Fórmula E, Portland: Nick Cassidy venceu corrida de gestão, Félix da Costa no pódio

Por a 25 Junho 2023 02:37

Foi uma corrida estratégica, que acabou por ser decidida nas últimas voltas. O traçado fluido de Portland não permita muita regeneração e os pilotos foram obrigados a muita gestão de energia. Nick Cassidy (Envision Racing) destacou-se e venceu a corrida, com a companhia no pódio de António Félix da Costa (TAG Heuer Porsche Formula E Team) , que conseguiu uma excelente prestação. O português foi terceiro, atrás de Jake Dennis (Avalanche Andretti Formula E) , com quem teve uma luta acesa até ao fim.

Com céu limpo e pista seca, a Fórmula E enfrentou o desafio do circuito permanente de Portland, com Jake Dennis que saía da pole, ele que passou para a liderança do campeonato, roubando o lugar a Pascal Wehrlein. António Félix da Costa largava de sétimo.

Com os carros perfilados na grelha de partida, os pilotos preparam-se para o arranque da prova. Jake Dennis largou bem e manteve-se na frente do pelotão, enquanto Félix da Costa perdeu dois lugares nos primeiros metros. Nick Cassidy, que largou de décimo, era já sexto, enquanto Sebastien Buemi (Envsion Racing), seu colega de equipa, iam caindo na tabela. Félix da Costa já tinha recuperado dois lugares no final da primeira volta com os pilotos a fazerem muito “lift and coast” para conseguir poupar o máximo de bateria possível.

Na volta 3, Nico Muller (ABT CUPRA Formula E Team) perdeu a asa dianteira, numa altura em que os pilotos que seguiam mais atrás passaram pela zona de ativação do Attack Mode, enquanto Félix da Costa chegou a terceiro, com muitas trocas nos primeiros lugares. Nick Cassidy era já primeiro.

Na volta 5, o carro de Roberto Merhi (Mahindra Racing) ficou parado em pista e levou à entrada do Safety Car. Norman Nato (Nissan Formula E Team) era primeiro, com Félix da Costa em segundo, Dennis em terceiro, Cassidy em quarto e René Rast (NEOM McLaren Formula E Team) era quinto. Sasha Fenestraz (Nissan Formula E Team) apareceu com asa danificada (toque na primeira volta, com a asa a ceder depois) e foi obrigado a ir à box, ficando arredado da luta pela vitória. O recomeço deu-se na volta 8, sem grandes mudanças na frente, mas o top 3 foi ao AM. Félix da Costa voltou a passar pelo AM, pouco antes de Nico Muller teve uma falha catastrófica de travões, que levou a uma saída de pista violenta, o que motivou nova entrada do Safety Car.

A ordem era agora Cassidy, Max Gunther (Maserati MSG Racing) , Nato, Edo Mortara (Maserati MSG Racing) e Félix da Costa. A corrida nesta fase era muito estratégica. A preocupação maior dos pilotos era gerir o andamento de forma a chegar às últimas voltas com mais energia que a concorrência e fazer o ataque final. Era assim uma corrida algo confusa, com muitas trocas e com tudo em aberto até ao fim.

Depois de um longo período de Safety Car, a corrida foi retomada na volta 16. Nato foi para a frente, com Cassidy, Gunther e AFC nos primeiros lugares. Nato foi ao AM e Félix da Costa passou para o segundo lugar, à frente de um pelotão muito compacto. Mitch Evans (Jaguar TCS Racing), que andava no meio do pelotão, apresento-se para a luta pela vitória, tal como Sam Bird (Jaguar TCS Racing)e Robin Frijns (ABT CUPRA Formula E Team). A corrida de Pascal Wehrlein (TAG Heuer Porsche Formula E Team)  complicou-se com um toque que o atirou para as últimas posições. Félix da Costa passou para a frente da corrida, numa altura em que ninguém queria estar na frente, a dar o cone de aspiração aos adversários.

Chegamos à altura em que se definiam os verdadeiros candidatos pela vitória. Jean-Éric Vergne, que largou da via das boxes, por causa da penalização imposta à DS, já era quarto, mas sem energia para desfiar pela vitória. AFC mantinha-se na liderança e não queria abdicar dela. A fase de gestão já tinha acabado e agora era corrida “a sério”. Foram acrescentadas quatro voltas às 28 inicialmente planeadas, para compensar as duas entradas do Safety Car. Félix da Costa era dos pilotos que tinha mais energia na sua bateria e assumia-se como um dos favoritos à vitória. Cassidy passou para a frente da corrida na volta 27, passando o piloto português da Porsche. Jake Dennis pressionava Félix da Costa e passou o português numa boa manobra.

À entrada para o “tempo de compensação”, Félix da Costa regressou ao segundo lugar e voltava a pressionar Cassidy. Na volta 29, Félix da Costa passou para a frente da corrida e tentava segurar a liderança, mas Cassidy foi agressivo e regressou à liderança, numa grande luta com Félix da Costa. Cassidy conseguiu ganhar alguma margem e AFC tinha agora de defender o segundo lugar, mas Dennis conseguiu encontrar 1% de energia e o português não conseguiu defender-se do ataque final. Cassidy venceu a corrida, em mais uma excelente prestação, Dennis foi segundo e Félix da Costa foi terceiro.

Destaques

Apesar de ter sido uma corrida estratégica, foi uma prova animada, mas algo confusa nas primeiras voltas, com muitas ultrapassagens (só Félix da Costa fez mais de duas dezenas de manobras). Mas desde início de se entendeu que Félix da Costa, Cassidy e Jake Dennis seriam candidatos. Os Jaguar entraram nesse lote a meio da corrida, mas nunca foram realmente candidatos. O destaque vai para Cassidy que conseguiu a terceira vitória da temporada, em mais uma excelente prestação do piloto neozelandês, que este ano está numa forma estupenda. Conseguiu gerir a corrida de uma forma muito inteligente e atacou no momento certo, o que lhe deu a vitória. Jake Dennis deu aqui um passo importante na luta pelo título, saindo de Portland no primeiro lugar com 154 pontos, mais um do que Cassidy que está na luta. Pascal Wehrlein, com um fim de semana cinzento, perdeu a liderança e caiu para o terceiro lugar.

Félix da Costa fez uma boa corrida. Largou de sétimo, mas nesta corrida, o lugar na grelha não era importante e com a eficiência da unidade motriz Porsche tinha uma palavra a dizer. Mostrou que tinha tudo para vencer, mas atacou um tudo-nada mais cedo. Apesar desse pormenor, fez uma grande corrida e o pódio é um bom prémio.

Mitch Evans fez uma corrida de progressão e terminou no quarto posto, um resultado positivo e que o deixa ainda na luta pelo título, apesar de estar algo distante. Sebastien Buemi, em quinto, fez também uma excelente corrida de recuperação.

Nota negativa para a DS que não conseguiu recuperar da penalização (a equipa instalou um leitor RFID para poder saber que pneus os adversários usam e com isso foram contra as regras e largaram das boxes). Também para a McLaren e a Nissan não foi um bom dia e a tendência das unidades motrizes Nissan manteve-se, com boas prestações em qualificação, mas menor eficiência em corrida.

Faltam apenas dois fins de semana para o fim do campeonato. Duas rondas duplas (Roma e Londres) onde tudo se vai decidir. Dennis, Cassidy, Wehrlein são os favoritos, com Evans ainda a ter uma hipótese. Vergne é quinto no campeonato, à frente de Félix da Costa, cujo objetivo é ajudar o companheiro de equipa e, quem sabe, voltar a tentar lutar pela vitória, se Wehrlein voltar a ficar para trás. Félix da Costa voltou a dar-se bem com os ares dos EUA e traz um terceiro lugar para Portugal. Nota para o número total de ultrapassagens nesta corrida: 403!

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3 Comentários
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Pity
Pity
10 meses atrás

A diferença que faz uma pista permanente versus uma pista citadina. Hoje era “tudo ao molho e fé em Deus”, que nos deu uma corrida espectacular. É verdade que a Fórmula E não precisa de DRS para haver (muitas) ultrapassagens, mas o que vimos hoje, com os pilotos todos muito juntos, durante toda a corrida, foi inédito (ou quase).
Muito boa corrida do AFC, pena já ser tarde para lutar pelo título.

joaolima
joaolima
Reply to  Pity
10 meses atrás

Foi das mais fantásticas corridas da FE!

Pity
Pity
Reply to  joaolima
10 meses atrás

Sem dúvida, mas ainda assim, houve quem não gostasse e o “brindasse” com um negativo.

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