Barbosa Ferreira: “A maturidade do CAM é uma realidade”

Actualmente com 200 sócios elementos e 150 elementos activos seja como comissários desportivos, de pista ou com outras funções, o Clube Automóvel do Minho divide a sua actividade pela Velocidade, Ralis, Karting e Motociclismo. Áreas mais do que suficientes para justificarem uma visita ao passado, presente e futuro do clube fundado na cidade dos Arcebispos.

Quatro décadas de actividade são sinónimo de maturidade no seio do automobilismo nacional para o Clube Automóvel do Minho?

É um motivo de orgulho estarmos no automobilismo nacional estes 40 anos, muitos deles num plano internacional. O gosto que temos pelos desportos motorizados, a vontade de servir e fazer bem nos empreendimentos que abraçamos deu-nos, e continua a dar, força para continuarmos. A maturidade do CAM é uma realidade e é até natural dada a “evolução em continuidade” que felizmente sempre tem acontecido nas passagens de testemunho das gerações directivas.

Como Presidente do CAM, como vê a profissionalização dos clubes e, particularmente, do clube que preside?

Para se atingir um desempenho elevado e para podermos abarcar eventos de elevado nível não se pode ter estruturas amadoras, tanto mais que muitas das equipas são também já profissionais. Num futuro não muito longínquo, os clubes têm que caminhar para a profissionalização gradualmente como forma de poderem estar no mercado. O CAM já tem este núcleo de profissionais há longos anos.

Com a remodelação do Circuito Vasco Sameiro em Abril deste ano e a sua homologação para Grau 3, que provas pode aspirar a organizar em 2009 ou, mesmo nos anos posteriores, o CAM, para além da ETCC Cup?

O CAM tem-se caracterizado por uma postura evolutiva constante no nível de eventos organizados, sempre de forma cuidada e sustentada. A nossa preocupação imediata dar uma resposta eficaz ao desafio que é a ETCC CUP em 2009 e, depois de avaliarmos os resultados, estabeleceremos os próximos objectivos. Para o próximo ano, o Circuito Vasco Sameiro, entre eventos desportivos e de lazer, tem uma taxa de ocupação de fins-de-semana perto dos 100 por cento.

Sabendo o peso do CAM na distribuição de votos nas eleições da FPAK, acredita que possa haver motivações eleitoralistas, que ultrapassem o mérito próprio do clube, na subida do Rali Vila Verde ao escalão máximo dos ralis nacionais?

A FPAK conhece-nos e sabe que ter ou não os nossos votos não depende especificamente de alguma eventual benesse. Temos consciência que tudo que fazemos, fazemo-lo de forma a darmos à estrutura federativa todas as razões para poderem nos confiar os eventos e empreendimentos que nos candidatamos. O Rali Vila Verde há muito que demonstrou, por direito próprio, ter lugar no escalão máximo nacional.

Se o CAM tiver realmente um rali no CPR em 2009, será criado um rali totalmente novo para o “Open” de Ralis? Em que tipo de piso e com que estrutura?

Talvez sejamos em Portugal a única estrutura organizativa com capacidade e meios humanos próprios para organizar a totalidade dos nossos ralis. É perfeitamente natural que esta capacidade existente seja utilizada em mais que um rali do CAM e noutros ralis organizados por outros clubes que nos pedem colaboração. Neste sentido, esperamos em 2009 o Rali Vila Verde no Campeonato Portugal de Ralis e o para já Rali CAM no Open de Ralis. O Rali Vila Verde (Nacional) será obrigatoriamente disputado em alcatrão e o Rali CAM (Open) terá uma estrutura complemente nova em terra ou alcatrão.

O karting sempre foi uma das áreas mais queridas ao clube. Qual a evolução futura prevista ao nível de infraestruturas do kartódromo e no que concerne ao regresso das grandes competições internacionais?

O Karting atingiu, no CAM e em Portugal, um nível muito elevado. Se em termos organizativos e em termos de estruturas físicas e pista há sempre algo a melhorar, temos agora que fazer valer os créditos como clube e como federação junto da CIK-FIA. Senão vejamos: em 2009 o CAM não vai ter nenhuma prova internacional na sua pista, depois de o Secretário-Geral da CIK/FIA nos dizer, em Julho, que tudo apontava para que isso acontecesse. Recebemos os mais rasgados elogios pela CIK/FIA, oficiais de prova internacionais, pilotos, equipas, marcas, referindo-se à qualidade da nossa organização e pista. Temos consciência de dever cumprido e trabalho de casa efectuado. Alguém não está a trabalhar correctamente para que tal aconteça, quando, por exemplo, Espanha irá ter, em 2009, duas provas internacionais de Karting. Certamente que a FPAK tem que ter uma boa explicação para este facto.

E no que concerne às provas de motociclismo? Quais são os objectivos mais ambiciosos do clube?

Dado que o Campeonato Europeu está muito fraco, gostaríamos de contar para o Motociclismo com uma prova do Campeonato de Espanha. Temos que, em conjunto com a Federação Nacional de Motociclismo, a Federação Espanhola e a Federação Galega, aquilatar esta possibilidade para 2010.

Quais as principais dificuldades que atravessa, nesta altura, o clube?

As principais dificuldades prendem-se com a fraca capacidade de mobilização da população nos nossos eventos no Circuito Vasco Sameiro e com o grande carga de trabalho associada ao número e tipo de eventos que organizamos e que nos obriga a uma constante acção de mobilização e formação de recursos humanos.