GP dos EUA F1: Conseguirá Carlos Sainz aproveitar?

Por a 23 Outubro 2022 15:09

Uma vez mais, a Ferrari esteve em plano de destaque na qualificação, tendo Carlos Sainz conquistado a pole-position para o Grande Prémio dos Estados Unidos da América, mas a questão é se a formação de Maranello consegue manter o seu ataque à vitória e suster as investidas de Max Verstappen e da Red Bull.

Desde o regresso das férias que se tem assistido a um padrão ao longo dos fins-de-semana que têm levado ao sucesso consistente e inapelável da equipa de Milton Keynes e do piloto holandês – os carros de Maranello aquecem bastante depressa os pneus da Pirelli, o que lhes permite ser muito competitivos na qualificação, mas exigem em demasia das borrachas nas corridas, o que os deixa em desvantagem.

Em seis Grandes Prémios, os pilotos da Ferrari conseguiram quatro pole-positions, mas não conseguiram concretizar essa vantagem em nenhuma situação, tendo visto Verstappen conseguido cinco triunfos e Sérgio Pérez um.

No entanto, o Circuit of the Americas poderá ser uma oportunidade para a ‘Scuderia’ virar a situação a seu favor.

O traçado americano é exigente para os pneus, mas são sobretudo os pneus traseiros que sofrem, tendo algumas equipas até dificuldades em colocar as borrachas do trem dianteiro na temperatura correcta de funcionamento, curiosamente a equipa de Milton Keynes está neste grupo.

Este é o tipo de circuitos em que o F1-75 sempre se sentiu mais à-vontade e onde foi, em algumas situações, inalcançável para os Red Bull.

Para além disso, é esperada uma estratégia de duas paragens nas boxes, e aquela que deverá ser adotada pela generalidade das equipas será a que possa iniciar a prova de cinquenta e seis voltas com pneus médios e, depois, prosseguir para os dois ‘stint’ seguintes com borrachas duras.

Estes dois factos ajudam a Ferrari que, desta forma, terá uma corrida em que a gestão dos pneumáticos não é a maior preocupação da equipa e dos seus pilotos volta após volta.

O F1-75 é também mais simpático para os seus pilotos na passagem pelos ressaltos, que são muitos em Austin, o que permite uma corrida menos exigente fisicamente para Leclerc e Sainz, para além de ajudar na gestão dos pneus, uma vez que os constantes saltos provocam o seu sobreaquecimento.

Contudo, a formação de Maranello não estará na sua máxima força na corrida de Austin, uma vez que Charles Leclerc não estará na segunda posição da grelha de partida, como teria direito pelo seu tempo na qualificação, dado ter uma penalização de dez lugares que o atira para fora da contenção pelo triunfo.

Carlos Sainz tem vindo a mostrar ser um piloto de elevado nível, mas nem sempre tem evidenciado aquele pequeno extra que se verifica tanto no seu colega de equipa como Verstappen, o que poderá deixar a Ferrari em desvantagem frente à Red Bull, que tem Sérgio Pérez também penalizado, mas tem o Campeão do Mundo na primeira linha da grelha de partida.

Acresce a isso, o facto de o fim-de-semana de Austin se estar a mostrar muito ventoso, colocando os pilotos em situações difíceis, o que os obriga a uma grande capacidade de adaptação.

O espanhol nem sempre se mostra capaz de evidenciar esta qualidade, como se verificou em Barcelona, em que um golpe de vento o atirou para fora de pista, ao contrário do seu colega de equipa, que normalmente, consegue passar melhor por esses desafios.

Numa corrida em que o Safety-Car prima pela ausência, desde 2016 nunca foi utilizado, logo sem grandes golpes estratégicos, o Grande Prémio dos Estados Unidos da América é, provavelmente, a melhor oportunidade para a Ferrari vencer uma prova este ano, cabe a Sainz mostrar que é capaz de liderar a ofensiva da equipa em pista, o que nem sempre foi o caso em 2022.

Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
últimas Destaque Homepage
últimas Autosport
destaque-homepage
últimas Automais
destaque-homepage