Paulo Gonçalves: “As coisas estão mais difíceis mas ainda falta Marrocos para decidir quem é o Campeão do Mundo”

Paulo Gonçalves terminou a edição de 2014 do Rally dos Sertões no segundo lugar da geral a 3m23s do espanhol Marc Coma, e com este resultado, o piloto português está agora a dez os pontos do espanhol na luta pelo título de 2014, prémio que só será entregue no início de outubro em Marrocos. Vencedor da última etapa, Paulo Gonçalves abriu a especial de 125,88 quilómetros cronometrados sem nunca perder o comando, ganhando 1m14s a Marc Coma, segundo classificado na frente do brasileiro Jean Azevedo, mas a diferença não chegaria para triunfar: “Foram oito dias de corrida, eu venci cinco, tenho de estar contente com o meu desempenho e com o desempenho da equipa HRC, acho que estamos todos fizemos um trabalho extraordinário. A única coisa que faltou mesmo foi a vitória final, faltou uma ‘pontinha’ de sorte”, comentou o piloto oficial Honda: “É motivador saber que estamos competitivos a este nível, termos ganho mais de metade das etapas deste rali. Em termos de Campeonato do Mundo as coisas estão um bocadinho mais difíceis, temos dez pontos a separar-nos, todavia falta Marrocos para disputar e é aí que se vai decidir quem é o Campeão do Mundo de 2014”, disse Paulo Gonçalves, que fez um balanço da sua prova:

“O Rally dos Sertões começou com um pequeno Prólogo com cerca de 10 quilómetros, que venci, mas na primeira ‘especial’ cronometrada, tive um pequeno problema no início e tive de parar para o resolver, acabei por perder pouco tempo e fiquei em terceiro da geral. Na segunda etapa estava com um ritmo bastante forte, foi pena a ‘especial’ ter sido encurtada porque isso fez com que os que os quilómetros fossem poucos para eu recuperar mais tempo. Ainda assim recuperei cerca de 1m40s para o líder da corrida. No dia seguinte realizámos a ‘especial’ mais longa, com 210 quilómetros, arranquei na frente, terminei na frente, abri toda a ‘especial’, sabia que iria perder algum tempo mas fiquei extremamente satisfeito com o desempenho da Honda CRF 450 Rally, funcionou tudo na perfeição” disse Gonçalves que partiu para as derradeiras tiradas com vontade de chegar ao triunfo: “A quarta etapa foi muito boa, a maior do rali, com 360 quilómetros cronometrados, andei bastante bem, apenas no segundo setor me descontrolei um bocado e acabei por ter uma pequeníssima queda, perdi algum tempo, mas no último setor recuperei, ganhei a ‘especial’ e recuperei tempo ao Marc Coma. Faltava ainda meio rali e a CRF 450 Rally estava a funcionar de forma extraordinária. Na etapa maratona arranquei numa posição favorável, ataquei bastante, sensivelmente ao km 90 apanhei o Jean, havia muito pó e foi muito difícil aproximar-me dele. Não consegui passá-lo, acabei por vir no ritmo dele até ao final, consegui vencer a ‘especial’ e recuperei mais algum tempo para o Marc Coma. Na corrida as coisas ficaram um bocadinho difíceis porque a diferença era ainda significativa, cerca de quatro minutos. No último dia venci novamente, mas não chegou!”, concluiu.