Porsche Sprint Challenge, José Monroy: “Ter o selo da Porsche Motorsport dá muito trabalho, mas…”

Por a 29 Abril 2025 09:30

Para muitos, o simples facto de uma competição ter o selo oficial da Porsche já diz tudo sobre o seu nível de exigência. Mas o que poucos imaginam é o trabalho diário que isso exige — e o quanto essa exigência, no final, se transforma numa enorme mais-valia.

José Monroy explica sem rodeios:

“Qualquer projeto na vida pode ser bem-sucedido, mas dá muito trabalho. Desde o início, com a P21, conseguimos fazer um bom trabalho. Para mim, é simples: ou faço bem, ou prefiro não fazer.”

E este projeto, mesmo enfrentando a pandemia da Covid logo no início, avançou com toda a força. Muito graças a toda a experiência acumulada por Monroy no desporto motorizado — experiência que vai muito além daquilo que muitos conhecem.

“Antes de ser piloto, já estava muito envolvido noutras áreas do desporto. Comecei como comissário de pista, depois fui piloto do safety car, piloto de intervenção rápida, piloto do carro médico em provas internacionais… Trabalhei a organizar provas lá fora, formei comissários, até estive na primeira Fórmula 1 em Xangai a dar formação de segurança, ao lado do Eduardo Freitas. Muita gente nem sabe, porque nunca fiz questão de expor.”

Toda essa bagagem foi crucial para, mais tarde, aceitar o desafio de liderar uma competição com a chancela da Porsche Motorsport. E, apesar de todo o trabalho envolvido, Monroy reconhece que a Porsche Motorsport é muito mais do que uma entidade fiscalizadora.

“O que aprendi com a Porsche? Profissionalizei-me ainda mais. Eu, a minha equipa, e as equipas que correm connosco. Em Portugal, claro que já existiam equipas profissionais. Mas havia detalhes que ainda podiam ser elevados. E a Porsche Motorsport ajudou-nos a dar esse upgrade.”

Uma exigência que puxa todos para cima

Logo de início, alguns desses novos requisitos foram difíceis de implementar. Mas o tempo veio provar que eram passos necessários.

“No início, ninguém gosta muito de mudar. É normal. Mas depois percebem que seguir regras mais apertadas só os faz crescer. E estou a falar de pequenos grandes detalhes. Por exemplo, este ano tornámos obrigatório o uso de máquinas homologadas para o reabastecimento de gasolina. Em Portugal, noutros campeonatos, isso não é necessário. Mas connosco é obrigatório — por questões de segurança.”

Para Monroy, a segurança é — e sempre foi — o ponto número um.

“Quando era piloto, já pensava assim. E hoje, como organizador, ainda mais.”

Mas não é só na pista que se sente a diferença.

A nível de organização, de imagem, de comunicação interna, tudo foi elevado para um patamar superior.

“É mais trabalho, claro. Mas habituamo-nos. E todos os anos evoluímos. Temos workshops de direção de corrida, de marketing, de organização… E aprendemos sempre.”

Porsche: uma família, não um patrão

Se há algo que Monroy faz questão de sublinhar é a relação que tem com a Porsche. Longe de ser uma marca a impor regras de cima para baixo, é um verdadeiro parceiro.

“A Porsche para mim é uma família. Quando estamos todos juntos — todos os series managers — há uma partilha incrível. Estamos todos a aprender uns com os outros.”

Claro que há diferenças entre mercados. O que se faz no Brasil, por exemplo, com autódromos cheios e patrocinadores fortes, é difícil de replicar em Portugal. Mas a filosofia mantém-se: adaptar-se ao contexto local e evoluir sempre.

“Cada mercado é o seu mercado. Eu não posso querer fazer o que o Brasil faz. Mas aprendo com eles e aplico o que for possível cá.”

Uma plataforma de crescimento para pilotos e equipas

Outro ponto que orgulha Monroy é o papel formativo que o campeonato desempenha.

“É como no futebol: temos aqui um campeonato que forma pilotos e equipas para darem o salto para os maiores palcos. O Leandro Martins começou comigo. Foi a primeira vez que entrou num carro de competição. Hoje está a correr no GT CUP com um Porsche 992 GT3 Cup.”

Além disso, a exigência da Porsche Motorsport também se adapta à realidade dos pilotos portugueses, onde muitos são gentleman drivers — praticam o desporto como hobby, enquanto conciliam com as suas vidas profissionais ou académicas.

“Aqui não temos os pilotos profissionais full time. Temos pilotos rápidos, com talento, mas que têm outras prioridades na vida. E isso também influencia a forma como organizamos tudo.”

Trabalhar muito, mas com orgulho

No final do dia, Monroy resume o sentimento:

“É muito trabalho, sim. Mas é um sinal de que se está a fazer algo bem. E a Porsche Motorsport está lá, não para cobrar, mas para ajudar. Para nos fazer evoluir. Para puxar todos para cima.”

E isso é algo que se sente, dentro e fora da pista.

Fotos: NunOrganista e oficiais

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