VITÓRIAS SURPRESA NA FÓRMULA 1: 2 GP DA BÉLGICA 67

A All American Racers nasceu dos esforços de Dan Gurney e de Carroll Shelby, em 1964, tendo sido contratado Len Terry, ex-projetista da Lotus, para conceber o primeiro chassis da equipa, que tinha a particularidade de poder competir nas 500 Milhas de Indianapolis e na Fórmula 1, consoante o motor aplicado.

Na Fórmula 1 a equipa era conhecida como Anglo American Racers – por estar baseada no Sussex ao lado da Weslake, que haveria de lhe fornecer os seus motores V12 de 3.0 litros – e disputou o seu primeiro Grande Prémio do Mundial em Spa-Francorchamps, em 1966. Muito embora fosse obrigada a usar os vetustos Coventry-Climax de quatro cilindros e 2.7 litros, as qualidades do chassis criado nos Estados Unidos da América e que usava profusamente o titânio, permitindo-lhe ser bastante leve, garantiu a Gurney os seus primeiros pontos logo na segunda corrida da estrutura, o Grande Prémio de França, com um quinto lugar.

Já em Monza o americano teve à sua disposição o poderoso V12 construído em Inglaterra, mas diversos problemas de fiabilidade levaram a dois abandonos consecutivos, até que no Grande Prémio do México, o último da temporada, voltou a garantir um quinto lugar. O resultado mexicano oferecia esperança

à formação anglo-americana, mas em 1967 a fiabilidade foi o principal problema de um carro que se mostrava performante, qualificando-se consistentemente nos cinco primeiros lugares.

No Grande Prémio da Bélgica, disputado no dantesco circuito antigo de Spa-Francorchamps, todos os astros se alinharam para Gurney e para a Anglo American Racer. Num anormal dia de calor nas Ardenas, o americano arrancou mal do segundo posto, caindo para o oitavo lugar nos primeiros metros, mas rapidamente começou a sua recuperação e à 10ª volta era já terceiro no encalço de Jackie Stewart, em BRM, e do inalcançável Jim Clark, no novíssimo Lotus 49 Ford Cosworth. Duas voltas depois, a sorte começava a bafejar Gurney, quando o escocês da equipa de Colin Chapman parou nas boxes com

problemas numa vela de ignição, atrasando-se irremediavelmente.

Mais tarde, Stewart começou a ter dificuldades com a caixa de velocidades, permitindo a aproximação do americano, que ascendeu ao comando na 21ª volta. Sem que o seu Eagle Weslake evidenciasse os problemas que revelara anteriormente, Gurney tornou-se o segundo homem a triunfar num Grande Prémio com o seu próprio chassis, uma semana depois de ter vencido as 24 Horas de Le Mans com a Ford. Depois de uma temporada de 68 desapontante, a formação de origem norte-americana regressaria definitivamente aos ‘States’.

Ativar notificações? Sim Não, obrigado