Rally dos Sertões arranca hoje, até 10 de setembro: “o maior rali do mundo”

No ano em que completa três décadas, Sertões auto denomina-se como o maior rali do mundo num ano de celebração do bicentenário da Independência. O percurso pretende reunir o melhor desses primeiros 29 anos e os números ajudam a mostrar a grandeza do evento, que arranca hoje, 26 de agosto e decorre até 10 de setembro.

A partir de Foz do Iguaçu, serão 7.216 quilômetros – roteiro mais longo da história – passando por oito estados das cinco regiões do país – pela ordem, Sul, Sudeste, Centro Oeste, Nordeste e Norte – até a chegada, em Salinópolis (PA).

Liga o Oiapoque ao Chuí e que também revela as belezas de um país-continente – vai atravessar nossos cinco principais biomas: Mata Atlântica, Pantanal, Cerrado, Caatinga e Amazónia.

O Sertões 30 anos será um capítulo marcante de uma história iniciada em 1993 sobre duas rodas, que, dois anos depois, abriu espaço também para as quatro rodas. E desbravou o país revelando várias de suas belezas – 117 cidades receberam a caravana ao longo desse período. Somada a distância total desde a edição pioneira, foram 184 mil quilómetros percorridos, ou quatro voltas completas na Terra.

Caminhos que atraíram desde os primeiros anos competidores estrangeiros, com direito à participação dos principais destaques nos ralis cross-country. ‘Feras’ como Stephane Peterhansel, Carlos Sainz, Nasser Al-Attiyah, Marc Coma e Cyril Despres, que levaram na bagagem troféus e ótimas impressões de uma prova única.

E ajudaram a construir, ao lado de grandes pilotos e navegadores brasileiros, uma história que fez do Sertões um evento reconhecido em todo o mundo, cujas próximas páginas começam a ser escritas em um mês.

Este ano, um percurso inédito, o maior da história, que vai cortar o Brasil de Sul a Norte. Terá como cenário cinco biomas: Mata Atlântica, Pantanal, Caatinga, Cerrado e Amazónia.

– A maior especial da história: 601 km – 6ª Etapa – no Mato Grosso

– Partida e chegada inéditas: Das Cataratas do Iguaçu (PR) ao mar de Salinópolis (PA)

– 914 km de Maratona, onde o competidor não conta com apoio mecânico

– Tesouros da natureza: O Sertões vai promover a Ilha do Bananal (TO), revisitar os desfiladeiros do Viana (PI); e passar por percursos inéditos do deserto do Jalapão (TO), além da largada das Cataratas, uma das maravilhas mundiais da natureza.

Em 29 anos de Rally dos Sertões, 184.000 km rodados, distância equivalente a 4 voltas completas na Terra, 267 etapas, que já passaram por 131 cidades nas 5 regiões do país.

58 mil km de especiais (trechos contra o relógio), 117 cidades já receberam o Sertões, 2.374 competidores passaram pelo Sertões nesses 29 anos, 27 países representados com competidores dos cinco continentes (América, Europa, Ásia, África e Oceania)

Cidades que mais receberam o Sertões: Goiânia (18); Palmas (14); Fortaleza (10) e Natal (7). Cidades em que mais largou: Goiânia (16x); SP (10 sendo: 1 Campos Jordão e 1 Mogi Guaçu). 1993 marcou a primeira edição do rali, em 1995 foi a estreia dos carros, em 1998 a estreia dos camiões, em 2001 a estreia dos Quads e em 2012 estreia dos UTVs (SSV)

Maior vencedor nas Motos: Jean Azevedo (7 títulos), nos Quads , vários pilotos empatados, Carlo Collet, Robert Naji Nahas e Marcelo Medeiros (4 títulos)

Nos autos, maior vencedor é Guilherme Spinelli (5 triunfos), o navegador mais vencedor é mais Beco Andreotti (4 triunfos).

O Rally dos Sertões é uma prova icónica, um evento que tem o Brasil como pano de fundo e liga o Brasil. A caravana do Sertões conta com cerca de 2 mil pessoas que ativam a hotelaria, restaurantes, postos de combustível, mercados; etc.

Muitos e bons nos autos

A categoria mais rápida dos ralis cross-country chega ao Sertões BRB 30 anos mais uma vez com força total e um plantel de respeito.

Juntos, os irmãos Christian e Marcos Baumgart somam cinco conquistas no Sertões – quatro do primeiro (2016/2017/2018/2021) e uma do segundo (2020). Com Beco Andreotti e Kléber Cincea, respetivamente, como navegadores, eles seguem com as Pick up Toyota Hilux V8 IMA T1 FIA e a impecável estrutura da equipe X Rally. Que alinha outro modelo semelhante para Sylvio de Barros.

Dispostos a voltar ao alto do pódio após vencerem em 2019, Lucas Moraes e Kaíque Bentivoglio (MEM Motorsport) alinham com um modelo que tem tudo para ser a sensação do Sertões BRB 30 anos: a novíssima Toyota Hilux V6 Overdrive, enquadrada internacionalmente na categoria T1 +. Campeã do último Dakar, ela traz rodas de maior diâmetro, maior largura da carroceria e curso aumentado das suspensões. Júlio Capua (R.Mattheis) também vai alinhar um T1 +.

Outro que é forte candidato a um lugar no pódio final é o Buggy Century CR6 de Marcelo Gastaldi e Cadu Sachs. O piloto disputou as duas últimas edições do Dakar com ele e, no Sertões 2021, depois de enfrentar problemas no início, mostrou o potencial do protótipo desenvolvido na África do Sul e equipado com motor Chevrolet V8.

Também há atrações nas demais categorias. Uma delas é o retorno de um dos pioneiros brasileiros nas provas de cross-country. Com cinco títulos do Sertões (três como piloto nos caminhões, hoje não mais em disputa; e duas como navegador nos carros), André Azevedo vai viver a emoção de atravessar o Brasil ao lado do filho, Lucas, na categoria Amigos, na qual ambos podem mudar de posição.

E numa modalidade em que piloto e navegador se completam com papéis bem distintos, tem quem vá fazer as duas coisas numa iniciativa inédita no Sertões. Três vezes vitorioso navegando para Guilherme Spinelli, o maior campeão entre os Carros até então com 5 títulos, Youssef Haddad resolveu passar para o banco da esquerda. E não terá ninguém a seu lado. Engenheiro mecânico de formação, ele resolveu encarar o desafio sozinho, com uma picape Mitsubishi L200 Triton. Vai pilotar se orientando com a ajuda de um sistema semelhante ao usado nas motos – a planilha, em forma de rolo, vai avançando por meio de um comando junto ao volante.

Nos SSV, a modalidade que mais cresce no off-road brasileiro e também português, garante novamente o maior plantel nos Sertões BRB 30 anos. Ao todo, 83 UTVs estão inscritos para encarar uma maratona que, para marcar as três décadas do desafio e o Bicentenário da Independência, se transformou no maior rally do mundo, com os 7.202 quilômetros, dos quais 60% de trechos cronometrados, que ligarão Foz do Iguaçu (PR) a Salinópolis (PA), de 26/8 a 10/9. O número inclui aqueles que optaram por fazer o Sertões Sul, até Palmas; ou o Sertões Norte, da capital tocantinense à cidade paraense, uma das novidades da edição.