Petter Solberg: “Queria parar depois de um rali inesquecível, consegui isso”

Petter Solberg realizou na passada semana a derradeira prova da sua carreira nos ralis, passando o testemunho ao seu filho, Oliver Solberg. No fim, escreveu uma crónica no site oficial do WRC, que reproduzimos com a devida vénia: “Que fim-de-semana, que prova, que resultado. Sentado em casa, ainda estou a pensar nisto. O que aconteceu ali?

Eu estava ansioso por disputar o Rali da Grã-Bretanha, sempre foi uma prova especial para mim. Mas temos estado tão ocupados com a ‘Farewell Tour’ (ndr, várias provas que Solberg está a realizar este ano) e com Oliver a competir nos EUA e aqui na Europa, não houve muito tempo para pensar no rali. Depois houve o teste de condução do Oliver. Quando ele falhou a parte da escrita, comecei a ficar um pouco preocupado.

Naquela noite eu não fui para casa, fiquei muito mais tempo na oficina!

A parte de condução foi boa, mas depois teve de voltar à parte teórica. Eu estava à espera da chamada na oficina. Esperando. Esperando. Nada. Eu estava a ficar preocupado, até que a Pernilla ligou e disse-me que ele falhou novamente. Honestamente, caiu-me tudo! Mas era no gozo, ela estava a brincar…

Eu não tive a chance de testar muito antes da partida do rali, o Oliver não me deixou entrar no carro dele! Conduzi o meu próprio Volkswagen Polo R5 no teste de segunda-feira, mas só fiz cerca de 45 km.

Antes da partida, estava a pensar mais no Oliver e na sua corrida. Ele teve um problema (roda partida) logo no primeiro troço da manhã de sexta-feira e quando vi o carro dele na berma da estrada, abrandei. Ia parar, mas o Phil (co-piloto Mills) disse-me para continuar.

Foi muito difícil ter o Oliver a competir mesmo á minha frente. Eu soube logo que tinha que pensar mais em mim mesmo. Não foi fácil voltar a pilotar nessas estradas”, escreveu o pai Solberg, que depois de dias difíceis e um começo de rali complicado… porque viu o filho parado na estrada, o vento mudou a seu favor na segunda parte: “Eu podia ouvir o Phil a dizer-me que tudo estava perfeito, mas eu não estava tão comprometido quanto poderia estar. Ou pelo menos não estaria o quanto estava há alguns anos atrás. No sábado, a aderência nos troços estava mais consistente e podíamos começar a forçar um pouco mais. No domingo, estava muito confiante de que poderia controlar tudo.

Chegar ao fim foi um sentimento muito especial. E voltar ao parque de assistência e ver a minha família e toda a gente foi inacreditável.

Tal como toda a minha equipa, tenho de agradecer à Volkswagen Motorsport por me dar um carro fantástico e, claro, ao Phil, que foi perfeito como sempre no banco ao meu lado.

As outras pessoas a quem tenho de agradecer são os voluntários, que estão ao frio e à chuva para fazer o rali acontecer. Estas pessoas são heróis! Foi tão emocionante ver tantos fãs à espera nas sessões de autógrafos e tantos casacos Subaru azuis e amarelos. A última semana foi muito especial. Eu queria parar definitivamente no WRC depois de fazer um rali que eu nunca esqueceria, e definitivamente consegui isso”.