TOP 25 DO ANO – INTERNACIONAL

Por a 13 Janeiro 2020 16:30

O AutoSport decidiu escolher os que entende serem os 25 pilotos nacionais e internacionais que mais se destacaram no ano de 2019. Como sempre, este tipo de escolhas é um desafio bem complicado, e não menos vezes polémico, já que em muitos casos temos de fazer escolhas que se baseiam mais na perceção que os pilotos nos deixam, e menos nos resultados que as classificações dos campeonatos devolvem, ainda que, invariavelmente, as classificações reflitam muito do que foram as prestações dos pilotos em pista, na estrada, ou mesmo fora dela.

Convém sempre não esquecer que o grau de dificuldade das disciplinas onde os pilotos estão inseridos tem de ser levado em conta, já que um piloto que seja sétimo ou oitavo numa disciplina muito difícil e equilibrada ou que conduza carros mais competitivos, pode estar num nível bem mais alto que outros que tenham vencido as suas competições. Para além disso, decidimos ordenar os pilotos que mistuaram ‘pistas’ com ‘estrada’, o que adiciona dificuldade à questão. De qualquer forma, aqui ficam as nossas listas, de 25 pilotos nacionais e internacionais, ordenados segundo o que achamos terem sido as suas prestações de 2019.

Top 25

1 Lewis Hamilton (Fórmula 1)

2 Ott Tanak (WRC)

3 Max Verstappen (Fórmula 1)

4 Charles Leclerc (Fórmula 1)

5 Carlos Sainz (Fórmula 1)

6 Nyck de Vries (Fórmula 2)

7 Norbert Michelisz (WTCR)

8 Jean-Eric Vergne (Fórmula E)

9 Timmy Hansen (WorldRX)

10 Alex Albon (Fórmula 1)

11 Lando Norris (Fórmula 1)

12 Fernando Alonso / Sebastien Buemi / Kazuki Nakajima (WEC)

13 René Rast (DTM)

14 Pipo Derani / Felipe Nasr (IMSA)

15 Michael Christensen / Kevin Estre (WEC)

16 Nicholas Lapierre/ Pierre Thiriet/ Andre Negrao (WEC)

17 Thierry Neuville (WRC)

18 Nasser al-Attiyah (TT)

19 Joseph Newgarden (Indycar)

20 Kyle Bush (NASCAR)

21 Robert Shwartzman (Fórmula 3)

22 Stéphane Peterhansel (TT)

23 Earl Bamber / Laurens Vanthoor (IMSA)

24 Chris Ingram (ERC)

25 Kalle Rovanpera (WRC2)

1-Lewis Hamilton (Fórmula 1)

Lewis Hamilton voltou a ser Rei e Senhor na F1. Não foi um ano tão dominante quanto o de 2018, especialmente ao nível das qualificações, onde não conseguiu exibir a excelência da época anterior, mas nas corridas foi intratável e foi buscar todos os pontos que estavam à disposição. Lewis Hamilton é um piloto completo, cada vez mais maduro e no auge das suas capacidades. É um privilégio poder assistir às exibições do #44 (mesmo que por vezes exagere no queixume pela rádio), frente a talentos do presente e do futuro. É verdade que ter um Mercedes nas mãos ajuda, mas poucos são os que conseguiriam extrair tanto do carro quanto faz o britânico. Os números que conseguiu atingir na categoria máxima do automobilismo bastariam para fazer dele o melhor do ano, mas a regularidade com que consegue estar no topo está ao alcance de poucos. A frescura física de um jovem, a experiência de um veterano e o talento de um predestinado, com o melhor monolugar da atualidade foram uma conjugação demasiado forte para ser suplantada… e o futuro a curto prazo não mostra que o cenário possa mudar.

2-Ott Tanak (WRC)

Ott Tänak conseguiu o feito de terminar com uma dinastia francesa de 15 anos, protagonizada por Sébastien Loeb e Ogier, que viram o seu reinado findar. A classe e rapidez do estónio permitiulhe chegar a um título totalmente merecido. Já em 2018, Tänak mostrou que estava perto, e em 2019 não deu grandes hipóteses aos seus adversários. Só mesmo a fiabilidade do Toyota o impediu de assegurar o título bem mais cedo. Se a direção assistida do Yaris não tem falhado na Sardenha, a luta dificilmente se teria estendido até à Catalunha, tal o domínio do estónio, mesmo sempre com uma oposição feroz de Neuville e Ogier. Agora veremos como se sai na Hyundai.

3-Max Verstappen (Fórmula 1)

O holandês continua a escrever história na F1. Este ano mostrou uma grande maturidade e uma boa forma que vem desde o GP do Mónaco de 2018, palco do seu último grande erro. Fez a primeira pole, deu duas vitórias à Red Bull/Honda e provou que com o carro certo é um forte candidato ao título. Cometeu alguns exageros quando não tinha nada a perder, mas, finalmente, provou que tem os ingredientes todos para ser campeão.

4-Charles Leclerc (Fórmula 1)

Leclerc poderia ter sido “engolido vivo” pelo “monstro Ferrari”. Mas a um começo algo titubeante, seguiu-se o rumo do sucesso. Impôs-se de forma categórica dentro da Scuderia, encostando Sebastian Vettel. Foi o autor de mais poles e venceu por duas vezes, uma delas em Monza, em frente ao seu público. Não foi um ano perfeito e cometeu alguns erros desnecessários, mas provou que é uma das estrelas do futuro.

5-Carlos Sainz (Fórmula 1)

O espanhol foi obrigado a deixar a Renault para ceder o seu lugar a Ricciardo, mas as portas da McLaren abriram-se e o aí o piloto assinou a sua melhor época na F1. Foi o melhor piloto do “campeonato B” e a regularidade que exibiu só não foi à prova de falhas técnicas. Sainz voltou a sorrir e mostrar o potencial que evidenciou nas categorias de iniciação. Foi um dos grandes responsáveis pela recuperação da McLaren.

6-Nyck de Vries (Fórmula 2)

Nyck de Vries teve um 2018 desapontante, com a McLaren a apostar as fichas todas em Lando Norris. Deixou a McLaren e provou o seu talento, conquistando o título de F2. Além disso mostrou serviço no WEC que convenceu a Mercedes, tornando-se piloto oficial da marca na Fórmula E, com a Toyota interessada nos seus serviços para o WEC. O sonho da F1 pode estar mais distante, mas a carreira do holandês está bem lançada.

7-Norbert Michelisz (WTCR)

Em 2019 Michelisz sagrou-se campeão da maior competição de turismos do mundo. Não é oficialmente campeão do mundo, mas este título é certamente tanto ou mais saboroso quanto teria sido o de 2017, que perdeu. Michelisz fez uma época em crescendo e aos poucos foi subindo na classificação. Numa competição tão equilibrada, o título é um feito que merece destaque. O simpático húngaro teve o prémio que há muito merecia.

8-Jean-Eric Vergne (Fórmula E)

Vergne voltou a encontrar a felicidade na Fórmula E, mostrando mais uma vez mostrou a sua qualidade: fica na história da competição como o primeiro bicampeão. A primeira época com os Gen2 não começou da melhor forma, mas depressa recuperou a desvantagem e comprovou a valia da DS Techeetah. Vergne tornou-se na referência de uma das competições mais equilibradas do mundo e mostra o seu talento também no endurance.

9-Timmy Hansen (WorldRX)

Timmy Hansen emergiu este ano como campeão do WorldRX, na sequência de uma batalha épica ao longo de toda a temporada com o norueguês Andreas Bakkerud. A dupla ficou empatada nos 211 pontos depois de quase 200 mangas, entre qualificações de finais. O jovem filho de Kenneth Hansen assegurou o título no desempate por número de vitórias, naquela que foi a temporada mais equilibrada da história do Mundial de Ralicross.

10-Alex Albon (Fórmula 1)

Em apenas um ano, Alex Albon foi piloto de Fórmula E e depois “repescado” pela Toro Rosso, mostrando qualidade de tal forma que convenceu a Red Bull a dar-lhe uma oportunidade. Albon agarrou-a, e apesar de erros compreensíveis (pilotou um F1 pela primeira vez em fevereiro), mostrou uma evolução significativa a cada corrida, ficando perto do pódio no Brasil. Termina o ano com nota muito positiva.

11-Lando Norris (Fórmula 1)

Norris causou uma excelente primeira impressão na sua época de estreia na F1. Igualou várias vezes o melhor Carlos Sainz de sempre e mostrou uma clara evolução, evidenciando, de forma gradual, cada vez mais agressividade e ambição nos fins de semana de corridas. Marcou poucos pontos, mas provou em pista que o potencial é grande. Ao talento, junta uma atitude irreverente e bem disposta que lhe garante cada vez mais fãs.

12-Fernando Alonso / Sebastien Buemi / Kazuki Nakajima (WEC)

A classe LMP1 teve pouca história e apenas os Toyota tinham reais hipóteses de vencer a competição e as 24h de Le Mans. Ainda assim a tripulação do #8 não facilitou e levou a melhor. Apesar das ‘facilidades’, as duas vitórias em Le Mans não podem ser olhadas de lado, pois La Sarthe já tirou o pão da boca à Toyota ao cair do pano. Alonso mostrou qualidade no endurance e Buemi e Nakajima o habitual nível elevado.

13-René Rast (DTM)

Rast já provou que tudo o que faz, faz bem. Seja no endurance, nos GT ou nos turismos, o alemão, inevitavelmente, acaba nos lugares cimeiros. Em 2019 conquistou o bicampeonato no DTM, através de uma regularidade impressionante, não falhando o pódio nas nove rondas do campeonato, com sete vitórias em 18 possíveis. Deixou o segundo classificado a 72 pontos, o que diz muito numa competição tão equilibrada quanto esta.

14-Pipo Derani / Felipe Nasr (IMSA)

Dane Cameron e Juan Pablo Montoya foram os campeões do IMSA e mereciam estar nesta lista, mas preferimos dar destaque à dupla brasileira da Action Express, vencedora da Michelin Endurance Cup. Muito prejudicada com um BoP por vezes demasiado injusto, aguentou a luta pelo título até ao fim e foi a melhor nas provas de longa duração. São, provavelmente, a melhor dupla do IMSA da atualidade na categoria Dpi.

15-Michael Christensen / Kevin Estre (WEC)

A dupla da Porsche Michael Christensen/Kevin Estre esteve imparável, juntando rapidez à regularidade, e nunca terminando fora do top 5. Os pilotos beneficiaram também da qualidade do Porsche 911 RSR, provavelmente a máquina mais completa da época. Duas vitórias (uma delas em Le Mans), mais quatro pódios foram suficientes para serem campeões nos GTE Pro, na Superseason, conquistando o título a uma corrida do fim.

16-Nicholas Lapierre/ Pierre Thiriet/ Andre Negrao (WEC)

A tripulação da Signatech Alpine Matmut esteve fortíssima durante toda a época de 2018/2019 e nunca terminou fora do top 3. Assinou oito pódios, em oito possíveis, dois dos quais vitórias, fechando o ano com o triunfo em Le Mans. Uma época fantástica numa das categorias mais equilibradas e interessantes de seguir no WEC. Foi o segundo título para Lapierre e para a Signatech Alpine em LMP2.

17-Thierry Neuville (WRC)

Ainda não foi desta que Thierry Neuville subiu o degrau que lhe falta para o título. Depois de perder várias vezes para Ogier, agora cedeu para Tänak. Foi o principal ‘culpado’ do primeiro título de Construtores da história da Hyundai no WRC, mas para o seu pecúlio pessoal, voltou a falhar. Venceu na Córsega e Argentina, parecia bem lançado, mas o acidente no Chile e as pobres prestações de Itália e Finlândia foram decisivas.

18-Nasser al-Attiyah (TT)

Logo no início do ano, Nasser Al-Attiyah conseguiu a sua terceira vitória no Dakar. O atirador olímpico, Sheik e piloto de ralis continua a passear a sua classe, e o domínio que impôs na grande maratona do início deste ano, mostrou mais uma vez que é um piloto de exceção. Em 2019 foi ainda segundo atrás de Peterhansel na Taça do Mundo de TT, e no próximo Dakar que está a arrancar é novamente o grande favorito.

19-Joseph Newgarden (Indycar)

Newgarden conquistou o seu segundo título na Indycar Series, e também pelo Team Penske. O piloto teve um começo de época forte e mesmo não tendo os melhores resultados nas últimas quatro corridas, a prestação foi suficiente para vencer o ceptro. Quatro vitórias mais três pódios selaram o tão desejado troféu, numa excelente época para o piloto que soube ser inteligente em pista e mostrou a sua qualidade nas ovais.

20-Kyle Bush (NASCAR)

Kyle Bush conquistou o título pela segunda vez na NASCAR, depois de ter alcançado o primeiro em 2015. Bush levou a melhor sobre Martin Truex Jr., Kevin Harvick e Denny Hamlin, sendo que os dois últimos não estiveram verdadeiramente na luta na noite em que se decidiu a competição. Bush venceu de forma convincente, fechando a época da melhor forma, com o desejado título de uma das categorias com mais fãs no mundo.

21-Robert Shwartzman (Fórmula 3)

Shwartzman venceu o título da F3, depois de na época passada ter ficado em terceiro na F3 europeia. O piloto russo, membro da Ferrari Academy, foi o claro vencedor, com 58 pontos de vantagem para o segundo classificado. Com três vitórias e mais sete presenças no pódio, foi um dos grandes destaques da época e com isso conquistou uma vaga na F2, onde poderá mostrar se tem o que é preciso para a F1.

22-Stéphane Peterhansel (TT)

Os anos passam, mas a classe não se esvai. Venceu a Taça do Mundo de Todo-o-Terreno, depois de uma boa luta com Nasser Al-Attiyah, que vai reativar no próximo Dakar. No anterior, perdeu para o piloto do Qatar, o que compensou ao fazer história, triunfando na Taça do Mundo com a sua mulher, Andrea Peterhansel, como navegadora. Enquanto tiver motivação e físico para continuar a correr, vai continuar a espalhar classe por essas dunas fora.

23-Earl Bamber / Laurens Vanthoor (IMSA)

Também no IMSA a Porsche esteve em grande e a dupla Bamber/Vanthoor levou a melhor sobre a concorrência. O duo “Bamthoor”, como agora é conhecido, mostrou um grande ritmo durante toda a época e, embora a concorrência andasse sempre por perto, conquistou sete presenças no pódio, três delas com vitórias. Dois excelentes pilotos, dos melhores nos GT, que formaram uma dupla de grande nível e que promete ainda mais.

24-Chris Ingram (ERC)

Chris Ingram foi Campeão Europeu de Ralis, naquela que foi uma das mais belas histórias do ano nos desportos motorizados. Sem dinheiro, teve

que assegurar a participação em ralis quase prova a prova. Foi-se mantendo perto da frente, e com alguma sorte a ajudar, terminou campeão, quando pensava já ter tudo perdido. Não venceu qualquer prova, mas ter andado em bom nível sabendo que se batesse, a carreira terminava ali, foi notável.

25-Kalle Rovanpera (WRC2)

Kalle Rovanperä está talhado para grandes voos, e desde que o comecámos a ver guiar um carro de ralis com oito anos, percebeu-se que estava ali ‘algo’. Passado uma década, isso comprova-se. Foi este ano Campeão do WRC 2 Pro e já tem garantida a sua passagem para o WRC com a Toyota. Este ano, apesar de um começo de época difícil, quando começou a vencer, só parou como campeão com 61 pontos de avanço para Mads Ostberg!

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