Q&A com Franz Tost: “Acho que o Daniil (Kvyat) merece outra oportunidade…”
Quais são os fatores chave da próxima temporada?
Franz Tost (Diretor da Equipa): Eu poderia resumi-los em
três pontos principais: A equipa, o carro e os pilotos. O objetivo é sempre
melhorar para competir ao nível mais alto possível e neste inverno temos
trabalhado intensamente para trazer algumas mudanças organizacionais, o que
esperamos que ajude a suavizar algumas questões menos positivas que vivemos no
passado.
Analisámos todos os procedimentos internos de forma a otimizar os nossos pontos
fortes e minimizar os nossos pontos fracos.
Em comparação com outras equipas, a Toro Rosso conta com um menor número de
pessoas, mas as sinergias com a Red Bull Technology para as peças ‘não listadas’,
agora que a Aston Martin Red Bull Racing também será equipada com o motor Honda,
deixarão mais tempo para os nossos grupos de trabalho técnicos se concentrarem nos
detalhes. A atenção ao detalhe faz a diferença, e isso traduz-se em mais
desempenho…
Agora que a Red Bull Racing estará equipada com o mesmo motor Honda, haverá a possibilidade de realizar o projeto de sinergias que a Red Bull sempre se esforçou para ter? Pode explicar com maior detalhe a que se refere o projeto de sinergias e quais as vantagens que vê?
FT: Mateschitz decidiu comprar nossa equipa com a ideia de
educar os jovens pilotos do programa de jovens pilotos da Red Bull, e usar um
centro de tecnologia para fornecer experiência e peças para duas equipas.
E, na verdade, essa é a filosofia que seguimos até 2010, altura em que os
outros concorrentes no campeonato votaram por uma mudança de regras, que pôs
fim a esse projeto.
Na sequência desta decisão, a Scuderia Toro Rosso foi obrigada a criar as infraestruturas
necessárias para se tornar uma equipa de fábrica, capaz de conceber todas as
peças em sua casa.
Tivemos de contratar muito mais pessoas e, de cerca de 100 colaboradores na
altura.
Podemos agora contar com aproximadamente 400 pessoas, divididas entre as
fábricas de Faenza e Bicester (300/100). O projeto Sinergias vai permitir-nos
dar um passo em frente no desempenho, sem aumentar o número de pessoas; vamos
comprar algumas peças e ter mais ‘mentes’ e ‘mãos’ para desenhar e produzir
todas as outras.
Isto significa que a Red Bull Technology vai fornecer à Scuderia Toro Rosso exatamente as mesmas especificações usadas pela Aston Martin Red Bull Racing nesta época?
FT: Os componentes relativos à unidade motriz serão a mesma
especificação da Aston Martin Red Bull Racing, que vamos usar dentro dos
regulamentos.
A maioria das peças restantes que recebemos da Red Bull Technology serão
especificações do ano passado.
A Scuderia Toro Rosso, sendo uma equipa menor, não pode acompanhar o rápido
processo de desenvolvimento e produção que uma equipa maior consegue suportar.
Falando sobre o carro, você vê o STR14 como um passo à frente?
FT: Eu vejo. Temos pessoal técnico muito bom para acompanhar
o design interno, e a fiabilidade das peças do projeto de sinergia do ano
passado irá colocar-nos numa situação mais favorável para desenvolvermos mais
rapidamente durante a época.
Um elemento importante do carro é o motor. Como você avalia o progresso que a Honda fez durante o ano de 2018, e o que espera deles este ano?
FT: Foi uma grande decisão mudar para a Honda no ano passado
e a cooperação com eles tem sido incrível.
O passo em frente que deram em apenas um ano, reflete o enorme compromisso que
colocaram no projeto connosco.
O facto de também a Aston Martin Red Bull Racing ter concordado em ser
fornecida por eles dará um impulso adicional para melhorar ainda mais.
E agora os pilotos. O Daniil Kvyat de volta à equipa e o jovem Alex Albon estreia-se na Fórmula 1…
FT: Digo sempre que um jovem piloto precisa de dois a três
anos para compreender e apresentar resultados no complicado mundo da F1, mas o
Daniil mostrou a sua velocidade natural desde o início.
Quando a contingência exigiu a sua mudança para a Red Bull Racing, parecia que
ele podia estar pronto para o desafio.
Ele realizou algumas performances muito boas, mas o desempenho sob pressão é
sempre um desafio, agora podemos dizer que, em retrospetiva, era demasiado
cedo. Ele teve de viver um momento difícil quando se juntou a nós novamente em
2016 – foi psicologicamente difícil, mas nunca ninguém duvidou das suas
capacidades de pilotagem.
Acredito firmemente que ele merece outra oportunidade na Fórmula 1 e sinto que
o melhor ainda está para vir, da sua parte.
Ter tido tempo para amadurecer como pessoa longe das corridas vai ajudá-lo a
mostrar as suas inegáveis capacidades em pista, bem como a apoiar o Alex no seu
desenvolvimento como jovem piloto.
Alex terá muito que aprender, como qualquer estreante na Fórmula 1, mas
certamente provou estar nas categorias mais baixas como a Fórmula 3, GP3 e
especialmente na Fórmula 2, onde foi capaz de vencer corridas. Na segunda
metade do Campeonato de F2 do ano passado, ele impressionou com muitas manobras
de ultrapassagem e foi isso que nos convenceu, de que é o piloto certo para a
nossa equipa.
Com o Daniil do outro lado da boxe, tem um piloto experiente na F1 com quem vai
aprender muito, juntamente com o apoio da equipa que o rodeia. A Scuderia Toro
Rosso está ansiosa por 2019, já que com o Daniil e o Alex temos dois pilotos
jovens e competitivos.
Quais são as suas expectativas para 2019?
FT: Em relação ao nosso desempenho, como é sempre o caso
antes do início de uma época, é demasiado cedo para dizer, e não queremos
definir um objetivo específico, pelo menos agora. Tudo considerado, a qualidade
das sinergias com a Red Bull Technology, a crença no nosso alto nível de
conhecimento técnico interno, a impressionante trajetória de desenvolvimento
que a Honda tem mostrado até agora, e os dois jovens pilotos fortes que temos
disponíveis fazem-me sentir confiante de que vamos colocar-nos numa posição
forte, no meio do plantel, no campeonato.
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