Vitória histórica da Audi no Rali Dakar: eletrificação ganhou no deserto

Por a 20 Janeiro 2024 10:41

Quando chegou em 2022 poucos julgavam ser possível, mas depressa se percebeu que a tecnologia automóvel está a evoluir tão rapidamente e em tantos sentidos, que era uma questão de tempo até que um híbrido vencesse no Dakar. Foi o que sucedeu este ano com o Audi RS Q e-tron de Carlos Sainz a Lucas Cruz, que triunfaram no mais duro rali do mundo, e logo com um automóvel com um sistema de propulsão inovador…nos desportos motorizados, porque na indústria automóvel já se vai mais à frente…

Carlos Sainz/Lucas Cruz alcançam quarta vitória pessoal e a Audi volta a estabelecer um marco histórico no desporto automóvel, depois de ter trazido a tração total para os ralis em 1980. 44 anos depois volta a fazer história com o triunfo híbrido no Dakar.

Pela primeira vez, um protótipo de baixas emissões com tração elétrica, bateria de alta tensão e conversor de energia vence o mais duro rali de deserto do mundo: o Audi RS Q e-tron.

“Parabéns à Team Audi Sport pela vitória no Rali Dakar”, disse Gernot Döllner, Presidente do Conselho de Administração da Audi AG. “A Audi estabeleceu mais uma vez um marco no desporto motorizado. Vencer o rali no deserto mais difícil do mundo com uma unidade eletrificada é um visível avanço tecnológico e aponta o caminho para o nosso futuro elétrico.”

Como funciona o Audi RS Q e-tron

O carro é um híbrido, com ‘nuances’. resumidamente, o carro tem dois motores elétricos e um motor de combustão, que está ligado a um gerador de energia, que mantém a bateria sempre carregada, e tudo o resto funciona como uma carro elétrico normal, cuja energia da bateria é transmitida às quatro rodas, no caso dos carros de tração total elétrica, claro, pois também há, e são muitos, elétricos de duas rodas motrizes.

O RS Q e-tron tem dois motores elétricos, um à frente, outro atrás, semelhante ao grupo motopropulsor da Audi na Fórmula E, que são alimentados por uma bateria de 52 kWh de capacidade. Esta é uma bateria pequena, que nunca aguentaria as distâncias do Dakar, mas o motor de combustão, oriundo do programa do DTM da marca, um quatro cilindros de dois litros, turbo, alimenta o gerador que por sua vez alimenta as rodas.

É basicamente como o sistema e-Power da Nissan, um híbrido em série em que os motores elétricos movem as quatro rodas, e o motor a gasolina funciona apenas como gerador, armazenando sempre energia na bateria, que nunca descarrega enquanto o motor de combustão a alimentar.

A vantagem deste sistema de tração integral elétrico é que o fornecimento de energia é assegurado por uma bateria de alta tensão e um conversor de energia que funciona com combustível sintético baseado em reFuel, o que proporciona uma redução de 60% nas emissões de CO2 em comparação com os combustíveis convencionais: “Com a nossa revolucionária propulsão eletrificada superamos um dos maiores desafios do desporto automóvel em apenas três anos. Estamos assim a dar continuidade a uma longa série de realizações pioneiras que sempre caracterizaram a Audi em quatro décadas de desporto automóvel.

Gostaria de agradecer a toda a equipa por este excelente desempenho numa edição particularmente difícil do Rali Dakar”, diz Oliver Hoffmann, Membro do Conselho de Administração da Audi AG na área do Desenvolvimento Técnico.

No Rali Dakar, a Audi enfrentou a Toyota e a Ford, bem como os experientes elementos da Prodrive, que provaram ser adversários difíceis, já que a luta foi mesmo até ao fim. .

“Todos se uniram para tornar possível este resultado histórico para a Audi”

A dupla Carlos Sainz/Lucas Cruz assegurou a liderança de forma interrupta desde a sexta etapa. Para os dois espanhóis, que terminaram em primeiro lugar em 2010, 2018 e 2020, este é o seu quarto sucesso com uma marca diferente, incluindo o segundo do Grupo Volkswagen. No entanto, o bicampeão mundial de ralis Sainz e o seu experiente copiloto tiveram de se empenhar até ao fim. Sébastien Loeb/Fabian Lurquin, da equipa BRX, foram fortes perseguidores que continuaram a reduzir a diferença até que o seu carro sofreu danos no penúltimo dia. “Foi um desempenho avassalador da equipa.”, disse o chefe da Audi Motorsport, Rolf Michl. “Todos se uniram para tornar possível este resultado histórico para a Audi. Um grande obrigado a esta maravilhosa equipa. Escrevemos um novo capítulo para a Audi, mas também na história do Rali Dakar.”

Muitas etapas diárias com mais de 400 quilómetros, duas etapas de maratona com assistência limitada ou mesmo sem serviços, bem como 4.600 quilómetros cronometrados e 7.883 quilómetros no total caracterizaram o Rali Dakar 2024. Estradas de pedra e de cascalho afiado, mas também cadeias de dunas imponentes no Bairro Vazio (Rub’al-Khali) da Península Arábica e navegação muitas vezes difícil exigiram tudo das equipas. Carlos Sainz, que aos 61 anos recorda uma carreira de rali que abrange cerca de quatro décadas, registou um total de oito dias na liderança com Lucas Cruz nas doze etapas.

As duas outras equipas Audi também tiveram um bom desempenho no início. Os suecos Mattias Ekström/Emil Bergkvist venceram o prólogo e chegaram ao segundo lugar, atrás de Sainz/Cruz, no dia de descanso, após seis etapas. No entanto, um defeito no eixo traseiro na sétima etapa custou-lhes todas as hipóteses. Stéphane Peterhansel, detentor do recorde de 14 vitórias no Dakar, estava em sexto lugar após a sua 50ª vitória na etapa com automóvel e a 83ª na geral. Mas um defeito no sistema hidráulico atirou-o a ele e ao seu compatriota francês Edouard Boulanger para o 22º lugar na sexta etapa.

Ambas as equipas então ao serviço do Team Audi Sport. O Diretor da Audi Motorsport, Rolf Michl, e Sven Quandt, Chefe de Equipa do parceiro de entrada Q Motorsport, implementaram uma estratégia perfeita numa exigente 46ª edição do rali e a direção pôde contar com as suas fortes equipas de pilotos em todos os momentos. O pessoal da equipa também trabalhou de forma incansável e fiável durante este rali fisicamente exigente, longo e difícil. Ekström/Bergkvist terminaram a prova entre os 50 primeiros.

A Audi Sport evoluiu e amadureceu o altamente eficiente Audi RS Q e-tron de forma a chegar à vitória em apenas três anos. Sob a direção técnica do Dr. Leonardo Pascali, a Audi Sport estabeleceu um marco histórico com o inovador sistema de propulsão: depois de a tração integral quattro ter mudado para sempre os ralis na década de 1980 e, subsequentemente, ter alcançado inúmeras vitórias e títulos, a Audi demonstrou uma grande força em Le Mans.

O eficiente motor TFSI, a tração integral eletrificada e-tron quattro e tecnologias individuais, como a luz LED Matrix e a iluminação laser Audi, representam um elevado nível de inovação e avanço tecnológico. O primeiro carro de competição totalmente elétrico da Audi fez então a sua estreia na Fórmula E, antes de a marca enfrentar os desafios extremos do Rali Dakar e concluí-lo com sucesso enquanto o primeiro fabricante a utilizar um sistema de propulsão eletrificado.

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2 Comentários
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jacinto-18
jacinto-18
3 meses atrás

Esta electrificaçao, podem c@gar nela. Desculpem é só um desabafo.

jo16061702
jo16061702
3 meses atrás

Tentar colocar isto como um eléctrico com nuances ou um híbrido com nuances para fazer parecer que os elétricos já estão a um nível próximo de ganhar o dakar é só ridículo. Tentar atirar areia para os olhos é dizer pouco. Literalmente é um carro com motor de DTM a funcionar constantemente. Por acaso usa tecnologia de elétrico como fachada e propaganda, mas de elétrico comum tem muito pouco. Não tentem enganar! E depois misturam tudo e tornam a dar a ver se cola. Metam combustível sintético no carro do Loeb e vejam se ele não polui menos 60% também.… Ler mais »

Last edited 3 meses atrás by Jo16061702
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