PORTUGAL EM DESTAQUE NUM EUROPEU DE RALIS REVITALIZADO

Por a 16 Março 2020 09:44

Por João F. Faria

FOTOS Oficiais

Com o adiamento para setembro do Rali dos Açores, o Europeu de Ralis só deve arrancar nas Canárias – a ver vamos – mas neste momento já há muito e bom para dizer sobre a competição, que volta a ter presença portuguesa

O Campeonato da Europa de Ralis deveria ter início dentro de pouco mais de uma semana em São Miguel, nos Açores, mas as medidas tomadas com vista à redução das possibilidades de propagação do COVID-19 levou ao adiamento do evento organizado pelo Grupo Desportivo e Comercial que, ao que tudo indica, terá lugar entre 17 e 19 de setembro. O começo da temporada poderá agora acontecer a 7 de maio em Las Palmas, com a ida para a estrada do Rally Islas Canarias, mas isso são tudo projeções, para já, devido ao coronavírus e à forma como se irá espalhar..

Se a honra de abrir as hostilidades deixou de pertencer a uma prova portuguesa, isso não invalida, contudo, que o nosso país volte a ter destaque na série de há já alguns anos proposta pelo Eurosport. Para além de ser um dos oito países a contar com um evento num calendário restrito a apenas oito provas, Portugal voltará a ser representado na estrada por alguns pilotos nacionais não só na prova disputada no arquipélago açoriano como também na restante temporada. Uma das grandes surpresas da pré-temporada foi a confir ação do regresso a este campeonato de Bruno Magalhães para uma época a tempo inteiro, com presença garantida na totalidade das provas.

O piloto de Lisboa, vice-campeão nesta série em 2017, terá a seu lado, tal como no campeonato nacional, Carlos Magalhães, e utilizará também fora de portas um Hyundai i20 R5. Agora parcialmente liberto das limitações orçamentais e incertezas quanto ao seu programa vivenciadas em participações anteriores, Magalhães tem melhores condições para fazer uso da sua experiência em eventos tão exigentes e voltar a estar na corrida ao título da mais antiga competição internacional da modalidade.

Também Aloísio Monteiro voltará a marcar presença neste campeonato, acompanhado de Sancho Eiró num Skoda Fabia R5 Evo. O piloto nacional marcará presença em cinco provas: Açores, Polónia, Roma, Barum Czech Rally Zlin e Hungria. A sua estrutura, Racing Factory, também apoiará a participação de Juan Carlos Alonso, atual campeão do ERC2, numa viatura idêntica. Outra equipa nacional, Sports & You, dará assistência à viatura de Bruno Magalhães mas também ao Citroën C3 R5 do atual campeão do ERC3 Junior, o espanhol Efren Llarena que, novamente com Sara Fernandez como navegadora, tenta o salto para a categoria principal.

Alexey Lukyanuk

LUKYANUK COM MAIOR OPOSIÇÃO

Referência desta série ao longo dos últimos anos, Alexey Lukyanuk voltará a marcar presença neste campeonato com um Citroën C3 R5 da francesa Sainteloc. O russo, contudo, não contará agora ao seu lado com o temerário Alexey Arnautov, seu co-piloto há muitas temporadas mas agora ausente da competição, passando a ouvir as notas de andamento de outro conterrâneo, o mais jovem Dmitriy Eremeev.

Campeão do ERC em 2018, Lukyanuk terá também agora que contar com maior oposição. Para além de Bruno Magalhães, outro piloto a regressar à série proposta pelo Eurosport é Craig Breen.

Craig Breen

O irlandês, que foi catapultado para a ribalta neste campeonato, irá estar aos comandos de um Hyundai i20 R5 apoiado pela marca coreana e que terá montados pneus MRF.

A marca indiana, uma das maiores do mundo, aposta no velho continente depois de ter dominado os acontecimentos nos últimos anos no campeonato Ásia-Pacífico, apostando também em Emil Lindholm, fil o de Sebastian Lindholm, num Skoda Fabia R5 Evo. De volta ao ERC, em paralelo com algumas participações no WRC, estão o checo Filip Mares, com um Skoda Fabia R5 Evo da Kresta Racing, assim como o alemão Marijan Griebel, com

um Citroën C3 R5 da Sainteloc, sem esquecer Eyvind Brynildsen, com Ilka Minor como navegadora, num Skoda Fabia R5 Evo da Toksport.

Caras novas no campeonato principal serão Erik Cais com um Ford Fiesta R5 Mk II da Orsak Rallysport, o alemão Dominik Dinkel num Skoda Fabia R5 Evo da também germânica Romo, o irlandês Callum Devine num Hyundai i20 R5 que contará com apoio da federação do seu país e da marca coreana, o campeão polaco Miko Marczyk com um Fabia R5 Evo da Skoda Polónia ou a canariana Emma Falcon com um Citroën C3 R5.

O húngaro Tibor Erdi volta a apostar na disputa do título no ERC2 com um Mitsubishi Lancer Evo X, viatura idêntica à do russo Dmitry Feofanov que

aposta numa presença assídua nesta série. A maior oposição deverá vir dos Abarth 124 Rally de Andrea Nucita e Dariusz Polonski. A competição femininina contará com as participações regulares da búlgara Ekaterina Stratieva em Peugeot 208 R2, também a italiana Rachele Somaschini em Citroën DS3 R3T e a húngara Adrienn Vogel em Ford Fiesta R2T da estrutura de Jaroslav Orsak.

Efren llarena

Como “viveiro” de novos valores para a modalidade manter-se-á o ERC3 Junior, campeonato com as presenças já garantidas do belga Amaury Molle

em Peugeot 208 R2, modelo que também será utilizado pelo espanhol Pep Bassas que, após Efren Llarena, conta com o apoio da federação espanhola.

O austríaco Nikolai Landa é outro dos nomes num grupo de que farão parte Dennis Radstrom num Ford Fiesta R2T da M-Sport Polónia e o espanhol Javier Pardo. Ao longo da temporada, os pilotos com Peugeot 208 R2 deverão alternar para o mais recente Peugeot 208 Rally4.

A beleza do Azores Rallye

Provas reformuladas

As provas do ERC 2020 surgirão mais compactas em termos de horário que nos anos anteriores. Na origem da alteração está uma regra introduzida pela FIA exclusivamente para esta competição que obriga a que decorram apenas quatro dias entre o início dos reconhecimentos e a entrega de prémios. A sua implementação esteve muito tempo num impasse pois foi muito contestada por todos os organizadores e ainda pela generalidade das equipas, a quem cria várias dificuldades logísticas sem redução, na sua opinião, dos custos da operação. O Azores Rallye seria a primeira prova a ver o seu programa influenciado pela medida. Nesse sentido, o Qualifying seria mantido na quinta-feira de manhã e a prova voltava a começar ao fim da tarde desse dia mas agora com a classificativa urbana de Ponta Delgada. Na sexta-feira cumprir-se-ão agora duas passagens por Graminhais e Tronqueira e passagem única por Vila Franca/São Brás e Grupo Marques. No sábado, último dia de competição, está prevista ronda dupla por Coroa da Mata, Feteiras e Sete Cidades, intercalada por nova disputa de Grupo Marques.

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