os automóveis eram uma excepção.

Hoje, é esse o serviço que prestamos. A WinWay acompanha os seus pilotos na totalidade das provas, mas também em diversas actividades complementares, fora dos períodos de competição em pista “. Exemplo disso mesmo é o facto dos dois pilotos que estão a testar os Fórmula 1, em Silverstone, terem acompanhamento total: “Desde 2010 – e no caso do Dani até desde mais cedo – nenhum deles participou numa corrida ou teste sem a presença da

WinWay! Ou seja, desde que saíram dos karts e se estrearam nos monolugares, todos os passos foram dados com o nosso apoio “.Para além do “coaching”, a WinWay oferece os tradicionais serviços de management, gestão de imagem, aconselhamento e apoio na angariação de patrocínios , embora Nuno Pinto reconheça que “o grande foco da empresa está, sem dúvida, na melhoria da performance dos pilotos em pista e no potenciamento das suas qualidades como atletas de alta competição, partilhando toda a experiência acumulada ao longo de duas décadas no desporto automóvel “.

Sendo o desporto automóvel e a Fórmula 1, em particular, uma modalidade tão exclusiva e competitiva, não deixa de ser notável que uma empresa nacional, com apenas três anos de actividade, consiga levar dois dos seus pilotos à Fórmula 1 –apenas quatro portugueses conseguiram, até hoje, esse feito: Nicha Cabral, Pedro Matos Chaves, Pedro Lamy e Tiago Monteiro. “Estamos, naturalmente, satisfeitos e orgulhosos. Estarmos estes dias no seio da Fórmula 1 demonstra que estamos a fazer bem o nosso trabalho. Hoje, somos conhecidos e respeitados nos “paddocks” de todo o mundo. Os convites da Williams-Renault e da Sauber-Ferrari só nos dão ainda mais motivação para o futuro “.

Prestando este tipo de serviços a pilotos, a WinWay acabou naturalmente por ser recrutada por equipas, como são exemplo a italiana Prema Powerteam e a inglesa Fortec Motorsports, duas das mais experientes e bem sucedidas estruturas das categorias antecâmara da Fórmula 1. Quanto a recursos humanos, são três os elementos que integram a WinWay: Nuno Pinto, Pieter Belmans e, desde esta época, Francisco Villar. “Uma estrutura reduzida, que obriga a que cada um acumule muitas milhas e horas de voo por ano, mas que permite manter um nível de serviço de acordo com o que preconizamos para o projecto “.

Principais resultados WinWay:

2009 Vice-Campeão Fórmula BMW Europa – Daniel Juncadella

2010 Campeão Fórmula BMW Europa – Robin Frijns

2011 Campeão Fórmula Renault 2.0 Europa – Robin Frijns

2011 Vencedor Fórmula 3 Intercontinental Cup / GP Macau F3 – Daniel Juncadella

2012 Campeão Fórmula 3 EUROSERIES + FIA F3 European CUP + Masters Zandovoort – Daniel Juncadella (primeiro piloto na história a ganhar todos os títulos de F3 num prazo de 1 ano – Macau, Masters e Campeonato da Europa)

2012 Campeão World Series by Renault – Robin Frijns (o primeiro piloto a ganhar 3 títulos consecutivos, em 3 fórmulas de formação. Uma proeza que nunca foi alcançada por pilotos como Senna, Schumacher, Hamilton ou Vettel).

2013 Vencedores de provas na GP2 (Robin Frijns) e Pódio no DTM em Norisring (Daniel Juncadella).

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