Ricardo Leal dos Santos desceu ao “inferno”

Ricardo Leal dos Santos e Pedro Pires de Lima, em BMW X5, tiveram hoje um dia muito complicado, com a segunda etapa do Dakar a mostrar-se madrasta para o Pioneer Desert Team Delta Q. Numa jornada marcada por inúmeros atascanços, em vários pontos do percurso, o piloto assume que era difícil fazer melhor.

“O tempo que perdemos ontem, com o problema de turbo, acabou por ser fatal e hoje condicionou toda a nossa corrida”, explica Ricardo Leal dos Santos que acrescenta: “O facto de partirmos atrás de diversos camiões, fez com que apanhássemos a pista muito mais cavada e quando se chegava a uma zona de fesh fesh a zona já estava num caos. Em África isto é comum, mas temos alternativas. Aqui só havia vegetação. De uma vez fiquei trancado entre dois camiões. Noutra um camião deu-me cabo da porta. A certa altura, a areia fina  já me chegava aos joelhos. Nem dava para ver os pedais do carro. Noutra, foram os macacos que deixaram de funcionar. Na parte final, onde estavam mais de duas dezenas de carros, a solução foi atirar o BMW, qual elefante desembestado, contra a vegetação, para passar de qualquer maneira, por cima dela. Pelo meio ainda houve alguma cooperação entre equipas e acabei por ceder a nossa cinta ao Francisco Inocêncio, que teve de ser rebocado por um camião. É também isto que é o Dakar na sua parte menos agradável”.

Com uma especial de mais de 600 km, os competidores entram amanhã na estrada da Patagónia que vem acompanhada de uma troca significativa de terreno. A paisagem é mais ondulada e positiva para os que gostam de grandes curvas. Devem-se orientar pelos lagos que cercam o caminho e pela grande quantidade de flamingos rosas presentes no local.