GP do Canadá de F1: 5 histórias do paddock

Por a 21 Junho 2023 17:04

Foram muitas as conversas no paddock do Grande Prémio do Canadá, tendo os temas sido a Ferrari, emagrecimento e pneus e não só…

Alfa Romeo – F1 mas Le Mans no horizonte

A Alfa Romeo deverá continuar na Fórmula 1, mas uma entrada no Campeonato do Mundo de Endurance é uma possibilidade forte a médio prazo.

A marca de Arese termina este ano o seu acordo com a Sauber, uma vez que esta está sob crescente influência da Audi, que entrará na categoria máxima do desporto automóvel em 2026, mas Jean-Philippe Imparato pretende que o construtor transalpino prossiga num grande palco de automobilismo internacional.

A opção que parece estar a ganhar força é de a Alfa Romeo juntar esforços com a Haas, numa operação semelhante à que se verificou com a equipa de Hinwil.

No entanto, a formação americana não está aberta a ceder o seu nome à marca transalpina e tem já um patrocinador-título, a MoneyGram. Seria, portanto, uma sponsorização pura, podendo a equipa liderada por Guenther Steiner passar a ser conhecido oficialmente como MoneyGram Haas Alfa Romeo.

Esta seria uma opção a médio prazo, uma vez que o objectivo será que a marca italiana regresse a Le Mans em 2025 ou 2026, muito embora esta última data não faça já muito sentido, uma vez que o actual regulamento técnico tem validade até ao final de 2027, o que não permitiria à Alfa Romeo ter o tempo suficiente para ter retorno do investimento inicial.

Ferrari prepara-se, mas não cede

A novela de Laurent Mekies continua, com a Ferrari a começar a preparar-se para a saída do francês, mas sem dar autorização ao seu ainda director desportivo para seguir para a AlphaTauri.

A equipa de Faenza espera por Mekies para que este assuma a liderança da estrutura, mas a ‘Scuderia’, com contrato com o gaulês, não está disposta a deixá-lo sair, se a Red Bull não libertar dois engenheiros que têm já um acordo com a equipa de Maranello.

A Ferrari está a preparar-se para a saída do francês, tendo em Montreal, Diego Ioverno, um membro da equipa há longos anos, estado no ‘pit-wall’ para assimilar parte das funções de Mekies, cujo papel será dividido por duas pessoas.

O italiano assumirá as funções desportivas e organizativas, ao passo que outro nome será o responsável pelas questões políticas e pela relação com a FIA.

O francês deverá deixar o muro das boxes da Ferrari no Grande Prémio da Hungria, a penúltima prova antes da pausa de Verão, mas isso não significa que exista um acordo entre Frédéric Vasseur e Christian Horner para que Mekies seja libertado, estando o francês a jogar duro com o seu rival da Red Bull.

Pilotos preferem a Bridgestone

A Bridgestone está na corrida para assegurar o fornecimento de pneus às equipas a partir de 2025.

A Pirelli já apresentou a sua candidatura a manter-se como parceiro da Fórmula 1 para lá do seu atual contrato, mas ao contrário do que aconteceu no passado, desta vez terá a oposição dos japoneses, de acordo com os rumores que circulavam no paddock de Montreal.

A Bridgestone esteve na categoria máxima do desporto automóvel desde 1997 até ao final de 2010, tendo passado por uma guerra de pneus com a Goodyear e, depois, com a Michelin, tendo posteriormente o monopólio a partir de 2007.

A companhia nipónica pretende regressar e poderá ter o apoio dos pilotos, que têm vindo a ser sempre muito cíticos dos produtos da Pirelli, uma vez que estes apresentam um grande desgaste termal, o que impede que os homens atrás do volante ataquem consistentemente, tendo sempre que ter atenção às temperaturas.

A borrachas da Bridgestone eram mais resistentes ao calor, mas então os carros eram muito diferentes, mais leves e com menos apoio aerodinâmico, o que poderá ter um impacto grande nos produtos nipónicos.

Cura de emagrecimento

Os carros de hoje pesam 798 kg, com piloto e equipamento deste incluído, bastante mais do que nos tempos em que pesavam 605 kg, em 2009.

Mohammed Ben Sulayem considera que os monolugares de hoje são demasiado pesados e que deverá ser feito algo para que possam ser mais leves, muito embora esse não pareça ser uma tarefa fácil.

O aumento de peso da última década e meia deveu-se a introdução de dispositivos de segurança e das unidades de potência híbridas que são muito mais complexas, tendo ainda as baterias que, como se sabe, são bastante pesadas.

O futuro não augura nada de bom, uma vez que os V6 turbohíbridos que serão estreados em 2026 terão maior potência elétrica, que terá de ser armazenada numa bateria, ou baterias, de maior capacidade.

A ideia generalizada no paddock é que a próxima geração de carros será ainda mais pesada que a atual, mas James Allison e Dan Fallows apontaram uma sugestão para minimizar o problema – reduzir o peso mínimo para que sejam as equipas a trabalhar para que o peso desça…

Normalmente, a competição é um catalisador tremendo para que se alcance um objetivo, podendo este ser um caminho, caso a segurança não seja comprometida.

Teste da Pirelli ajuda Ferrari

A Ferrari teve em Montreal mais um fim-de-semana de altos e baixos, mas terminou o Grande Prémio do Canadá com alguma sensação de alívio, uma vez que os seus dois pilotos puderam recuperar de uma má qualificação e o SF-23 protegeu os pneus como ainda não se tinha vista este ano, dando a ideia de que o novo pacote técnico estreado em Barcelona foi um passo em frente.

Para esta subida de forma, segundo o que se falava no paddock do Circuit Gilles Villeneuve, terá sido importante o teste da Pirelli que a ‘Scuderia’ realizou no Circuit de Barcelona – Catalunya depois da prova espanhola, dado que, apesar de ser um teste de pneus, às equipas é permitido realizar algumas alterações na afinação dos carros por questões de segurança, tendo os técnicos da Ferrari mexido no seu monolugar devido ao ‘porpoising’, o que lhes terá permitido descobrir um novo caminho no ‘set-up’ da sua máquina.

Será ainda necessário confirmar se esta subida de forma está relacionada com a especificidade do circuito canadiano, mas os responsáveis de Maranello estão confiantes e foi dada ordem para acelerar o ritmo de desenvolvimento, sendo o plano gastar todo o budget alocado a esta área ainda antes da pausa de verão, o que significa que o derradeiro pacote de evolução será estreado em Monza

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