Poderá bater-se o recorde do GP do Mónaco 1996?

Segundo alguns observadores o GP da Austrália de Fórmula 1 pode entrar na história por más razões. O GP do Mónaco de 1996 continua a ser a corrida em que terminaram menos monolugares, quatro, mas há quem diga que esse recorde pode ser batido no próximo domingo em Melbourne. Por tudo o que já se viu na pré-época, ninguém vai descansado para a Austrália com a fiabilidade dos seus monolugares, e por isso, pode fazer-se história. Não é desejável, mas pode acontecer. Recorde o que sucedeu no Mónaco em 1996.

No GP do Mónaco de 1996 Michael Schumacher partia da pole position , seguido de Hill, Alesi e Berger e eram muitos os que acreditavam na forte probabilidade do piloto alemão vencer. Quem parecia definitivamente arredado de qualquer hipótese de alcançar um bom lugar era Olivier Panis, apenas 14º na grelha de partida, já que apenas tinha efetuado uma volta lançada na qualificação, devido a problemas no motor Mugen-Honda do seu carro. Mas o francês deu um ar da sua graça ao conseguir o melhor tempo no warm up. Antes de a corrida se iniciar abateu-se um violento temporal sobre o principado, mas quando a grelha de partida foi formada a pista começou a secar, o que causou sérios problemas às equipas quanto à escolha dos pneus adequados. Mesmo assim, todos optaram por partir com pneus para chuva, com exceção de Verstappen que apostou em slicks.

Dada a partida, Hill superiorizou-se aos seus adversários e alcançou o primeiro lugar, posição que foi consolidando com o decorrer da corrida. Panis estava em 12º, mas conseguia ganhar alguns lugares e, quando parou nas boxes para mudar de pneus e para um rápido reabastecimento, ocupava o 7º lugar. Saiu para a pista em 4º e na volta 35 passou Irvine e aproximou-se de Hill, então o 2º classificado, com Alesi no comando da corrida. Entretanto, Hill partia o motor Renault do seu Williams e o piloto francês da Ligier/Mugen-Honda alcançava o 2º posto. Após um pião no óleo deixado na pista pelo monolugar de Hill, Panis desistiu dos seus intentos de alcançar Alesi, já que a diferença entre os dois cifrava-se em 30 segundos. Mas a reviravolta estava ao virar da esquina e Alesi foi forçado a entrar nas boxes com a suspensão traseira do Benetton/Renault danificada.

Olivier Panis nem queria acreditar que acabava de vencer o seu primeiro (e único) Grande Prémio. A tradição estava quebrada e alguém que não tinha partido da primeira fila, mas sim da sétima, tinha acabado por triunfar.