Grandes patrocinadores: Martini Racing, uma equipa que era mais que isso


Quando, em 2014, as cores da Martini regressaram à alta roda do desporto automóvel mundial, a F1, patrocinando a equipa Williams, muitos de nós de imediato recuamos uns anos atrás, para os tempos dos saudosos Grupo B, que içaram para a crista da onda o WRC em, 1986 – e para a Martini Racing e os seus Lancia Delta, pilotados por nomes como Markku Alén, Henri Toivonen ou Miki Biasion.

É que as cores branca [o fundo], azul e vermelha, em fitinhas ascendentes, são muito mais que o símbolo da Martini, marca de bebidas italiana [vermute] e que se bebem como aperitivo, teoricamente ‘para abrir o apetite’, com ou sem azeitona, com ou sem casquinha de limão, a acompanhar.

A primeira vez que a Martini apareceu numa prova foi em 1962, num Alfa Romeo SZ Tronica, durante as 12 Horas de Seberirng. Depois, seis anos de silêncio – e uma curta passagem, por uma corrida local, em Hockenheim. Então, em 1969, formou-se a Martini Racing, de forma profissional, para enfrentar as corridas de carros de Sport, com um Porsche 907 de fábrica. A partir daqui, nunca mais parou…

Durante a década de 70, a Martini esteve sempre ligada à Porsche, ganhando as 24 Horas de Le Mans em 1971 [Porsche 917], 1976 e 1977 [ambas com Porsche 936]. Até 1978, a Martini venceu também várias outras corridas com a Porsche, mas, nesse ano, decidiu que iria estar apenas presente nas 24 Horas de Le Mans. Primeiro, continuou com a Porsche mas, em 1981, mudou as agulhas para a Lancia, suportando um programa eclético em diversas fentes – Grupo 5 [Beta Montecarlo], Grupo 6 [LC1] e Grupo C [LC2] e apoiando muitos pilotos que, depois, foram para a F1, como Michele Alboreto, Riccardo Patrese ou Teo Fabi. A última vez que a Martini apareceu oficialmente neste tipo de corridas foi nas 24 Horas de Le Mans de 1986 – e, nesse ano, concentrou-se totalmente no WRC

Onde, curiosamente, começou em 1978, apoiando dois Porsche 911 SC para Björn Waldegaard (4º) e Vic Preston (2º), no Safari. Regressou somente em 1982 – e, desde logo, com a Lancia, suportando o seu projeto de Grupo B. Primeiro, o 037 Rally, com Attilio Bettega e Markku Alén; depois, acabou por ficar até 1992, mesmo depois do desaparecimento dos Grupo B. E sempre com a Lancia – desde os Delta S4 de Grupo aos vários Delta Integrale de Grupo A, ganhando provas e títulos com pilotos como Henri Toivonen, Miki Biasion [Campeão em 1988 e 1989], Didier Auriol, Bruno Saby ou Juha Kankkunen [Campeão em 1987 e 1991]. Em 1983 venceu o título entre os Construtores e, no Grupo A, foi campeã entre 1987 e 1992, com o Delta.

A Martini deixou o WRC a seguir a 1992, apoiando em Itália pilotos como Gianfranco Cunico e a equipa Jolly Club mas, em 1999, voltou, com a equipa oficial da Ford e pilotos como Carlos Sainz, Colin McRae e Markko Martin. Nunca venceu o campeonato e, em 20092, deixou o automobilismo oficialmente.

Mas, além da F1, Sport Protótipos e WRC, a Martini esteve também nos Turismos. Em 1992, patrocinou no Alfa Romeo 155 oficial que Nicola Larini, levou ao título nacional nos Superturismo e, em 1995, no DTM, os Alfa Romeo 156 de Larini e de Alessandro Nannini. E o Porsche 911 Carrera RSR que, em 1973, ganhou a Targa Florio tinha as cores da Martini. Isto, para não falar nas corridas de barcos [Powerboat World Championhsipo, onde começou em 1973 e onde os campeões mundiais Carlo Bonomi [1975], Cesare Fiorio [1976] e Renato Molinari [1983 e 1984] correram com o apoio da Martini.

Na F1, a passagem da Martini foi, de todas, a menos significativa. Estreou-se com a Tecno, em 1972, ficando no ano seguinte e, depois, esteve fugazmente na Brabham [1975] e na Lotus [1979]. E foi tudo – até reaparecer na Williams, dando mesmo nome à equipa, como dantes o fizera no WRC e nos Sport Protótipos, então com a Lancia: e o simples nome Williams Martini Racing já faz sonhar… E recordar.

Ativar notificações? Sim Não, obrigado