F1, Laurent Mekies: “só no próximo ano saberemos se recuperámos totalmente”

Por a 15 Outubro 2021 22:38

Laurent Mekies tem vindo a ganhar importância no seio da Ferrari, onde é o director desportivo, sendo hoje a segunda figura da equipa, apenas abaixo de Mattia Biniotto. O francês é, portanto, a pessoa certa para nos dar uma ideia do que vale a nova unidade de potência de Maranello e para percebermos qual a posição da “Scuderia” relativamente às Qualificações Sprint.

Que balanço faz das Qualificações Sprint, um formato que já foi usado em duas ocasiões?

Laurent Mekies: Penso que Silverstone e Monza correram muito bem neste novo formato de fim-de-semana. Acho que nos criou a todos num programa bastante mais intenso na sexta-feira e esperamos que tenha sido bem recebido pelos fãs na pista ou na TV, por isso, acho que é bom ter uma sexta-feira mais excitante, depois sábado, domingo. Claro, provavelmente, gostaríamos de ter tido um pouco mais de ultrapassagens, mas acho que no geral produz um fim-de-semana muito intenso e é, provavelmente – esperemos –, o que os fãs querem ver.

Que pistas poderão permitir usar este formato de uma forma mais interessante?

Laurent Mekies: Penso que, uma das coisas principais, é termos cuidado para fazê-lo numa pista onde existam possibilidades decentes de ultrapassagem, caso contrário, provavelmente, derrotamos o propósito. Mas teremos outro teste no Brasil. Se o fizermos em três pistas muito diferentes como Silverstone, Monza e Brasil, significa que poderemos estar razoavelmente confiantes de que poderemos alargá-lo (n.d.r.: o formato) a mais algumas corridas no próximo ano.

O Stefano Domenicali afirmou recentemente que no próximo ano teremos cerca de sete fins-de-semana com Qualificação Sprint. Está de acordo, uma vez que ainda temos um teste, em Interlagos, pela frente?

Laurent Mekies: Na Corrida de Sprint, penso que, como já viram muitas vezes, o feedback inicial é muito bom, por isso, já tivemos diversas discussões com a FIA e com a Fórmula 1 nos vários grupos. Interagimos com eles e demos feedback, por isso penso que é de esperar que o Stefano, no caso que mencionou, esteja a planear mais (n.d.r.: corridas sprint). O que partilhámos com ele, no entanto, é que vamos esperar pelo terceiro teste para percebermos se queremos ajustar o formato. Talvez modificar algumas coisas com base no feedback dos fãs será o que se pretende, mas penso que em termos gerais já estamos de acordo que este é um passo positivo para a categoria. Provavelmente, todos nós esperamos ter mais alguns no próximo ano.

Ainda não temos um calendário oficial, mas esperamos vinte e três corridas, um recorde. Porém, tantas provas colocará muita pressão sobre todos os que trabalham no paddock. Estão a colocar em andamento algum tipo de protocolos para ajudar os vossos colaboradores a ultrapassar um calendário tão extenso?

Laurent Mekies: Sim, vinte e três corridas será, acho eu, um grande calendário. Para responder às suas perguntas, sim, estamos a construir, temporada após temporada, um programa para a equipa de corridas, para ficar nas melhores condições possíveis e sim, adiciona-se item após item. Começamos pelo aspeto físico e, depois, entra no aspeto nutricional e, finalmente, eventualmente, olhamos para os aspetos mentais para ter a certeza de que as pessoas têm um bom equilíbrio e permanecem em boa forma e com boa capacidade anímica. Por isso, penso que todas as equipas vão inevitavelmente gastar cada vez mais energia para tentar manter o seu povo em boa forma para estes longos calendários, mas é algo que é muito bem abraçado por todos os envolvidos. Tenho certeza de que haverá mais passos na direção certa.

A primeira vez que houve três fins-de-semana consecutivos de provas toda gente se queixou e as equipas procuraram garantir junto da FOM que não se repetiria. Mas agora parece ser algo normal. Houve algum desenvolvimento que tornou a passagem por três provas em fins-de-semana consecutivos mais toleráveis?

Laurent Mekies: Penso que é muito desafiante para a Fórmula 1 organizar um grande calendário no contexto da pandemia da COVID-19. Portanto, neste contexto, obviamente entendemos que tem de haver um nível de flexibilidade por parte das equipas e é por isso que temos de lidar com estes fins-de-semana triplos de vez em quando. Esperemos que a pandemia esteja fora do caminho, vamos sentar-nos novamente e ver como seguir em frente, pois é provavelmente o aspeto que é mais taxativo para a equipa de corridas. Esperemos que seja a primeira coisa que desaparecerá quando a pandemia estiver fora do radar.

O que foi que já aprenderam com o novo sistema híbrido que estrearam em Sochi?

Laurent Mekies: O principal objetivo deste novo sistema híbrido para nós era antecipar parte do trabalho que estamos a fazer para o próximo ano. Por isso, estávamos a tentar validar o rumo de desenvolvimento que temos vindo a assumir no desenvolvimento do PU para o próximo ano. Instalámo-lo no carro do Charles (Leclerc), funcionou de uma forma muito boa durante o fim-de-semana, que foi o primeiro objetivo. Em termos de performance, nunca ia ser uma evolução significativa – nada é hoje em dia, são pequenos passos –, mas foi um passo na direção certa e estamos a avançar com o Carlos este fim-de-semana (n.d.r.: as questões foram colocadas antes do GP da Turquia).

Qual motivo para introduzirem nestas pistas a nova evolução da unidade de potência? Está relacionado com as características de Sochi e de Istambul?

Laurent Mekies: Acho que se perguntarmos aos estrategas quando é o momento ideal para o fazer, quererão sempre fazê-lo o mais cedo possível porque querem tomar a penalização e depois usufruir do benefício da nova PU o maior número de corridas possível. A resposta curta é que, se for decidido fazê-lo, é melhor fazê-lo o mais cedo possível. É o que temos vindo a fazer. Fizemos com bastante antecedência, em comparação com o nosso plano inicial, com o Charles na semana passada e agora fazemos mesmo com o Carlos.

Esta unidade de potência que foi estreada será totalmente transferida para o projecto do próximo ano e considera que agora o vosso sistema híbrido está ao nível do da Mercedes e da Honda?

Laurent Mekies: No início, sim, o que vemos no carro deste ano, o que acabamos de introduzir, é um passo que vamos dar até 2022, portanto, esta é a resposta da primeira parte da pergunta. Quanto à análise de competitividade relativamente aos outros construtores, ainda é cedo. Apenas um fim-de-semana de corrida e, obviamente, teremos de esperar até ao próximo ano para ver que passo daremos antes de avaliarmos se teremos ou não concluído o trabalho de recuperação ou se ainda há trabalho a fazer para estarmos ao mesmo nível.

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7 Comentários
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RedDevil
RedDevil
2 anos atrás

Já tenho saudades da fotografia do Mekies com o Binotto…

Pity
Pity
Reply to  RedDevil
2 anos atrás

😀

jaguar-r1
jaguar-r1
2 anos atrás

Mekié? xD

can-am
can-am
2 anos atrás

A Ferrari habituou-se mal desde que um sr chamado Montezemolo por lá andou.
Julgaram-se muito tempo os donos disto tudo, quando não eram.Durou muito tempo..até há 2 anos ! Agora vir para cima custa, mas com técnicos como este a coisa ainda será pior !

RedDevil
RedDevil
Reply to  can-am
2 anos atrás

Delírio nº 794/21 publicado a 16 de Outubro de 2021…

Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
2 anos atrás

“Para o ano é que é”.

jbosco1958
2 anos atrás

Entre março e novembro, teremos 38 semanas, com 23 corridas não será preciso ter 3 fins de semana com corridas.
Fevereiro – 20
Março – 6, 13 e 27
Abril – 3, 17 e 24
Maio – 8, 15 e 29
Junho – 5, 19 e 26
Julho – 10, 24
Agosto – 7 (férias de verão)
Setembro – 11 e 25
Outubro – 9 e 23
Novembro – 6, 13 e 27
SIMPLES ASSIM.

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