F3, Q&A, Gabriel Bortoleto: Vencer título “na época de estreia, é muito especial”

Por a 2 Setembro 2023 13:34

Gabriel Bortoleto sucedeu a Victor Martin como campeão de Fórmula 3. O piloto brasileiro confirmou a sua conquista depois da sessão de qualificação da ronda de Monza do Campeonato FIA de Fórmula 3, sem precisar de alcançar a pole position. Sem que Paul Aron e Josep María Martí, os seus adversários diretos ao triunfo no campeonato, conseguissem a pole position e os dois pontos que são atribuídos ao polesitter, Bortoleto pôde celebrar. 

Em entrevista após a conquista, o novo campeão de F3 diz não ter palavras para descrever tamanha emoção. 

Q: És o Campeão da Fórmula 3 em 2023. Como é que isso soa?

Gabriel Bortoleto: É uma sensação incrível. De certeza que ainda não me apercebi da dimensão disto, acho que só me vou aperceber daqui a uma semana. Para já, é a realização de um sonho para mim, especialmente na época de estreia, é muito, muito especial.

Trabalhaste tanto para isto, o que é que este título significa para ti?

Bortoleto: É muita dedicação, muito trabalho árduo, muita confiança de todos os que me rodeiam e que depositam em mim. Há muita coisa envolvida para um título. Eu diria que antes da época tinha tido alguns bons resultados, mas nunca fui campeão no FRECA ou em qualquer outra competição, por isso, o facto da Trident confiar em mim, dando-me o lugar esta época e insistir em fazer de mim um Campeão é muito impressionante e algo que vai ficar comigo para o resto da minha vida. Há muita gente envolvida nisto, o meu treinador, a direção, muita gente e não posso agradecer a todos, nem tenho palavras para agradecer a toda a gente.

Dá para ver que estás muito contente, mas pensaste que podias vencer o campeonato na tua primeira época num campeonato tão competitivo e difícil?

Depois do nosso teste em Jerez, liderei o primeiro teste que fiz na Fórmula 3. Depois disso e também no Bahrain, sabia que podíamos ser competitivos, mas vou ser honesto, nunca pensei que podíamos ganhar o campeonato em Monza, chegando à última ronda com 38 pontos de vantagem sobre o segundo classificado. Por isso, diria que não pensei isso, tinha a certeza de que podíamos ser competitivos e terminar entre os cinco ou três primeiros. Numa época de estreante, isso é muito bom porque, no final do dia, o (Oscar) Piastri e o (Robert) Shwartzman foram os únicos a vencer na sua época de estreia na Fórmula 3. É fantástico e ainda estou a recuperar de todas as sensações.

Quando assumiste a liderança do campeonato, nunca mais a perdeste. Em que altura da época pensaste que podias vencer o título?

Diria que depois de Silverstone. Não foi uma das minhas melhores corridas. Fiz uma boa corrida de sprint onde terminei em 2º, mas depois a minha corrida principal não foi tão boa, terminei em 6º. Mas, mesmo assim, saí dessa ronda com cerca de 30 e tal pontos de vantagem. Naquele momento, faltavam apenas três rondas e pensei, ‘Muito bem, se fizer o meu trabalho e não cometer nenhum erro louco, podemos facilmente ir para Monza já com o título ou a lutar por ele na última ronda’. Foi isso que aconteceu.Não conseguimos vencer em Spa, mas aqui foi depois da qualificação.

Podias ter ganho o título em Spa, mas terminaste sem somar pontos e isso nunca tinha acontecido durante a temporada. Foi muito frustrante?

Foi muito frustrante, especialmente porque a Trident tinha ganho nos últimos quatro anos. Por isso, eu também coloquei um pouco de pressão sobre mim próprio para fazer um bom trabalho em Spa, porque é uma pista que a Trident sempre dominou. As condições não eram fáceis e cometi um erro na minha volta de qualificação. Terminei em 15º na qualificação e não foi um grande resultado para mim, mas depois nas corridas fui rápido. Consegui recuperar, mas depois fui tocado na primeira corrida e na segunda corrida, escolhemos, diria eu, os pneus errados. Mesmo assim, consegui recuperar bastante e quase cheguei aos adversários que estavam com os pneus slicks, não foi suficiente na última volta para ultrapassar [Franco] Colapinto e garantir o título. Voltei para o Brasil [de férias] com 38 pontos de vantagem, mas ainda não podia dizer que era campeão. Foi muito difícil.

Fazes parte da A14 Management, o que significa que o Fernando Alonso está envolvido na tua carreira. Qual foi a importância do Fernando em tudo o que fizeste?

O Fernando é uma lenda da Fórmula 1 e não só da Fórmula 1. Ele já pilotou em várias categorias e ganhou em todas elas. Não é apenas o meu empresário, mas também um ídolo para mim, porque desde que eu era muito jovem, o Fernando era quem vencia corridas na minha categoria dos sonhos, que é a Fórmula 1. Agora tê-lo como meu manager e a dar-me algumas dicas, especialmente antes do Bahrein e de Melbourne, e até do Mónaco, é algo especial. Com certeza, foi importante para o que fiz nesta época, porque houve momentos em que eu, que liderava o campeonato depois de Melbourne e tinha vencido a minha segunda corrida principal consecutiva, lembro-me de ele me ter enviado uma mensagem de voz de quase 10 minutos no WhatsApp. Disse-me muitas coisas boas, mas recordou-me que eu podia ter ganhado outras corridas no ano. E no momento em que comecei a ter dificuldades, porque provavelmente a dada altura iria ter dificuldades durante época e não estaria a ganhar, mas entre os cinco primeiros. Precisava aceitar isso e conquistar os pontos que precisava e acho que foi essa a minha mentalidade durante toda a época, porque veio diretamente dele e quando um tipo como o Fernando nos diz algo, acho que é melhor ouvirmos. Por isso, acho que foi muito especial.

Foto: Rudy Carezzevoli – Formula 1/Formula Motorsport Limited via Getty Images

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Pity
Pity
8 meses atrás

Título bem entregue. Bom piloto e inteligente. E com tiques de Kimi 😀😀😀. Achei graça, quando o engenheiro lhe pediu que cuidasse dos pneus, respondeu com a frase mais icónica do Raikkonen.

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