Saiba quais são os 10 carros mais valiosos do Estoril Classics

Por a 6 Outubro 2023 14:48

O Estoril Classics está já em pista e este ano os visitantes poderão encontrar em competição alguns carros de valor inestimável, o que será uma oportunidade única. Saiba quais são os carros mais valiosos que marcarão presença no Autódromo do Estoril.

 Ferrari 250 LM – 19 milhões de euros

O Ferrari 250 LM teve um início conturbado uma vez que a marca de Maranello desejava homologá-lo como GT, para substituir o bem-sucedido e famoso 250 GTO, mas a FIA não foi na conversa, dado que não tinham sido construídas as 100 unidades obrigatórias. O carro italiano acabou por ser obrigado a competir na classe dos protótipos, onde tinha adversários muito mais evoluídos tecnologicamente, inclusivamente os próprios carros da formação de Enzo Ferrari.

Ainda assim, a máquina com o motor V12 colocado em posição central traseira foi bem-sucedida nas mãos de privados e, claro, tem como grande feito o triunfo nas 24 Horas de Le Mans de 1965 alcançado por Jochen Rindt e Masten Gregory, em representação da North America Racing Team (NART).

A sua linhas fluídas e os seus sucessos em pista levam a que hoje seja um dos Ferrari de maior interesse entre os coleccionadores, provocando que a sua cotação tenham um valor médio presentemente de 19 milhões de euros, havendo exemplares que roçam os 25 milhões.

No Estoril Classics Clive Joy trará o seu 250 LM, que venceu as 12 Horas de Reims de 1964 e ficou em quarto no Grande Prémio de Luanda de 1965, podendo ser visto a evoluir nas provas do The Greatest’s Trophy e observado de perto no paddock

Ferrari 250 GT SWB Berlinetta – 10 milhões de euros

Em 1959 a Ferrari tinha apenas doze anos de existência como construtor de automóveis, mas a pequena marca de Maranello começava a deixar uma marca indelével no automobilismo mundial, com quatro títulos mundiais de Fórmula 1 e três triunfos nas 24 Horas de Le Mans.

Para além disso, os GT que produzia na sua fábrica eram objecto de desejo de actores e de realeza, mas eram também armas ferozes nas pistas nas mãos de pilotos experientes e talentosos, colecionando triunfos nas mais variadas provas do automobilismo dos anos cinquenta.

Foi neste panorama que, em 1959, a Ferrari apresentou a sua mais recente iteração da sua série 250 GT – o 250 GT Passo Corto (SWB – Short Wheel Base).

Desde o início que a marca de Maranello tinha no seu catálogo uma versão de corridas e outra de estrada e rapidamente a máquina de Maranello mostrou o seu potencial, vencendo a sua classe nas 24 Horas de Le Mans de 1960, para além de triunfos em Monza, Brands Hatch e Spa-Francorchamps.

Alguns nomes passaram pelos comandos do 250 GT SWB, sendo os mais notáveis os de Graham Hill e Stirling Moss, tendo este apontado que o Passo Corto era o melhor GT de sempre. Hoje em dia, o valor médio de um destes carros está em redor dos 10 milhões de euros, mas com tendência a subir e podendo alguns exemplares superar largamente este valor, devido ao seu historial.

Christian Dumolin levará ao Estoril Classics um Ferrari 250 GT SWB Berlinetta inscrito na prova do The Greatest’s Trophy, sendo uma oportunidade única para os adeptos poderem contactar com esta máquina raríssima.

 Ford GT40 – 5,5 milhões de euros

O Ford GT40 é, talvez, um dos carros mais icónicos entre os vencedores de Le Mans, tendo o seu estatuto sido reafirmado com o recente filme Ford v Ferrari (Le Mans ’66: O Duelo).

A máquina americana surgiu após a recusa de Enzo Ferrari em vender a sua marca e equipa ao gigante norte-americano, desejando esta bater a marca de Maranello no seu próprio território – as 24 Horas de Le Mans.

A primeira tentativa para quebrar a hegemonia dos carros transalpinos ocorreu em 1963 e, depois de alguns dissabores, em 1966, finalmente, a Ford venceu a prova de La Sarthe, monopolizando o pódio, dando início a uma série de quatro triunfos consecutivos.

Estes resultados não surgiram por acaso, na verdade, o Ford GT40 era um carro extremamente avançado para a sua época, tornando-se num símbolo do progresso tecnológico do pós-guerra e dos Estados Unidos da América.

Hoje, é comum ver uma destas impressionantes máquinas correr nas mais importantes provas de clássicos do mundo, como é o caso do Estoril Classics, sendo a sua cotação média superior aos 5 milhões de euros, mas havendo exemplares que superam os 10 milhões, dependendo da sua história desportiva.

No Estoril Classics exemplares destas impressionantes máquinas poderão ser vistos no Iberian Historic Endurance e no Classic Endurance Racing, podendo os adeptos reviver os tempos que tão bem documentado foram pelo filme em que Christian Bayle e Matt Damon foram os protagonistas.

Jaguar D Type – 4 milhões de euros

No início dos anos 1950 a Jaguar era uma das marcas mais fortes do panorama automobilístico mundial e nos primeiros cinco anos da década tinha já no seu pecúlio dois triunfos nas 24 Horas de Le Mans.

Com a concorrência a mostrar-se cada vez mais forte, a marca inglesa sentiu a necessidade de dar um passo em frente e não deixou nada ao acaso, apresentando o D Type, que se estrearia na clássica francesa em 1954.

O carro de Coventry caracterizava-se por ter um chassis monocoque, uma estreia, e uma aerodinâmica muito apurada, que lhe permitia atingir elevadas velocidades na longa recta das Hunaudières, preponderante para que qualquer veículo pudesse ser competitivo no traçado de La Sarthe.

A superioridade técnica do D Type face aos seus adversários foi evidente, o que permitiu à Jaguar vencer as três edições seguintes das 24 Horas de Le Mans – 1955, 1956 e 1957 –, estampando o seu domínio.

O sucesso do D Type acabou por o tornar num dos carros mais desejados entre os coleccionadores e entusiastas, estando hoje a sua cotação nos 4 milhões de euros, mas havendo alguns exemplares bem mais valiosos, como foi o carro do vencedor de Le Mans de 1956, que atingiu o valor de 22 milhões de euros.

Olivier Mathai traz até ao Estoril Classics um destes carros, inscrito no The Greatest’s Trophy, sendo, seguramente um dos motivos de atenção da parte de todos os adeptos que virão ao Autódromo do Estoril.

Alfa Romeo TZ2 – 3,1 milhões de euros

Nos anos sessenta a Alfa Romeo era uma marca de luxo com uma imagem desportiva muito forte, tendo vencido as 24 Horas de Le Mans nos anos 1930 e os dois primeiros Campeonatos do Mundo de Fórmula 1, sendo uma constante nas pistas.

Nos anos sessenta a marca de Arese, pelas mãos da Autodelta, estava bastante envolvida nas provas de GT de baixa cilindrada, primeiro com o SZ, depois o TZ1, apresentando em 1964 uma evolução deste, o TZ2.

O princípio basilar do carro era o baixo peso e a eficácia aerodinâmica, sendo o chassis tubular feito pela Zagato (Tubolare Zagato) animado por um motor 1570 cc de quatro cilindros em linha capaz de ultrapassar os 170 cv de potência.

O seu baixo peso, 620 kg, permitia-lhe ser bastante competitivo, tendo triunfado na sua classe em provas como as 12 Horas de Sebring, 1000 Km de Nurburgring ou Targa Florio.

A sua raridade, foram construídas apenas doze unidades, e as suas formas exíguas e equilibradas tornaram-no num dos Alfa Romeos mais aclamados da história e hoje tem uma cotação de 3,1 milhões de euros, chegando alguns TZ2 a alcançar os 4 milhões.

No Estoril Classics serão vistas duas máquinas destas, ambas a competir no The Greatest’s Trophy, sendo mais um motivo de interesse para os apaixonados de carros históricos.

Porsche 910 – 2,5 milhões de euros

Nos anos sessenta a Porsche era uma marca ainda pouco conhecida globalmente e cingia-se a carros de baixa cilindrada, sendo estas as classes onde os seus protótipos e GT se batiam pelos triunfos.

Era neste contexto que o 910 alinhava nas principais corridas de endurance mundiais, não tendo possibilidade, em circunstâncias normais, de se bater com os Ford GT40 ou os Ferrari 330 P4, ficando-se pela luta pelos triunfos da classe, onde tinha como adversário o Ferrari Dino 206.

No entanto, a marca germânica estava ávida de poder alcançar a sua primeira vitória à geral e nos 1000 Km de Nurburgring de 1967 inscreveu seis 908, apostando tudo nas qualidades dinâmicas do seu carro para se impor no exigente circuito germânico.

A jogada correu bem e, apesar de dois terem abandonado com motores partido, a Porsche conseguia o seu primeiro triunfo à geral, monopolizando o pódio.

O simbolismo deste feito repercute-se no modelo que hoje tem um valor estimado de 2,5 milhões de euros.

Os adeptos das corridas de resistência e os aficionados da marca Porsche poderão ver uma destas raras máquinas durante o Estoril Classics, inscrito no The Greatest’s Trophy.

Maserati MC12 GT1 – 2,5 milhões euros

No início do século a Maserati pretendia regressar aos grandes palcos das corridas de GT e não deixou nada ao acaso.

Pegou no Ferrari Enzo, o hipercarro de então da marca de Maranello, e trabalhou-o e desenvolveu-o para a competição, criando o Maserati MC12 GT1.

O carro do construtor de Modena era quase um protótipo e foi difícil ser aceite como um GT por alguns dos campeonatos, tendo mesmo sido recusado pelo ACO, o que inviabilizou que alguma vez participasse nas 24 Horas e Le Mans.

Depois de muitas negociações, o MC12 foi aceite no FIA GT, ainda que bastante estrangulado na sua aerodinâmica e no seu motor, e a partir de então passou a dominar completamente o campeonato, vencendo todos os títulos de equipas de 2005 a 2009 e de pilotos de 2006 a 2009. Em 2010 venceria ainda o Campeonato do Mundo FIA de GT1, apesar de ver as suas performances ainda mais estranguladas, mostrando ser um carro demasiado evoluído para a generalidade dos seus adversários.

O baixo número de unidades construídas e o seu riquíssimo palmarés levou a que o seu valor de mercado tenha disparado, tendo hoje uma cotação que ronda os 2,5 milhões de euros.

No Estoril Classics estará uma destas máquinas impressionantes preparadas pela Vitaphone Racing Team. O exemplar que um dia foi pilotado por Miguel Ramos no Campeonato de Itália de GT vai competir na prova da Endurance Racing Legends.

Aston Martin DBR9 GT1 – 2,2 milhões euros

A Aston Martin é uma marca muito ligada às provas de resistência, tendo vencido as 24 Horas de Le Mans em 1959, com o DBR1.

Depois de alguns regressos tímidos, em 2005 voltou a apresentar uma máquina que se revelou competitivo na classe GT1 durante longos anos.

Baseado do DB9 de estrada com o seu imponente motor V12 de seis litros de cilindrada, não deixava ninguém indiferente à sua passagem. Mas a máquina de Gaydon, construída pela Prodrive, não era só impressionante, era também bastante competitiva e voltou a levar a Aston Martin ao topo do pódio de Le Mans, na categoria GT1, em 2007 e 2008.

O DBR9 conquistou ainda títulos no Le Mans Series e no FIA GT, sublinhando a sua excelência técnica.

A importância histórica do carro para Aston Martin, aliado a nobreza do seu motor e linhas suaves, mas sensuais, levaram à subida da cotação do DBR9, que hoje está avaliado em 2,2 milhões de euros.

Três destes carros estão este fim de semana no Estoril inscritos na prova do Endurance Racing Legends.

Maserati T61 Birdcage – 2 milhões de euros

Em 1959, o Maserati T61 Birdcage era um carro bastante evoluído para a sua época devido ao seu chassis multitubular.

Constituído por diversos pequenos tubos soldados entre si, formando triângulos, parecendo uma gaiola – ‘birdcage’ – o chassis do T61 permitia dar à máquina italiana uma maior rigidez para um menor peso, tendo ainda a sua carroceria formas muito aerodinâmicas.

Com um motor de seis cilindros em linha de três litros de cilindrada, o T61 era bastante competitivo, atingindo velocidades extremamente elevadas na recta das Hunaudières, em La Sarthe, porém, a fiabilidade deixava algo a desejar.

Na edição de 1960 das 24 Horas de Le Mans, um destes Maserati chegou a estar na liderança com mais de quatro minutos de vantagem para os Ferrari, mas um problema no motor de arranque atrasá-lo-ia definitivamente.

Ainda assim, o T61 Birdcage venceu os 1000 Km de Nurburgring de 1960 e 1961, mostrando que a performance estava lá, precisando apenas de ver a sua fiabilidade melhorada para poder ser um contendor consistente aos triunfos nas maiores provas de resistência internacionais.

Apenas dezassete unidades foram construídas pela Maserati, tornando-o num carro belo e exótico, razões que o tornam num dos modelos de Modena mais desejados, elevando a cotação até aos 2 milhões de euros, com algumas unidades a superar os três milhões.

Uma destas máquinas poderá ser contemplado por todos durante o Estoril Classics, indo para a pista integrado no pelotão do The Greatest’s Trophy.

Ferrari 512 BB LM – 2 milhões de euros

No final dos anos 1970, a Ferrari, depois ter percebido que o 512 BB tinha potencial para competição, desenvolveu para os seus clientes uma versão de corridas do mais performante carro de estrada do seu catálogo.

A primeira versão, muito idêntica ao modelo de produção, não alcançou os resultados esperados e a marca de Maranello no mesmo ano, em 1978, começou a trabalhar numa evolução, apurando a aerodinâmica com a ajuda da Pininfarina.

O resultado foi um GT que, muito embora mantivesse basicamente a mecânica, onde se destacava o motor de 12 cilindros opostos de 5 litros de cilindrada, tinha uma carroceria muito mais comprida e mais larga, aproveitando todas as liberdades do regulamento.

A performance melhorou significativamente e em 1981 um destes carros terminava no quinto posto da geral das 24 Horas de Le Mans, vencendo a classe GTX e batendo o seu grande rival, o Porsche 935 K3.

Apenas vinte e cinco carros destes foram construídos, o que é determinante para a sua elevada cotação de mercado, cerca de 2 milhões de euros, assim como as suas linhas exóticas e bem características do final dos anos 1970 e início dos 1980.

Um destes raríssimos carros estará no Estoril Classics, exibindo-se na grelha de partida do Classic Endurance Racing II.

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