O dia em que Pedro Azeredo acertou num espectador distraído em Fafe


“Disse-me que ficou aborrecido com ele próprio”! Rali de Portugal 1996, troço de Fafe/Lameirinha, transmissão em direto pela RTP. A câmara de TV capta imagens de Pedro Azeredo após o Salto da Pedra Sentada a apitar e fazer sinais de luzes a três adeptos que circulavam em pleno troço.

Dois deles fogem no último instante, mas o terceiro continuava alegre a olhar para o helicóptero que o sobrevoava.

O que sucedeu depois é contado na primeira pessoa por Pedro Azeredo: “Era uma zona de 4ª velocidade, sem escapatória e quando vi, havia três pessoas no meio da estrada. Fiz sinais de luzes, travei, mas não tinha espaço para me desviar e bati na única pessoa que não saiu da estrada, que ficou no chão. Fiquei muito preocupado, pois é o que um piloto de rali mais teme é acertar em pessoas.

Fiquei muito incomodado, quis logo desistir, mas o Adalberto Ramos, jornalista do AutoSport, disse-me que o não tinha nada, e se levantara logo de seguida e tinha ficado somente com uma lesão na mão. Lá prossegui, e terminei em oitavo.

A sorte do indivíduo foi que a parte que lhe bateu era em fibra e não chapa, e onde se magoou mais foi no retrovisor, mais duro. Curiosamente, era familiar de um amigo meu, e por isso falei com ele.

Pedimos desculpa mutuamente, e contou-me que não só tinha ficado aborrecido com ele próprio, como tinha consciência que foi, naqueles momentos, a vergonha nacional pela figura que fez”, contou Pedro Azeredo, que como mostra a foto, realizou o resto do rali com o pára-brisas partido.

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