MEMÓRIA: Rali da Suécia 1986, uma ‘frustração’ com 36 anos


Quer saber como se atenua uma ‘frustração’ com 36 anos? Com imagens de um Audi Sport Quattro S1 guiado por Stig Blomqvist na neve da Suécia, durante a corrida dos Campeões.

Porquê? Eu explico. Costumo dizer aos amigos que não havia a mínima hipótese de não gostar de ralis.

O primeiro rali que vi ao vivo, foi o Rali de Portugal de 1986, e o meu interesse pelos ralis começou a crescer uns meses antes, já em 1985, quando amigos meus que gostavam de ralis, falavam daqueles ‘monstros’.

Fui-me interessando e, ‘conheci’ o Henri Toivonen com a sua vitória no RAC de 1985, ainda com uma ligação ‘fraca’ aos ralis, mas algum tempo depois já queria saber tudo, e ainda hoje me lembro de estar a falar com algum amigo sobre o acidente numa ligação no Rali de Monte Carlo de 1986 do Henri Toivonen. Ainda nem sequer sabia o que eram ligações, provavelmente.

Passou-se o Monte Carlo, de que me lembro de ter visto imagens na altura, e algum tempo depois realiza-se o Rali da Suécia.

Tinham-me despertado a atenção dois carros amarelos cheios de asas, no Monte Carlo.

Quando vi as primeiras imagens do Rali da Suécia, nada.

Via os Ford RS200, os Peugeot 205 Turbo 16 E2, os Lancia Delta S4 naqueles bailados incríveis, o meu gosto pelos ralis crescia, mas lembro-me de me ter questionado, o que teria acontecido aqueles belos carros amarelos e brancos.

Pouco ou nada sabia de ralis na altura, mas recordo-me de numa qualquer revista ou jornal, não me lembro, de ficar a saber que não tinham ido lá.

Vi-o no Rali de Portugal, em Sintra, no cruzamento da Pena. Era o Walter Rohrl.

Vi passar por mim dois Peugeot 205 Turbo 16 E2, de Timo Salonen e Juha Kankkunen, três Lancia Lancia Delta S4, de Markku Alen, Miki Biasion e Henri Toivonen, dois Ford RS 200, de Stig Blomqvist e Kalle Grundel, três MG Metro 6R4, de Malcolm Wilson, Tony Pond e Marc Duez, e o Audi de Walter Rohrl.

And that’s it for Group B.

Vi-os, aos carros, e a (quase) todos (infelizmente) os pilotos daquele tempo, várias vezes ao longo destes últimos 36 anos, mas em competição a ‘sério’, naqueles carros, nunca mais.

Voltando ao Rali da Suécia, foi a primeira vitória não africana de Juha Kankkunen, depois do domínio inicial de Timo Salonen, a estreia do Ford RS 200 compensou de algum modo a ausência da Audi, mas os carros andaram mal. Mais tarde soube que Henri Toivonen também liderou a prova, o Toivonen, tal como o Kankkunen, que competiam no Rali da Suécia pela primeira vez. Os MG Metro 6R4 de Malcolm Wilson e Per Eklund ficaram fora de prova com problemas de motor, algo que também sucedeu a Markku Alén no Delta S4.

Voltando aos carros amarelos e brancos. No passado fim de semana, na Suécia, fecharam um ciclo.

36 anos depois vi-os colmatar a falha do Rali da Suécia de 1986. Que bem fica aquela derrapagem artística…

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