“Hermanos” mas pouco

Isso converteu os dois jovens pilotos espanhóis no centro de todas as atenções do público e imprensa do seu país… e não só. Mas o facto de, pela primeira vez, dois espanhóis ocuparem as primeiras posições da categoria “rainha”, não foi a única razão porque ambos se transformaram no olho do furacão. Aliás, a propósito deste género de “guerras”, os italianos já se renderam aos encantos de um duelo, que lhe faz recordar com saudade as picardias travadas durante tanto tempo entre os “monstros sagrados” Valentino Rossi e Max Biaggi – e que só acabaram quando “Mad Max” deixou a caravana do MotoGP, no final de 2006.

Todos aguardam com ansiedade os próximos episódios deste “mano a mano” entre Lorenzo e Pedrosa; mas, como diz Rossi, “a sua luta deve ser na pista”. E não fora dela, recordando que a rivalidade entre Rossi e Biaggi levou a que ambos tenham mesmo chegado a vias de facto, em Barcelona, no ano de 2001: “Espero que Pedrosa e eu não cheguemos a isso. Os punhos são para os boxeurs”, afirmou Lorenzo, quando lhe puseram a questão claramente. No entanto, a realidade é que ambos não se podem, nem sequer fora das pistas, permitindo que cenas lamentáveis como as protagonizadas pelos dois ídolos italianos possam repetir-se. 

A verdade é que, polémica à parte, os dois jovens espanhóis não conseguem evitar ser dois dos grandes protagonistas na classe do MotoGP, dominando a classificação do campeonato e somando seis pódios e as seis últimas “pole positions”. E isso voltou a suceder no Estoril: os treinos ditaram Lorenzo e Pedrosa nos dois primeiros lugares, contribuindo para que continue latente a rivalidade entre ambos, num campeonato que, para já, promete muita “guerra” e pouca “paz”, para as corridas que aí vêem.