Marcus Gronholm: O bom gigante


Rápido, eficaz, mas sobretudo extremamente simples e acedível, Marcus Gronholm fez parte dos finlandeses voadores. Dois títulos mundiais e alguns despistes ficam para a história…

Para muitos, o mês de fevereiro é isso mesmo, apenas mais um mês. No entanto, poucos saberão que para Marcus Gronholm representa muito mais que isso. De facto, foi em fevereiro que nasceu o antigo piloto da Peugeot e Ford no WRC, mais precisamente a 5 de fevereiro de 1968, mas foi também neste mês que faleceu Ulf Gronholm, progenitor de Marcus, a 25 de fevereiro de 1981, enquanto treinava para um rali local. E foi também em fevereiro que obteve a primeira de 30 vitórias no Mundial de Ralis, em 2000, então ao serviço da Peugeot!

Destinado aos ralis – o pai fora 2 vezes campeão finlandês e Marcus, aos 8 anos, já guiava o trator na quinta da família –, Gronholm ainda passou pelo motocross antes de rumar… ao boxe. Os ralis surgiram, em definitivo, a seguir, tal como os títulos: campeão júnior finlandês (1988), de Grupo N (1991) e quatro títulos absolutos em 1994, 1996, 1997 e 1998). O primeiro contacto com o WRC aconteceu em 1989, mas foi em 1992 que a TTE lhe confiou um Toyota oficial no Rali da Finlândia… e deixou marcas, já que venceu a primeira classificativa (sendo o primeiro líder da prova!)… e depois despistou-se!

Dois amores

E quando tudo indicava que seria a Toyota a contratar Marcus Gronholm como piloto oficial… acabou por ser a Peugeot de Corrado Provera. Apesar de um programa limitado (ralis de terra apenas), a possibilidade de sentar aos comandos do novíssimo Peugeot 206 WRC, no regresso da marca ao Mundial de Ralis, falou mais alto.

E se bem o pensou, melhor o fez, pois no ano seguinte aconteceu a primeira vitória (Suécia) e o primeiro título, num ano em que venceu quatro provas (Suécia, Nova-Zelândia, Finlândia e Austrália). Em 2001, repetiu as vitórias em casa e na Nova-Zelândia, acrescentando o Rali da Grã-Bretanha, mas o título foi para Richard Burns. Em 2002, conseguiu o segundo título da carreira, ainda e sempre aos comandos do 206 WRC, vencendo na Suécia, Chipre, Nova-Zelândia, Austrália e, claro, Finlândia.

A transição do 206 WRC para o 307 WRC não foi pacífica e em 2006, após 18 vitórias com a Peugeot, assinou pela Ford e começa da melhor forma, com a vitória no Monte Carlo, o seu primeiro triunfo no asfalto, com o Focus WRC, dando um minuto a um tal de Sébastien Loeb! Vencedor também na Suécia, Gronholm viria a vencer por 7 vezes, mas não conseguiu superiorizar-se ao francês da Citroën, assumindo um duelo sempre interessante… mas sempre desigual com Loeb, até pendurar as luvas em 2007, aparecendo depois disso, aqui e ali num rali.

Ainda é, depois de Sebastien Loeb (79 vitórias) e Sebastien Ogier (53), o tercdiro piloto que mais vezes venceu ralis na história do WRC, 30. Depois dele, a Finlândia ainda não voltou a ter um piloto ao seu nível. Talvez ande lá perto, mas ainda falta algum tempo…

As notas do cunhado

Figura imprescindível na carreira de Marcus Gronholm foi Timo Rautiainen. Tal como Luis Moya fez carreira ao lado de Carlos Sainz, Rautiainen nunca “cantou notas” para alguém além do cunhado. Casado com a irmã de Rautiainen, Gronholm partilhou assim as 30 vitórias obtidas entre 2000 e 2007 com o seu navegador de sempre. As vitórias… e as saídas de estrada, claro!

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