Q&A, Filipe Palmeiro: “Vai haver muito mais dificuldades neste Dakar”

Por a 28 Novembro 2019 16:42

Filipe Palmeiro tem previsto participar novamente no Dakar com Boris Garafulic, mas isso não está garantido devido aos crescentes tumultos que assolam o Chile, e tal como sucedeu em Portalegre, Boris Garafulic pode optar por não disputar a prova da ASO, desta feita na Arábia Saudita, pelas mesmas razões que não veio a Portugal: Receio que a crise no Chile se agrave ainda mais e que as fronteiras possam fechar. Incerteza à parte, o navegador luso da X-Raid falou-nos do Dakar 2020 e das novas regras que devem equilibrar bem mais as coisas.

Este ano de 2019, começou muito bem para Filipe Palmeiro, que assegurou ao lado de Boris Garafulic a sua melhor classificação de sempre no Dakar, o oitavo lugar, mas o resto da temporada foi anárquica: “O meu ano de 2019 não foi dos mais ativos, tive um Dakar que correu bem, com a nossa melhor classificação, mas depois disso estive em Abu Dhabi com o Stephan Shott, e com o Boris (Garafulic), várias situações levaram a que as coisas não tenham corrido como queríamos. Estivemos previstos para Portalegre, mas com a situação que se começou a viver no Chile ele não quis sair do país, de modo a ficar junto da família pois havia o receio de fecharem as fronteiras” começou por dizer Palmeiro, que falou também das 24 Horas de Fronteira que se realizam no fim-de-semana: “Vou novamente como uma espécie de Team Manager da nossa equipa, a X-Raid, vamos ver se é desta que conseguimos ganhar, depois de três anos de participações, logo se vê se é mesmo desta”. Quanto ao Dakar: “Estamos inscritos, está tudo a ser preparado para corrermos, mas como já se percebeu pode haver a possibilidade de não fazemos o Dakar, por causa da situação no Chile. E só há plano A…”

Navegação mais importante

Com a notícia que na próxima edição do Dakar os road-book irão ser entregues em quatro ou cinco etapas apenas uns minutos antes do arranque para a especial, Filipe Palmeiro entende que isso vai ter um grande efeito no desenrolar da prova: “Eu penso que vai equilibrar as coisas, o road book ser apenas entregue pela manhã em vez de termos a noite toda, ou parte dela. Por vezes, desde que chegávamos no final do dia, até ao dia seguinte trabalhava-se no road book, agora vamos ter cinco minutos só para dar uma vista de olhos muito rápida e isso provavelmente vai equilibrar muito as coisas, pois a navegação vai ser mais complicada.

Entendo que que vai haver mais situações críticas. Lembro-me de quando o Diretor da Prova era o David Castera, o Dakar foi sempre muito mais difícil em termos de navegação, depois, a seguir, com o Marc Coma, já não havia situações tão complicadas, embora também não fosse fácil. Portanto, vai haver muito mais dificuldades. Penso que a navegação vai ganhar outra vez importância, e vai ser necessário cometer o mínimo de erros possível. Os carros da frente, que normalmente abrem a pista, e as motos, vão ter mais problemas do que tiveram nos anos anteriores” disse Palmeiro que é de opinião que o próximo Dakar pode ter muitas surpresas: “Conforme se percebeu em Marrocos, já se provou um bocadinho que tudo pode acontecer. Penso que vai ser superinteressante, vamos voltar outra vez a ter muitos quilómetros, todas as especiais vão ser extensas, só temos uma especial com menos de 350 km. Em termos de mecânica dos carros Vai ser novamente super importante. Vamos ver, se calhar vai haver carros, mesmo mais equipas de topo, a ter mais problemas”.

“Temos que pensar que é um país novo, e tal e qual como quando no primeiro ano chegamos à América do Sul, tivemos um Dakar estranho, houve muitas desistências, andámos em pistas que depois nunca mais foram usadas, até acabou por ser uma experiência para a própria organização. Portanto, tudo pode acontecer. Vamos ter muita areia, muita pedra, irá ser uma mistura que pode marcar a diferença, especialmente em termos de pneus, vai haver provavelmente muitos furos, nas provas que lá tem havido do campeonato nacional, tem havido muitos furos, portanto, vai ser Dakar muito interessante” disse Filipe Palmeiro que revela que de acordo com o que já se sabe do percurso, não vai haver tantas diferenças em termos de temperatura, de altitude, nem demasiado calor: “A altitude era uma coisa que na América do Sul marcava a diferença, mas desta vez vamos no máximo a 1400 metros”.

Alonso é presença positiva

Filipe Palmeiro é ainda de opinião que a presença de Fernando Alonso no Dakar 2020 é positiva: “Eu acho que é sempre bom nós termos este tipo de pilotos, faz falta e ainda por cima eu considero o Fernando um lutador, acho que não é um piloto qualquer, não é um piloto só de circuito, é um piloto completo. Se calhar não já neste seu primeiro ano, mas se continuar e se tiver vontade é um piloto que no futuro pode vir a ganhar o Dakar. Até hoje isso nunca aconteceu, um ‘rookie’ ganhar o Dakar, e eu não acredito que seja a estratégia dele, nem eu o vejo a colocar-se nesse patamar, se calhar o (Sébastien) Loeb tinha sido um piloto muito mais evidente a colocar-se nessa posição, do que o Alonso, mas se calhar o Alonso é muito mais persistente. Se calhar é capaz de o conseguir um dia”, disse Palmeiro, que está a tentar, no próximo ano, realizar mais provas: “Esse foi um dos temas que eu tentei assegurar com a X-Raid, fazer mais corridas, independentemente de ser com o Boris (Garafulic) ou não. Em princípio consegui, vamos ver se no final vai resultar ou não, se vai passar por Portugal, mas tanto pode ser uma Taça do mundo de Bajas, pode ser a Taça do Mundo de Rali Raids, vamos ver”

Portugal em grande

Filipe Palmeiro aproveitou para olhar um pouco para Portugal e nesse particular… estamos bem: “Acho que TT nacional recomenda-se.

Tem que se manter esta aposta, viu-se por Portalegre, pela quantidade de inscritos que tivemos nos Side by side, neste momento, cada vez mais há mais participantes, fazia falta este tipo de solução ligeiramente mais barata do que os carros, e portanto acho que este foi um ano positivo no TT nacional. Olhando para a decisão do título, foi até ao fim, tivemos candidatos fortes até à última prova, a vitalidade da competição também se revela pelo facto de termos tido vários carros diferentes, alguns que nos fazem de sonhar. Temos em Portugal um parque automóvel que não deixa nada a desejar…”, disse.

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