WRC, Rali da Catalunha: O resumo do segundo dia de competição

Dani Sordo dormiu esta noite com a noção e felicidade de saber que era o novo líder do Rali da Catalunha, capitalizando nos problemas dos rivais e no facto de partir mais atrás para assumir o comando do seu rali ‘caseiro’. O piloto espanhol tinha ainda outro alento: saber que entre o dia de hoje e amanhã, os troços decorriam exclusivamente no seu piso favorito de asfalto, com os 17s de vantagem amealhados a poderem ser muito vantajosos na hora de lutar taco-a-taco com Sébastien Ogier, o segundo classificado.

Apesar de não ter ganho nenhuma das duas primeiras classificativas, o dia até começou bem para o espanhol, que a certa altura até aumentou essa vantagem para 17,5s. Só que a partir do furo de Latvala na PEC 10 e dos problemas de outros rivais, Ogier entrou numa série furiosa de cinco triunfos consecutivos em especiais, encurtando em cada um deles a diferença que o separava de Sordo e acabando mesmo por ultrapassar o piloto espanhol na PEC 14. O curto troço de Salou foi apenas a confirmação do que até aí tinha acontecido, embora Sordo tenha justificado os mais de 4 segundos que deixou cair na última especial do dia com a necessidade de dar espetáculo para os seus fãs.

MANHÃ

PEC 8 e 9

Dani Sordo reforçou a liderança do Rali da Catalunha, depois de ser o segundo mais rápido na PEC9, a primeira passagem por Capafonts. O troço de 19,93 km teve como vencedor Jari-Matti Latvala, que foi assim o mais rápido pela segunda vez consecutiva esta manhã, desta feita por apenas 0,7s. Já Ogier perdeu 1,3s para o seu colega de equipa finlandês e 0,6s para o espanhol, com a diferença na geral a subir para 17,5s.

Kris Meeke, por outro lado, voltou a ser atingido pelo azar, sofrendo um furo no pneu dianteiro do lado direito à passagem pelos primeiros 10 km do troço, caindo assim 27,2s em relação a Latvala. Outro azarento é Craig Breen, que começou a classificativa atrás de Latvala na ordem de partida, depois de ter sido forçado a reparar o seu DS 3, com problemas no eixo de transmissão, na seção de estrada que ligava a PEC anterior a Capafonts., perdendo 1m39,1s.

Thierry Neuville e Hayden Paddon continuam a mostrar o bom andamento da Hyundai, com o quinto e sexto tempos mais rápidos, atrás de Andreas Mikkelsen, terceiro classificado da geral e quarto neste troço.

PEC 10

Depois de dois anos de ausência do itinerário, a passagem por Querol estava de regresso ao Rali da Catalunha – uma classificativa que começa na vila de Pontils, onde a estrada é apertada, mas apresenta uma boa superfície, até atingir o cruzamento de Esblada, a meio do percurso. A partir daí torna-se ainda mais estreita até à sua conclusão, em Pont d’Armentera.

O mais rápido nesta terceira especial da manhã, Sébastien Ogier, chegou ao fim do troço satisfeito, mas ‘avisou’ Dani Sordo que tem mais para dar: “Ok, ainda existe alguma água no piso. Mas foi uma boa classificativa. Bem divertida. O Dani está a andar bem, mas eu não estou preparado para correr riscos máximos ainda. Não estou no limite”, confirmou.

Já o espanhol queixou-se da posição na estrada: “As sensações com o carro são boas, mas havia zonas muito sujas. É melhor ser o primeiro na estrada”, garantiu, numa ‘boca’ a Ogier, com quem disputa a liderança, agora encurtada para 14,5s.

Latvala, Meeke, Neuville e Mikkelsen completaram o lote dos seis mais rápidos.

“Sinto-me mais confiante, em mim e no carro. Na Córsega queixei-me muito, mas era tudo sobre mim e não sobre o carro”, admitiu Latvala à chegada, depois de concluir o troço como o terceiro mais rápido

“Foi a minha primeira vez neste troço à velocidade máxima e as minhas notas foram demasiado cuidadosas no início. No geral, não foi bom”, disse Mikkelsen, depois de perder 7,4 segundos para Ogier. Neuville, por outro lado, queixou-se de problemas de subviragem ao volante do i20 WRC: “Ok, mas o carro continua a fugir de frente nas seções mais estreitas”, contou à chegada.

O furo sofrido no troço anterior comprometeu o andamento de Kris Meeke: “Tivemos um furo antes e agora temos três duros e um pneu macio. Estamos bem. Iremos chegar ao fim deste loop na parte da manhã e tentar de novo à tarde”, confirmou.

Mads Ostberg, por outro lado, continua a ‘coçar’ a cabeça: “Procurei inovar neste troço, mas as coisas não funcionaram”, revelou o norueguês, depois de perder 24,3s para Ogier e quase 10s para o companheiro de equipa na M-Sport, Eric Camilli.

PEC 11

Tal como a passagem anterior por Querol, El Montmell é outro troço que regressa ao Rali da Catalunha após alguns anos de ausência. A superfície é novamente boa, mas estreita, e existem algumas curvas muito rápidas em que os pilotos realizam vários ‘cortes’. Mesmo a fechar a manhã, Sébastien Ogier voltou a ser o mais rápido, encurtando perigosamente a vantagem de Dani Sordo para 7,7s, depois de o espanhol perder 6,8s para o francês: “O carro está fugir muito de frente. Tem a ver com o equilíbrio do carro. Não consigo fazer melhor, é impossível. Mas claro que não vou baixar os braços – vou lutar até ao fim”, revelou o piloto da Hyundai.

Já Ogier adiantava que as coisas ainda lhe podiam ter corrido melhor: “Não foi um troço assim tão longo, por isso o desgaste dos pneus não foi um problema. Tentei andar mais depressa aqui, mas fiquei surpreendido com o piso escorregadio nos cortes do início do troço. Será pior para os pilotos que vieram atrás de mim. Estou satisfeito, mas podia ter sido melhor.

Enquanto Ostberg mantém as experiências, Latvala foi novamente o terceiro mais rápido: “Perdemos tempo no início da classificativa onde o piso estava surpreendentemente molhado e sujo. Tive que ter cautela e fiz o que pude para recuperar o tempo perdido próximo do fim da especial”, disse o finlandês.

“Continuo a experimentar com a nova técnica de condução para o asfalto. O tempo não é bom mas senti-me melhor. Agora tenho de falar com a equipa e perceber se estamos a caminhar na direção certa”, explicou, por seu turno, o piloto da M-Sport.

TARDE

PEC 12

Depois de um arranque algo morno, com o colega de equipa Jari-Matti Latvala a ser o mais rápido nas duas primeiras especiais do dia e Dani Sordo a conseguir prolongar a sua liderança, Sébastien Ogier tem vindo a reduzir a diferença que o separa do espanhol e está cada vez mais próximo do comando.

O triunfo na segunda passagem por Alcover-Capafonts representou simultaneamente a terceira vitória consecutiva em classificativas, com os dois pilotos separados agora por 5,2s. Sordo vai fazendo o que pode, sendo novamente o segundo mais rápido, a 2,5s, mas neste ritmo Ogier deverá passar para o comando até ao final do dia.

A fechar o lote dos três mais rápidos está Hayden Paddon, a 5,9s do tricampeão do mundo, com Thierry Neuville a 8,4s e Mads Ostberg a 12,6s.

Kris Meeke voltou a passar por algumas dificuldades, fazendo um pião num momento em que ia em 6ª velocidade, e ficou a 19,6s de Ogier. O piloto britânico foi dos poucos, em conjunto com Neuville, a optar por quatro pneus duros e um macio. Todos os outros pilotos que utilizam Michelin preferiram cinco pneus com o composto mais duro.

Camilli, por seu turno, sofreu com problemas de transmissão, com o Fiesta ‘preso’ em 5ª velocidade, e perdeu 1m23s para os líderes.

Destino pior teve Andreas Mikkelsen, que ocupava o terceiro posto da geral. O norueguês perdeu o controlo do carro e acabou por capotar várias vezes.

PEC 13

E vão quatro, sempre com Dani Sordo na mira. Sébastien Ogier venceu a quarta especial consecutiva nas seis até agora decorridas, naquele que é também um pleno para a Volkswagen, uma vez que Jari-Matti Latvala tinha sido o mais rápido nos dois troços de abertura.

Desta feita, o francês recuperou mais 2,7s para o espanhol, com a diferença entre ambos a cifrar-se agora em 2,5s. Latvala recuperou à forma que mostrou durante a manhã, saldando-se pelo segundo tempo nesta repetição do troço de Querol. Sordo teve de se contentar com o terceiro tempo mais rápido, seguido pelo colega de equipa Thierry Neuville e por Kris Meeke.

Na geral, Sordo e Ogier mantêm a luta pela vitória, com Neuville muito distante, a 1:02.6s, Paddon segue mais atrás, a quase 16s do belga.

PEC 14