F1: Hulkenberg, o porto seguro da Renault

Por a 24 Julho 2018 11:58

Nico Hulkenberg é um dos bons pilotos da F1. O seu talento tem tendência a ser esquecido mas é dos pilotos mais regulares do grid e a experiência de 9 temporadas na F1 dá-lhe o conhecimento do meio e das exigências do desporto.

Já longe vão os tempos em que Hulkenberg chegou à F1, depois de ter superado toda a concorrência nas categorias mais jovens. Começou logo nos Karts vencendo na Alemanha e em Itália e levou essa tendência para os monolugares, onde conquistou cinco títulos: Formula BMW ADAC, A1GP, Masters de F3, Formula 3 Euroseries, e o GP2.  De 2005 a 2009 teve uma ascensão brutal, vencendo em praticamente todas as categorias em que participou.

Em 2009, ano em que venceu o seu último título (GP2), era já piloto de testes da Williams e em 2010 passou a piloto da equipa.  Não foi um ano particularmente fácil para o alemão que ainda assim conquistou uma pole no Brasil, numa altura em que já tinha “guia de marcha” por parte da equipa. Mudou-se para a Force India como piloto de testes e em 2012 voltou a ser piloto a tempo inteiro. Em 2013 foi para a Sauber, ocupando a vaga que era de Pérez (entretanto transferido para a McLaren). O início do ano não foi prometedor, mas a equipa melhorou e Hulkenberg mostrou um pouco mais do que era capaz, com excelentes resultados, naquele que foi o último ano verdadeiramente competitivo da Sauber até 2018.

O homem dos pontos na Renault

Em 2014 mudou-se de novo para a Force India para fazer dupla com Pérez e por lá ficou até 2016. Em 2017 a Renault apostou no alemão para levar o seu projecto a bom porto e até agora a aposta tem-se revelado acertada. Em 2017 marcou 43 dos 57 pontos que a Renault fez nessa época, com Palmer como colega de equipa, que teve de ceder o lugar a Sainz perto do final. Sainz deu ares de ameaçar a sua posição na Renault, mas chegado 2018 essas ameaças ainda não se materializaram, e “Hulk” tem quase o dobro dos pontos de Sainz e  contribuiu com mais de 50% dos pontos da Renault. Em dois anos, o #27 fez praticamente 70% dos pontos que a Renault conquistou nestes dois anos e se quisermos incluir 2016 (em que apenas fizeram 8 pontos), Hulkenberg é facilmente o piloto que mais pontos marcou pela marca do losango, desde o regresso nesta era turbo-híbrida.

Excluindo o primeiro ano na Williams onde foi rookie contra Barrichello, um dos mais experientes do grid nessa altura (14-5 a favor do brasileiro em corrida; 12-7 para Barrichello em qualificação), com Di Resta começou mal a época mas acabou por cima levando a melhor 11 vezes em 20 corridas (em qualificação ficaram empatados 10 – 10). Na Sauber com Esteban Gutierrez foi facilmente o melhor e na Force India encontrou o colega de equipa que enfrentou durante mais tempo, e que conseguiu superar por 24 vezes em 59 corridas em conjunto, tendo um registo melhor em qualificação (34 – 25 a favor do alemão).

Com Sainz, em 15 corridas, foi melhor que o espanhol nove vezes e em qualificação o resultado está em 8-7 a favor do alemão.

A maldição do pódio

Hulkenberg tem 142 GP e a melhor posição que conseguiu foi um quarto lugar. Com nove épocas de F1 ainda não conseguiu subir ao pódio, numa espécie de maldição que atormenta no Grande Circo. Em 2015 fez uma breve incursão pelo mundo do endurance e foi o suficiente para trazer para casa a taça de vencedor das 24h de Le Mans, com uma excelente prestação.

Apenas como curiosidade, Pérez tem menos um GP que Hulkenberg, tem 8 pódios no seu CV. Pérez é um excelente piloto, tal como Hulkenberg mas a diferença de valia entre ambos não é correspondente a diferença do número de pódios. Mas Pérez, quando em posição de subir ao pódio não falha, enquanto Hulkenberg, por culpa própria ou por azares, não conseguiu ainda quebrar essa maldição.

Hulkenberg é um piloto rápido em qualificação (embora sem o génio de outros) e em corrida é competente e acima de tudo regular. A oportunidade dada pela Renault está a ser aproveitada da melhor forma e a equipa pode estar contente com o trabalho de Hulk. Será na Renault que vai conseguir o primeiro pódio? Tendo em conta o seu historial, quando está prestes a consegui-lo acontece sempre algo, mas 2018 tem sido cheio de surpresas e a Renault tem evoluído de forma positiva. Um pódio parece ser difícil mas não será descabido de todo, afinal Pérez já o conseguiu com uma máquina relativamente inferior.

 

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