Fórmula 5000 (1968-1976): Só para verdadeiros pilotos


Tudo começou em 1965, quando o Sports Car Club of America tentou organizar um campeonato para monolugares de várias proveniências. Inicialmente aberta a carros com motores de 3 litros, ainda antes da entrada em vigor da mesma fórmula na Europa, a classe conhecida como Fórmula A apenas teve sucesso a partir de 1968, quando foi permitido o uso de motores de série até 5 litros. Construtores como a Eagle, a Surtees, a McLaren ou a Lola não perderam tempo e logo começaram a construir chassis, equipados com unidades motrizes oriundas de desportivos como o Ford Mustang ou Chevrolet Camaro. Atingindo potências de 500 cv, estes propulsores eram teoricamente capazes de fazer frente aos da Fórmula 1. Mario Andretti e Dan Gurney não se coibiam a dividir a pista com pilotos oriundos das competições regionais do SCCA.

O sucesso desta económica fórmula foi tal que a moda estendeu-se a outros países. O clube inglês BRSCC logo criou um campeonato britânico (incluindo provas no continente), que atraiu a atenção de vários pilotos em início de carreira na Fórmula 1. Estes olhavam para a nova competição como rampa de lançamento para a categoria superior (a

F1), ao mesmo tempo que podiam pilotar carros com potências semelhantes.

Peter Gethin, David Hobbs, Jody Scheckter, Guy Edwards e Brett Lunger, entre outros, passaram pela F5000 com excelentes resultados, notando-se o triunfo de Scheckter nesta competição, em 1973.

Do outro lado do mundo, a Fórmula 5000 suplantou a Fórmula Internacional de 2,5 litros na Tasman Series em 1970. As corridas australianas e neo-zelandesas desta competição tornaram-se o feudo dos talentosos pilotos locais, como Graham McRae, Frank Gardner ou John McCormack, embora não fosse rara a presença de “continentais” como Teddy Pilette nas grelhas de partidas.

O canto do cisne para a Fórmula 5000 ocorreu em 1976. Noseu principal mercado, o americano, os carros foram carenados e transformados na nova Can-Am, que decorreu entre 1977 e 1986. Na Europa, os F5000 foram substituídos pelo Campeonato Aurora, que permitia a participação de F1 usados, enquanto na Austrália a Tasman Series deu lugar à série Gold Star, ainda com os F5000, até esta ser misericordiosamente alvo de eutanásia em 1981.

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