GP da Arábia Saudita de F1: 5 histórias que prometem passar pelo paddock

Por a 15 Março 2023 20:01

No próximo fim-de-semana disputa-se a segunda etapa da temporada do Campeonato do Mundo de Fórmula 1, o Grande Prémio da Arábia Saudita, e se se espera confirmações no campo competitivo, o paddock vai continuar em ebulição. Apresentamos cinco temas que consideramos poderem dominar as conversas.

Hamilton e as renegociações

Lewis Hamilton está sem contrato para o ano que vem!

Os mais distraídos podem achar que não existe qualquer anormalidade nesta situação, mas se atentarmos ao passado, verificamos que os piloto de ponta assinam um novo acordo muito antes de vislumbrarem o final do atual no horizonte, o que cria alguma estranheza no cenário em que o heptacampeão mundial se encontra atualmente.

O inglês já apontou que só se vê de Mercedes, uma ligação que mantém desde os seus 12 anos, mas o atual nível competitivo da equipa deixa muito desejar, sobretudo a um piloto que pretende bater mais um recorde e conquistar o seu oitavo título para juntar aos que já coleciona.

As questões que se levantam é o interesse de Hamilton em prosseguir na Fórmula 1 se não tiver qualquer possibilidade de lutar por títulos, quando já conta com 38 anos de idade.

A temporada de 2023 parece ser um ano perdido para a Mercedes, que insistiu num conceito que não é o mais acertado, e mudar toda a filosofia do seu monolugar poderá significar um grande atraso técnico que poderá não ser recuperado nos próximos dois anos.

A questão que se levanta é se Hamilton pretende passar por um período sem grandes possibilidades de conquistar títulos num momento em que se aproxima do final da sua carreira.

Ferrari e os despedimentos

Com apenas uma corrida realizada e pouco mais de três meses de gestão de Frédéric Vasseur, a Ferrari parece estar a entrar num espiral negativo que, como aconteceu por diversas vezes no passado, poderá levar a equipa mais famosa da Fórmula 1 para um longo período de pouca competitividade.

O SF-23 não mostrou a competitividade desejada em Sakhir e, pior ainda, problemas de fiabilidade afetaram o monolugar de Charles Leclerc, o que levou ao seu abandono, ficando Carlos Sainz a defender as cores da ‘Scuderia’, para terminar num desapontante quarto lugar ao ser batido por Fernando Alonso, na surpreendente Aston Martin.

Apesar de Vasseur colocar alguma água na fervura, nas semanas seguintes soube-se da saída de David Sanches, o responsável pelo desenvolvimento dos monolugares de Fórmula 1 da Ferrari, que deverá rumar à McLaren, tendo ainda surgido rumores na imprensa italiana de que Gino Rosato, que está na equipa desde 1991, abandonará Maranello e Jonathan Giacobazzi, também.

Giacobazzi ocupou vários cargos em Maranello desde 2013, tendo tido um papel operacional da equipa de corridas, porém, nenhum destes dois ocupava presentemente cargos desportivos na ‘Scuderia’, ao contrário do técnico francês, sendo principalmente ativos nos bastidores.

Surgem ainda rumores que dão como possível a saída de Laurent Meckies e outras individualidades próximas de Binotto.

A Arábia Saudita é a primeira oportunidade de confrontar Vasseur com a situação, tentado este desvalorizar a situação e evidenciar o rumo que pretende para equipa, algo que tentou fazer com algum sucesso numa entrevista à publicação francesa ‘Auto Hebdo’.

Arábia Saudita, os direitos humanos e os misseis

Este é o terceiro ano que a Fórmula 1 visita a Arábia Saudita e, à semelhança do sucedido nas duas primeiras ocasiões, os Direitos Humanos serão um seguramente um tema de conversa, isto para além da queda dos mísseis que caíram o ano passado perto do circuito de Jeddah durante os treinos-livres de sexta-feira.

Como se viu durante o Campeonato do Mundo de Futebol, os Direitos Humanos são um tema que é colocado em cima da mesa tanto por jornalistas como pelos intervenientes desportivos e, muito embora exista um regulamento da FIA que impede os pilotos de falarem abertamente sobre alguns assuntos mais incómodos, não é esperado que o tema não seja abordado na Arábia Saudita, um país com diversos problemas na área.

Mercedes e um conceito difícil

A Mercedes está em crise, essa é uma evidência!

O próprio Toto Wolff assumiu logo após a qualificação de Sakhir que a equipa tinha adoptado o caminho errado para o novo regulamento técnico e que era preciso voltar a atrás e encontrar uma nova estrada para que a formação dos ‘Flechas Negras’ reencontrem a competitividade.

Por sua vez, Lewis Hamilton não teve pejo em deixar escapar que a equipa não o ouviu quando concebia o W14, apresentando este erros para os quais o heptacampeão mundial tinha alertado os técnicos de Brackley.

Será difícil que os dois grandes protagonistas da Mercedes não sejam confrontados com estas questões ao longo do Grande Prémio da Arábia Saudita, vertendo, no caso do piloto inglês, no interesse que terá em continuar na equipa e na Fórmula 1.

Já Wolff, poderá ter de explicar se a saída de inúmeros técnicos ao longo dos últimos anos poderão ter tido um impacto na capacidade da Mercedes e se tem o potencial para sair do buraco competitivo em que está presentemente.

Red Bull e o futuro

A Red Bull teve um início de temporada de sonho no Bahrein, com os seus pilotos a monopolizarem a primeira linha da grelha de partida, para depois, na corrida, Max Verstappen e Sérgio Pérez assegurarem para a equipa uma dobradinha.

No entanto, nem tudo corre de feição no grupo da mais famosa bebida energéticas do mundo que, com o desaparecimento de Dietrich Mateschitz, tem agora um novo CEO, Oliver Mintzlaff, e presentemente, não basta um telefonema para o ‘dono daquilo tudo’ para desbloquear uma verba ou para tomar uma decisão que terá um impacto a médio, longo prazo.

Hoje, tudo tem um método muito mais corporativo, o que poderá levar a que a agilidade pelo qual a equipa de Fórmula 1 é conhecida seja erodida.

Porém, para já, é a AlphaTauri que está na berlinda, tendo corrido rumores de que poderia ser vendida ou deslocalizada. Estes foram desmentidos, mas mesmo a entrevista que Helmut Marko deu recentemente deixa algumas dúvidas quanto ao futuro da equipa que um dia nasceu como Minardi.

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