Shadow: Os homens das sombras

Por a 8 Dezembro 2011 11:18

Don Nichols não é um homem fácil de conhecer. Depois de se estrear nas corridas americanas da Can-Am com um protótipo chamado Shadow, pilotado por George Follmer e Jackie Oliver, o americano surgiu na Europa em 1973 com a sua própria equipa de Fórmula 1. Pouco se sabe sobre esta figura misteriosa, mas a escolha do nome e do logótipo da sua equipa eram indicativos do seu passado no ramo da espionagem.

Apesar do sucesso nas corridas nos Estados Unidos, onde Oliver foi campeão em 1974, na Europa os Shadow, facilmente identificáveis pela distintiva pintura negra, apenas conseguiam ir ao pódio ocasionalmente, abandonando em muitas das corridas em que participavam. A equipa sofreu um revés quando Peter Revson morreu nos treinos para o Grande Prémio da África do Sul, despistando-se devido à quebra da suspensão do seu carro. Jean-Pierre Jarier herdou a posição de líder da equipa e conseguiu mais um pódio e algumas pole positions, mas foi o novo recruta da equipa, o galês Tom Pryce, que mais impressionou Nichols.

Pryce deu boa conta de si, marcando pontos na época de estreia com a equipa e recuperando do final do pelotão para resultados competitivos em algumas corridas, atraindo a atenção da Lotus, mas a transferência para a equipa de Colin Chapman acabou por não se materializar. Em vez disso, o jovem galês continuou a evoluir e deu à Shadow a sua primeira vitória, em 1975, na Race of Champions, uma prova extra-campeonato realizada em Brands Hatch, depois de ultrapassar os consagrados Ronnie Peterson, Jacky Ickx e Jody Scheckter.

Novo desaire ocorreu em 1977, e novamente na África do Sul, quando Tom Pryce morreu ao atropelar um comissário de pista, cujo extintor lhe acertou na cabeça, causando morte instantânea. O seu substituto, Alan Jones, venceu o Grande Prémio da Áustria nesse mesmo ano, dando à Shadow a primeira vitória no Mundial. Mas a partir daí foi sempre a descer. Jackie Oliver levou quase toda a estrutura consigo para fundar a Arrows, e a equipa nunca mais foi a mesma. No início de 1980, Nichols vendeu os seus carros a Teddy Yip e regressou à Califórnia.

Missão Apollo

Não é verdade que os americanos sejam cegos às corridas europeias, apesar das identidades próprias das suas competições. Para muitos americanos, ganhar na Europa sempre foi um objetivo, como foi o caso da All-American Racers, projeto liderado por Dan Gurney para os dois lados do Atlântico. Gurney, o primeiro americano a ganhar uma corrida de F1, criou um chassis, a que chamou Eagle, que se estreou em 1966. Apesar de ser pouco fiável, no ano seguinte ganhou a Race of Champions e o GP da Bélgica, mas com a popularização do Cosworth DFV e a introdução dos apêndices aerodinâmicos, o Eagle deixou de evoluir. Gurney optou por concentrar-se nos Estados Unidos, fazendo as suas últimas corridas na F1 com a McLaren, em 1970.

A promessa

Tom Pryce sempre teve que chamar a atenção. Quando estava na Fórmula Ford, o seu pai sugeriu pintar algo mais no seu capacete branco, para se destacar dos outros concorrentes. Pryce acabou por destacar-se com três vitórias na Fórmula Atlantic. Em 1974, como piloto da Token, foi-lhe recusada a entrada no GP do Mónaco pela falta de experiência. Pryce alugou um carro na corrida de F3 e ganhou com 20 segundos de vantagem. A partir daí, o caminho para a F1 estava aberto.

Paulo Manuel Costa

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