Ronnie Peterson morreu há 46 anos: O temerário

Ronnie Peterson (14-02-1944/11-09-1978) era o sueco voador da F1. O seu estilo era inconfundível: sempre de lado, sempre a fundo. A sua morte no dia a seguir ao GP de Itália deveu-se a um incrível erro médico.

Tímido e de boas maneiras, Ronnie Peterson tinha uma maneira muito sua de pilotar: quem assistiu então às suas corridas garante que, mal se ouvia o barulho do motor, sabia-se que era ele que lá vinha, mesmo antes do carro aparecer. Sempre a fundo, sempre de lado, sempre espetacular. È assim que hoje Ronnie Peterson é recordado. O que pouca gente se lembra é que ele foi protagonista de uma das primeiras situações de ordens de equipa a serem reportadas nos media: Colin Chapman decidiu que, em 1978, o campeão do Mundo seria Mario Andretti, mais velho e muito menos rápido que Ronnie Peterson. Contrariado, mas com a educação que o caracterizava, o sueco aceitou. Quando morreu, num hospital de Monza, já tinha decidiu deixar a Lotus no final desse ano.

Aqui, tempo para uma recordação pessoal. Lembro-me bem que, nessa altura, o AutoSport fazia uma apresentação cuidada das provas de F1. No número anterior ao GP de Itália, saiu um longo artigo sobre o bio-ritmo dos pilotos de F1 – nessa altura, descobrir o bio-ritmo era moda, chegando mesmo a emparelhar em sucesso com o horóscopo, apesar de dar mais trabalho, pois era preciso fazerem-se contas algo complexas. Pois bem: analisado o bio-ritmo de cada um dos pilotos de F1 que iram estar em Monza, descobriu-se que o que estava em condições físicas e mentais mais frágeis era Ronnie Peterson; escreveu-se mesmo que estaria propenso a acidentes graves naquela prova. Nunca mais esqueci este pormenor, tão trágico quanto irónico, pois de ciência exata o biorritmo nada tinha!

Ainda por cima, Ronnie Peterson morreu vítima de um crasso erro dos médicos, que não perceberam a infeção do sangue por embolia gordurosa, proveniente das fraturas que o sueco tinha nas pernas, os seus ferimentos mais graves.