A primeira edição das 500 Milhas de Indianapolis (1911)

No princípio eram tijolos! Indianapolis Motor Speedway foi construído no Verão de 1909, num terreno de cerca de 329 acres, situado a uma dezena de quilómetros da capital do Estado do Indiana. Nessa altura, aquilo eram terrenos agrícolas – hoje, quase cem anos depois, da pista veem-se as torres mais altas da cidade e, ao lado, existe uma outra, chamada…Speedway!

Mas, regressando a 1909, o projeto de construção da pista que viria a tornar-se num emblema do automobilismo mundial foi financiado por quatro capitalistas locais, todos eles animados por uma franca e saudável paixão pelos automóveis: Carl Fisher, James Allison, Frank Wheeler e Arthur Newby. O desenho da pista obedeceu a critérios muito rígidos, que incluíam a execução de quatro curvas perfeitamente iguais, todas elas para a esquerda, com um ‘banking’ (inclinação) de exatamente 9 graus e 12 minutos e precisamente 402,6 metros desde a entrada à saída. Entre cada uma destas duas curvas, duas retas absolutamente paralelas e iguais, por forma a que tudo totalizasse uma pista de 2,5 milhas de perímetro. Nessa altura, o piso escolhido foi a terra batida que, mais tarde, foi coberta por tijolos – nada mais que 3,2 milhões de unidades, transportadas por comboio da parte ocidental do Estado. Tudo porque o piso em terra se revelou desastroso na corrida de inauguração, uma prova de motos e automóveis, em Agosto deHoje, desses tijolos apenas resta uma estreita faixa, em plena reta da meta – a chamada Brickyard. No ano seguinte, 1910, a fraca adesão do público aos três eventos organizados provocou a proposta de uma única prova. Assim, a primeira edição das 500 Milhas foi realizada em 1911, no Memorial Day, 30 de Maio. Foi ganha por Ray Harroun, num Marmon/Wasp, depois de ter largado de 28º. Desde então, e com as interrupções motivadas pelas duas guerras mundiais, a prova relizou-se sempre no último domingo de Maio, mas com exceções: sempre que chove, a ação na pista de Indianapolis é interrompida e a prova adiada sucessivamente 24 horas, até poder ser realizada sem perigos adicionais.