Grandes patrocinadores: Os nomes e as cores da nossa memória

Por a 20 Março 2024 12:19

Mais que aquilo que representam, os patrocinadores no desporto automóvel vivem da imagem. Deles, aquilo que recordamos não é sabor, ou a música, mas a cor que fica nos olhos e na memória, depois dos carros passarem. Quem não se lembra do amarelo da Camel, no Dakar ou nos Lotus de F1? Ou dos McLaren brancos e vermelhos, da Marlboro? Ou, ainda, dos Subaru azuis dos tabacos 555? E, mais recentemente, do azul da Red Bull, preenchido pelo touro enraivecido em vermelho? Recorde algumas dessas imagens. Este é o primeiro artigo de uma série de ‘Grandes Patrocinadores’.

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ALLIANZ

Multinacional germânica especializada em seguros, existe um pouco por todo o mundo. De 2000 a 2010, foi um dos principais patrocinadores da Williams na F1, mas apenas em 2006 foi o principal. Nesse ano, os FW28 eram azuis escuros e brancos e foram pilotados por Mark Webber e Nico Rosberg, mas eram pouco competitivos.

CAMEL

Uma das mais conhecidas marcas de tabaco, de propriedade da R.J. Reynolds, que a introduziu no mercado em 1913, é também uma das mais gráficas. Os Lotus amarelos, com que Nelson Piquet deu alguns dos seus últimos passos na F1 (1988 e 1989) e Ayrton Senna alguns dos primeiros (1987), mantêm-se bem vivos na nossa memória. Mas não só: a Camel esteve também representada nos Peugeot do Dakar e na Rampa de Pikes Peak. Na F1, além da Lotus (1987 a 1990), a Camel esteve ainda na Larrousse (1988/1989), Minardi (1988), AGS (1989), Tyrrell (1989) e Williams (19981 a 1993).

CANDY

Esta Candy é um fabricante italiano de eletrodomésticos – e não a marca de chocolates e doces. De uma forma geral, o seu nome está associado à Tyrrell, que o utilizou, como principal (na verdade, único…) patrocinador, entre 1979 e 1982. Os carros eram azuis e brancos. Mais tarde, em 1981, 1983 e 1984, figuraram nos Toleman, que estavam a começar a sua carreira na F1, como um tal Ayrton Senna, que correu com esse nome no carro, embora então fosse a Segafredo o patrocinador maior.

CANON

A Canon está ligada à Williams na F1, que patrocinou entre 1985 e 1990, como ‘main sponsor’ – a equipa até se chamava Canon Williams. Os carros eram amarelos e brancos, ou azuis e brancos – dependendo dos patrocinadores secundários.

DENIM

Antes da Canon, a Williams correu apoiada pela Denim – o tal perfume para ‘o homem que sabe o que quer’. Na verdade, com a Saudia e a TAG, a Denim ‘nasceu’ para a F1 com a equipa de Sir Frank Williams, em 1978, sendo patrocinador único em 1984, ano em que correram, com os FW09 amarelos e brancos, Jacques Laffite e Keke Rosberg, que venceu a prova de Dallas.

GITANES

A Gitanes foi sempre um nome presente nos carros de Guy Ligier, desde o nascimento da equipa, em 1975 – e que, desde então, adotou o azul como cor preferencial. Marca de tabaco francesa, entre 1991 e 1995 publicitou nos Ligier a vertente Gitanes Blondes, cigarros maiores, com 70 mm de comprimento. Em dois GP de 1991 (Japão e Austrália) os Ligier eram brancos em vez de azul. Em 1996, o último ano da Ligier na F1, desapareceu o nome Gitanes e apareceu a palavra Gauloises, outra marca da Imperial Tobacco, mas os carros continuaram azuis. Neste ano, a Parmalat foi outros dos patrocinadores da Ligier.

JÄGERMEISTER

Fabricante de licores e digestivos, esteve na F1 em 1989 com a EuroBrun, num ano em que os carros eram laranja e negros. Os pilotos foram Gregor Foitek e Oscar Larrauri. Mas a Jägermeister ficou mais conhecida por decorar os Porsche 935, 962, 966 e GT3 Cup e BMW M3 GT2, por exemplo, que participaram no campeonato IMSA, nos ‘States’, desde as décadas de 80 e 90. Eram, claro, cor de laranja.

JPS

Quem não se lembra dos Lotus pretos e dourados, com as letras ‘JPS’ – ou ‘John Player Special’ – nas carenagens? Esta que foi uma das mais belas e bem concebidas decoração de um F1 esteve em evidência nos carros de Colin Chapman entre 1972 e 1978, ano em que a Lotus foi Campeão do Mundo de F1, com Mario Andretti. Tinha sucedido a outra marca do mesmo grupo [Imperial Tobacco], a Gold Leaf, que entre 1968 e 1971 tinha sido um dos primeiros patrocinadores na F1. Entre 1981 e 1986, os Lotus voltaram a ter as cores mágicas – e foi com elas que outro mágico começou a tornar-se lenda: Ayrton Senna. Já agora: lembra-se do bailado à chuva que ele deu, no Estoril, a caminho do seu primeiro triunfo na F1, em 1985?

KOUROS (Mercedes)

Este é o nome de um muito adocicado perfume oriundo dos criadores de essências da Yves Saint-Laurent. No automobilismo, ficou ligado aos primeiros Mercedes, que competiram em LeMans. Lembro-me de, nessa altura, visitar a equipa e ter à disposição frascos de Kouros, como ‘souvenir’… e de como a fragrância era enjoativa! Na verdade, nessa altura (1986 e 1987) ainda não era a Mercedes que dava o nome à equipa, mas sim a Sauber, que fabricava os chassis, os C9, embora fosse oficial e tecnicamente, suportada pela Mercedes. A equipa começou por se chamar Kouros Racing Team, em 1986 – ano em que dois C8 desistiram na prova, façanha que repetiram em 1987, mas agora com o C9. Os carros eram pretos e brancos e corriam no Grupo C. A partir de 1989, ainda com o C9, a Mercedes tomou as rédeas efetivas do projeto e as cores da Kouros desapareceram do C9 – que acabou por vencer a prova, com JochenMass, Manuel Reuter e Stanley Dickens.

MILD SEVEN

Marca de tabaco japonesa, foi o patrocinador principal dos Benetton, entre 1994 e 2001. Produzida pela Japan Tobacco Mevius, esta cigarrilha ainda hoje é a mais fumada em todo o mundo, com mais de 76,5 biliões fabricadas todos os anos. Foi com um Benetton pintado com o verde (1994) e, em 1995, de branco, azul-escuro e amarelo, que Michael Schumacher conquistou os seus dois primeiros títulos de Campeão do Mundo. A partir de 1996. A principal cor dos Benetton apoiados pela Mild Seven passou a ser o branco.Entre 2002 e 2006, a Mild Seven foi também o patrocinador principal da equipa Renault na F1, com os carros pintados de azul e amarelo.

PARMALAT

Parmalat é uma multinacional italiana fundada em 1961 e especializada na produção de produtos láteos a temperaturas muito elevadas. Figurou nos flancos (e não só…) dos Brabham, entre 1977 e 1984, sendo substituída, como principal patrocinador da equipa, a partir do ano seguinte, pela Olivetti, fabricantes de máquinas de escrever, antes, e de computadores (produziu o primeiro computador elétrico, em 1959). A memória fixa-se nos Brabham com as cores branco e azul escuro, com que Nelson Piquet conquistou os seus dois primeiros títulos de Campeão do Mundo, em 1981 e 1983. Depois, já com a marca Olivetti, mas as mesmas cores, a imagem passa para Elio de Angelis, acidentado em Paul Ricard. E os Brabham com motores BMW com mais de 1.200 cavalos de potência, durante as qualificações. Entre 1999 e 2002, a Parmalat patrocinou também a Sauber, no que foi a sua última aparição na F1.

ROTHMANS

A Rothmans é a marca principal da empresa fundada em 1890 por Louis Rothman e que hoje produz outros tabacos famosos, como a Players e a Dunhill. No desporto automóvel, ficou ligada à vitória da Porsche em Le Mans(1982, com o pódio composto por Porsche 956) e à passagem vitoriosa da marca germânica pelos campeonatos de Grupo C, que venceu em 1985, antes da equipa abandonar a competição, em 1987. Mas, também, à Williams, da qual foi principal patrocinador entre 1994 e 1997 – Damon Hill e Jacques Villeneuve foram Campeão do Mundo em 1996 e 1997, com os carros decorados com o azul da Rothmans. No WRC, Walter Rohrl foi Campeão do Mundo em 1982 com um Opel Ascona 400 com as cores da Rothmans, que ganhou também o Dakar, em 1986, com um Porsche 959. E por falar ainda em ralis, Ari Vatanen, em 1981, pilotou um Ford Escort RS1800, tendo a seu lado um tal David Richards, dono da Prodrive – para quem a Porsche fez um 911 SC RS, que foi pintado com as cores da… Rothmans, em 1984.

SAUDIA

Quando Frank Williams decidiu entrar no Mundial de F1 com uma equipa com o seu nome, em 1978, isso só foi possível graças aos petrodólares da Saudia, uma companhia aérea da Arábia Saudita, baseada em Jeddah. Até 1983, a Saudia foi o maior patrocinador da equipa e foi com as suas cores (letras pretas em fundo branco) que Alan Jones, em 1980, ofereceu à Williams os seus primeiros títulos de Campeã do Mundo – de Pilotos e de Construtores.

SEGAFREDO

Marca de cafés da italiana Zanetti, que vai buscar a matéria prima ao Brasil e à Costa Rica, a Segafredo ficou essencialmente ligada aos Toleman quando, em 1984, tiveram Ayrton Senna ao volante. E foram as exibições deste, em provas como o GP do Mónaco e de Portugal, que permitiram que, ainda hoje, os TG183B e TG184 sejam lembrados com saudade – apesar de o nome maior nos seus flancos ser o da Candy. Este ano, a Segafredo regressa à F1 com a McLaren.

SILK CUT

Em 1987, quando Tom Walkinshaw[dono da TWR] apresentou o Jaguar XJR-8, este apareceu com as cores roxo e branca da Silk Cut – uma marca de tabaco produzida pelo Gallaher Group, uma subsidiária da Japan Tobacco. Nesse ano, a equipa adotou o nome de Silk Cut Jaguar e venceu o WSCC [World Sport Championship]. No ano seguinte, o XJR-8 evoluiu para o XJR-9, venceu as 24 Horas de Le Mans e repetiu o triunfo no campeonato, coisa que voltou a fazer, em 1991, mas então já com outras cores.

SKOAL BANDIT

A Skoal Bandit foi o principal patrocinador dos RAM, em 1984 e 1985, os anos em que esta equipa esteve na F1, como sucessora da então extinta March. Os carros eram verde e branco, com a palavra Augros a vermelho, em fundo branco, ‘subindo’ pelos flancos até ao arco de segurança. Estes nomes ‘escondiam’, respetivamente, uma marca de tabaco de mascar altamente aromático e um fabricante francês de embalagens em vidro e cristal para perfumes.

WARSTEINER

Pintou de dourado os Arrows entre 1978 e 1981, os primeiros da equipa britânica fundada por um banqueiro, Franco Ambrosio e dois antigos pilotos, Jackie Oliver e Alan Rees, em 1997. Era uma das mais antigas cervejas artesanais alemãs, criada em 1753 pela família Cramer, então liderada por um fazendeiro de nome Antonius; hoje, a Warsteiner produz 5.000 garrafas por dia…Durante esse período, os Arrows eram dos mais bonitos e elegantes F1 do plantel e, com Riccardo Patrese ao volante, conseguiram mesmo alguns resultados interessantes, como os 2º lugares nos GP da Suécia (1978), Estados Unidos Oeste (1980) e San Marino (1981). Em 1982, o dourado passou a cor-de-laranja, da Ragno (cerâmicas e porcelanas finas, empresa fundada em Sassuolo, perto de Modena, em 1949), curiosamente a mesma cor que os Arrows tinham quando, em 2002, a equipa fechou. Só que, então, a cor referia-se à Orange, então uma marca de telemóveis e, hoje, também de ‘tablets’, leitores de MP3 e ‘smartphones’ coisas que no dealbar deste milénio ainda não eram sequer sonhadas.

WEST

A West é mais uma marca de tabaco, neste caso dos britânicos da Imperial Tobacco. Introduzida no mercado alemão em 1981 (hoje é vendida em mais de 90 países), chegou à F1 em 1985, como principal patrocinador da equipa Zakspeed, onde se manteve enquanto esteve na F1 -. Ou seja, até 1989. Porém, esta equipa era simplesmente medíocre e a West veio a conhecer sucesso na F1 quando, entre 1997 e 2005, foi o principal ‘sponsor’ da McLaren. Foi com as suas cores (preto e prateado) que Mikka Hakkinen conquistou os seus dois títulos de Campeão do Mundo de F1, em 1998 e 1999.

Sabia que…

… A Andrea Moda, que deu o nome à equipa de F1 gerida pelo inefável Andrea Sassetti, em 1992 e cuja prisão por fraude levou ao encerramento da equipa, era uma conhecida marca de roupa italiana de luxo?

… Luís Cardoso, que participou em provas do Nacional de Ralis, em 2005, com um CitroënSaxo patrocinado pelos preservativos Control, tinha em casa um ‘rancho’ de filhos, numa evidente prática da velha máxima que diz que ‘em casa do ferreiro, espeto de pau’?

… O Exército norte-americano [US Army] teve durante anos um ‘dragster’ da principal categoria da NHRA[Top Fuel] pintado com as cores militares e que foi [é, ainda hje…] pilotado por Tony Schumacher, mais conhecido por ‘Sarge’ [Sargento] e um dos mais titulados pilotos da competição [campeão por oito vezes, a últimas delas em 2014]. E que, na Nascar, DaleEarnhadtJr. chegou a ser patrocinado pela Guarda Nacional [National Guard]?

… A Surtees conseguiu, num ano de maior aperto económico [1976], garantir a contribuição monetária (claro! Não consta que houvesse distribuição em géneros…) da Durex, talvez a mais conhecida (nessa altura) marca de preservativos? Com esse TS19 pintado com as cores dourada e preta, conseguiu mesmo dois quintos lugares [Bélgica e Grã-Bretanha] e um 4º lugar [Japão] através de Alan Jones. Já agora, a equipa chamava-se, nesse ano, Durex Team Surtees…

… El Charro, que foi o maior patrocinador da AGS em 1986 e 1987, nada tinha a ver com a substância alucinogénia do mesmo nome, mas sim era a marca de uma refinada roupa italiana, cujo estilo tendia a recriar as tendências históricas texanas, transformando-as numa espécie de ‘country west’ urbano e cujo símbolo, uma rosa, não era mais que a famosa Rosa de Cimarron? Entre os pilotos que transportaram essa rosa no JH21C estava Ivan Capelli.

… Entre 1978 e 1984, as jantes ATS foram das mais reconhecidas do Mundo. Tudo, graças à equipa ATS, que esteve na F1 durante esse tempo, numa mirífica criação de Günter Schmid, dono da empresa, que era a principal fornecedora da VW, da Porsche, mas também da AMG.

… O nome do grupo musical sueco ABBA chegou a figurar no ATS HS1 de Slim Borgudd, um sueco que fez algumas gravações em estúdio, como baterista, com os ABBA. Só que isso nunca trouxe nenhum dinheiro à equipa, mas sim convites para os concertos da banda… que se desfez no ano seguinte, 1981.

… A Emporio Armani, marca de roupa e acessórios de luxo e que hoje tem em Cristiano Ronaldo uma das suas ‘faces’, patrocinou a Brabham, em 1987 e 1988. Os pilotos da equipas foram Riccardo Patrese, Stefano Modena e Andrea de Cesaris, mas em 1988 a equipa desistiu do campeonato ainda antes deste começar, após perder os motores BMW e ser vendida por Bernie Ecclestone a Walter Brun, magnata suíço de ‘slot machines’.

… A Eifelland era um fabricante de caravanas, propriedade do alemão Guenter Hennerici que, em 1972, decidiu fazer um carro para a F1. Era todo azul e branco, por vezes com o ‘spoiler’ amarelo. Com Rolf Stommelen, fez oito GP, abandonando a F1 após o GP da Áustria. O melhor resultado desta equipa, que se chamava TeamElfellandCaravans, foi o 10º lugar nos GP do Mónaco e da Grã-Bretanha.

… A Copersucar, a companhia brasileira de produção de açúcar de cana e etanol, foi o principal patrocinador da aventura de Emerson Fittipaldi com construtor na F1 desde 1975. De tal forma, que os seus Fittipaldi (e a equipa…) eram também chamados de Copersucar. Os carros foram durante dois anos prateados, com outras cores à mistura e, a partir de 1978, amarelos. Em 1980, a Copersucar deixou o projeto, por falta de resultados, e foi substituída, após longas negociações pela cerveja Skol.

… A revista Penthouse foi o principal patrocinador da equipa Hesketh, entre 1976 e 1978. Os carros, que eram medíocres e nunca conseguiram pontuar, nas mãos de pilotos como Harald Ertl, Rolf Stommelen, Alex Dias Ribeiro, Hector Rebaque, Ian Ashley, Rupert Keegan, Eddie Cheever, Divina Galica ou Derek Daly, eram brancos ou brancos e amarelos – e tinham a imagem de uma mulher exibindo uma caixa metálica para cigarrilhas.

… As picantes e vermelhas pastilhas de mentol TicTac, feitas pelos italianos da Ferrero (conhece os chocolates Ferrero Rocher, do motorista Ambrósio?) com coisas como ácido tartárico, patrocinaram a Jordan no seu primeiro ano, 1991, em que o principal apoio vinha da marca de bebidas gaseificadas com sabor a limão ‘7 Up’ – e até foi com as suas cores verde e azul que Michael Schumacher se estreou na F1, no GP da Bélgica?

… A GALP Energia patrocinou a Jordan em 1995, num ano em que os carros eram amarelos e preto, as cores da Benson & Hedges, uma das marcas de cigarrilhas do universo da Philip Morris International e em que os pilotos eram Tiago Monteiro e Narain Karthikeyan e em que o primeiro subiu ao pódio de Indianapolis?

… A SG Gigante, marca portuguesa de tabaco, esteve na Lotus em 1983 e 1984, mas somente no carro de Pedro Lamy, por ser seu patrocinador pessoal?

… A Leyton House, que deu nome durante cinco temporadas à March [entre 1987 e 1991] era uma empresa imobiliária japonesa que se queria expandir de forma global. O seu investimento foi de tal ordem que, nesses anos, a March passou a chamar-se Leyton House e os carros eram verdes com letras negras.

… Em 1979, Arturo Merzario tinha num dos seus carros o nome de uma agência funerária, chamada La Varesina Sofá Onoranze Funebri? O que não deixa de ser um bocado tipo humor negro, pois nessa altura a segurança era uma coisa que pouco assistia a F1 e era vulgar morrerem pilotos de F1 em acidentes…

… A Lambo [Lamborghini], que em 1991 correu na F1 com Nicola Larini e Eric van de Poele, qualificando-se em apenas seis GP, tinha patrocinadores como os queijos Grana Padano, de cura longa e feitos com leite de vaca, uma empresa japonesa de safaris chamada Central Park e uma das maiores operadoras de ‘rent a car’, a LeasePlan? Os Lambo eram azuis e negros.

… A Moneytron, uma companhia de investimentos especulativos, nomeadamente em bolsa, propriedade do espalhafatoso milionário belga Jean-Pierre Van Rossem, deu corpo, em 1989, à Onyx, uma equipa falhada na F1 e que, entre outros, tinha o apoio de um restaurante chamado P’titLou? Os carros eram cor de rosa e brancos e foram pilotados por Stefan Johansson (que foi mesmo 3º em Portugal e 5º em França), Bertrand Gachot e JJ Lehto.

… A Kelémata, fabricantes de produtos cosméticos e medicinais naturais, para homem (Victor) e mulher (Venus), como a famosa Tisana Kelémata, que combatia a obesidade na década de 60, foi o principal patrocinador da Osella, entre 1983 e 1985, com os carros a serem pintados de azul?

… O nome Ursus, que se via nos Pacific, em 1994 e 1995, era uma marca de vodka de origem ancestral islandesa e que foi feita em Hoorn, Holanda, até 2006?

… Carta Blanca é o nome de uma cerveja mexicana, fabricada pelo império Cuauhtémoc Moctezuma Brewery, fundada em 1890 e que é a maior empresa deste género no país e que o… mexicano Hector Rebaque levou, em 1979, para sua equipa de F1, chamada… Rebaque?

… O Hangar-7, que apareceu várias vezes nos Red Bull, é a designação de num edifício propriedade de Dieter Mateschitz, dono da Red Bull, situado em Salzburg, na Áustria, e que alberga a sua magnífica coleção de 25 aviões e helicópteros históricos, bem como os monolugares com que a equipa já correu na F1? Feito em aço e vidro, tem a forma de um aerofólio e acolhe o Ikarus, um restaurante estrelado Michelin?

… Em 1978 e 1979, o holandês Jan Lammers levou para a Shadow o nome dos hotéis Red Lion Burning e dos especialistas em tecnologia audio Samson, pelo que o seu carro era azul, em vez de branco, que foi a cor principal da equipa nesses dois anos?

… Em algumas corridas, os Simtek tinham o nome das churrascarias brasileiras Fogo de Chão, que também existem em Portugal [há um em Cascais] e que são especializadas em rodízios de picanha, rodízios com 14 variedades de carne, filé mignon com pimenta, bacalhau grelhado e goiabada com queijo da serra e quindim?

… Em 1998 e 1999, os Williams deixaram as tradicionais cores frias, para adotarem o calor do vermelho, por causa do seu patrocinador principal nesses dois anos, os tabacos Winfield. Foi a única vez na história da marca que isso aconteceu e, também nesses dois anos e por causa dos alemães Heinz-Harald Frentzen e Ralf Schumacher, as cervejas Veltin estiveram também presentes nos carros britânicos. Já agora, acompanhados pelo divertido desenho animado Woody Woodpecker…

… A Red Losbter, uma cadeia norte-americana de restaurantes, apareceu pela primeira vez nos flancos de um carro em 1980 – um BMW M1 que, pilotado por Kenper Miller e David Cowart, fez as 12 Horas de Sebring. Nos anos seguintes, evoluíram para os March 82 e 83 G, com que fizeram a IMSA GTP, de 1983 a 1985. A decoração era uma lagosta vermelha, em fundo branco, com as pinças a descerem, uma de cada lado, para os faróis [inexistentes].

Do outro lado do Atlântico

Estamos noutro mundo – o da verdadeira publicidade, como o maior veículo de divulgação! Em Terras do Tio Sam, tudo o que custa dinheiro é passível de dar dinheiro. Por isso, para falarmos de patrocinadores aí, teríamos que fazer um segundo AutoSport Histórico.

Mas, como isso é impossível, fiquemo-nos por um par de nomes – e apenas no maior campeonato de monolugares, a IndyCar. Por exemplo, a Target. Fundada em 1902, é talvez a maior companhia de venda a retalho, vulgo centros comerciais ou grandes superfícies e está associada à Ganassi Racing, que apoiou e com quem venceu vários campeonatos, desde que encetaram a parceria, em 1990, o ano a seguir à equipa ter sido fundada pelo antigo piloto Chip Ganassi. O vermelho vivo dos seus carros é inconfundível e mantém-se bem vivo na memória.

Grande rival da Target, a K-Mart está também envolvida, desde longos anos, na IndyCar, através da Newman/Haas, formada pelo falecido ator Paul Newman e por Carl Haas e que, entre os seus pilotos, fez correr Mario Andretti ou Nigel Mansell, só para recordar alguns num breve ‘flash’.

E a Player’s, uma das muitas marca de tabaco [outra é, claro está, a Marlboro] publicitadas em solo americano, é frequentemente associada à equipa Forsythe e a pilotos canadianos, como Patrick Carpentier ou Alex Tagliani, estando no carro de Greg Moore quando este sofreu o seu acidente fatal, em Fontana, no final a temporada de 1999.

A Red Bull ou os dia de hoje

Hoje, existem muitos nomes fortes como patrocinadores. Mas, de todo, o que mais se destaca e pode funcionar com o melhor reflexo do que é ser bem sucedido, é a Red Bull, marca austríaca de uma bebida energética descoberta numa viagem de Dieter Mateschitz à Tailândia – e que hoje está um pouco por todo o lado, tal como a Marlboro e: na F1, no WRC, no MotoGP, nas fórmulas de promoção…

Fiquemos pela F1, onde chegou em 1995, então com a Sauber [com quem ficou durante dez anos, até 2004] – e, tal como em tempo fez a Benetton, logo fundou uma equipa, a Red Bull Racing, sobre os escombros da Jaguar Racing, entretanto comprados pela Ford. Desde então, foi trepando com segurança a escada até ao sucesso – entre 2010 e 2013, sucessivamente, viu Sebastian Vettel vencer quatro títulos de Campeão do Mundo de F1, bem como 38 GP. Por sua vez, sagrou-se campeã entre os Construtores também em 2010, 2011, 2012 e 2013, sempre em associação com a Renault.

Pelo meio, viu a Infiniti assumir o papel de ‘main sponsor’ da equipa em 2013 e, em 2006, viu nascer a Toro Rosso [Red Bull, em italiano], uma espécie de equipa-satélite na F1 e que funciona como laboratório de pilotos do futuro, bem como de soluções técnicas, em especial agora que a Ferrari deu lugar à Renault como fornecedora de motores (ou unidades motrizes, como agora é vulgo chamar-se, pois ‘aquilo’ é muito mais que um simples motor de ‘Lineu’…). De uma forma geral, os Red Bull têm no azul profundo a sua cor básica.

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