ETCR: Possibilidade de seis construtores para estreia em 2020

Enquanto o TCR continua a crescer e está cada vez mais sólido, o futuro começa a tomar forma e o projecto ETCR vai dando passos largos rumos à estreia.

A nova proposta da WSC Technology, que consiste em carros de turismo 100% eléctricos, foi oficialmente apresentada em Barcelona e o optimismo à volta desta competição é grande, como afirma Mauricio Slaviero Campos, CEO da WSC Technology, que acredita ser possível ter seis marcas em pista no arranque do novo campeonato:

“Temos fabricantes de vários continentes “, disse ele ao e-racing 365. “Acho que é muito possível conseguir até seis fabricantes. Não quero dizer que é um objectivo ou algo que vai acontecer, mas é muito possível. Não consigo  imaginar ter menos de quatro construtores. Nós não vamos ter menos de quatro, com certeza.

Para já apenas a Seat, com a sua subsidiária Cupra, está confirmada com o lançamento da sua proposta, o Cupra e-Racer a servir de cartaz para este novo campeonato. A Seat também esteve desde início com o TCR e quer agora fazer o mesmo com o ETCR.

Esperam-se anúncios de outras marcas em  breve o que poderá ajudar a definir melhor o que poderá ser o ETCR a curto prazo.

O plano passa por fazer do ETCR um campeonato a nível internacional, seguindo as pisadas do WTCR. O objectivo passa por repetir os passos do TCR na versão eléctrica começando com uma aposta internacional e depois olhando para os mercados nacionais :

“Vai ser uma série internacional, com corridas na Europa, na Ásia e talvez na América”, explicou Slaviero Campos. “Será um campeonato mundial. A ideia depois é começar a ter séries regionais e locais também. O plano seria, talvez dois anos após o início do campeonato mundial, começar séries regionais na Europa e na Ásia, e talvez também na América. Depois disso, um ou dois anos depois fazer até campeonatos locais. Por que não ter um campeonato britânico, ou italiano? Essa é a ideia. O nosso principal objectivo é ter o mesmo conceito que temos no TCR no ETCR.”

O caminho da electrificação do desporto motorizado continua de forma mais ou menos constante. A criação do ETCR é uma ideia inteligente… pegar num conceito de sucesso e aplicá-lo numa competição 100% eléctrica. Os grandes construtores actuais de carros TCR terão, por certo, todo o interesse em apostar neste tipo de competição. A Audi tem apostado forte na Formula E, a Honda não quererá deixar passar a oportunidade de aproveitar a sua tecnologia para aplicar em competição, a Peugeot retirou-se do WRX por pressentir um passo atrás na electrificação, pelo que a lógica diz que serão parte interessada e a Seat já está nesse barco. A Hyundai também já mostrou interesse pelo que parece que as principais marcas do TCR estarão com ideias de apostar neste conceito.

Ao nível da performance, espera-se que este tipo de carros possam equivaler os TCR actuais. Os carros terão 680 cv de potência mas como serão mais pesados, por causa das baterias, as performances em curva serão menores. O carro compensa com o poder de aceleração e velocidade de ponta. Apesar dos 400 kg a mais o e-Racer consegue fazer 0 aos 100km/h em 3.2 segundos e 0 aos 200 km/h em 8.2 segundos.

No geral os responsáveis do Cupra e-Racer, o único carro do género a estar a ser desenvolvido para já, esperam ter performances semelhantes numa volta. Mas em corrida o aquecimento das baterias é um dos problemas a ser resolvido e a exigência nos pneus levará certamente a que o fornecedor de pneus tenha de apresentar uma solução mais durável do que as actuais.

Resta saber quais os custos associados a este tipo de competição. Os TCR têm sido um sucesso na maioria dos países em que foi introduzido por permitir competitividade a baixo custo. No caso dos eléctricos teremos de esperar mais um pouco para ver quais os valores envolvidos e como é que esses carros poderão ser introduzidos nas realidades mais pequenas dos campeonatos nacionais. O ETCR na sua forma internacional parece  ter potencial imediato, mas a aposta nas competições locais poderá demorar ainda. Uma coisa é certa… o futuro é eléctrico e disso não parece restar qualquer dúvida.