GP de Portugal F1: Como ‘nasceu’ o traçado da pista de Portimão?

Por a 15 Outubro 2020 16:38

O Autódromo Internacional do Algarve, foi projetado para ser um dos mais modernos e polivalentes circuitos europeus. Do sonho à realidade passaram qualquer coisa como oito anos, tantas foram as barreiras burocráticas que tiveram de ser vencidas, de tal forma que só em setembro de 2005 o processo arrancou em definitivo, após ser classificado pelo Governo como Projeto de Interesse Público

(PIN). “O aspeto positivo desta longa espera é que isso permitiu-nos aperfeiçoar todo o projeto, tornando-o cada vez mais ambicioso, bastando lembrar que em Junho de 2000, quando surgiu esta ideia, a base do projeto era apenas um circuito, sem quaisquer outras infra

estruturas de apoio”, disse-nos Paulo Pinheiro, administrador executivo da Parkalgar, na apresentação do projeto, no início de 2008.

Mais recentemente, o mesmo interlocutor, explicou-nos como ‘nasceu’ o traçado da pista de Portimão.

Contrariando a tendência geral dos últimos anos, em que as pistas são, regra geral, projetadas por sofisticados programas informáticos,

tornando-se insípidas em termos de pilotagem, o Autódromo Internacional do Algarve foi concebido por uma equipa de projetistas nacionais, tendo por base uma premissa muito simples: potenciar ao máximo o espetáculo das corridas de cada categoria e permitir

uma visão privilegiada do público que a elas assiste. Graças ao relevo natural do terreno, o resultado é um circuito de características

únicas, com declives e pendentes acentuados, oferecendo aos pilotos maior prazer de condução e exigência técnica, e ao público uma visão abrangente e alargada desde qualquer bancada: “Quando começámos a identificar os locais para fazer a pista chegamos à conclusão que este seria o único local possível no concelho de Portimão para acolher a pista. Eu já conhecia aquela pista de autocross onde íamos aos domingos dar umas voltas por isso conhecíamos o terreno e fomos vendo até onde precisávamos de crescer para implementar tudo o que queríamos e chegámos à conclusão que teria de ser daquela parte do terreno e daquela maneira.

Depois fizemos o levantamento topográfico para perceber o relevo todo e começamos a tentar imaginar com o mínimo de levantamento de terras o que seria um traçado interessante. Fizemos à vontade umas setenta versões. Inclusive na parte dos declives já com o levantamento de terras feito ainda fizemos uma última alteração na curva de entrada da reta da meta para a pista ter ainda mais declive. Acho que é o grande cartão de visita é a dificuldade do circuito a exigência que coloca nas motos e nos carros nos pilotos. É uma pista que mete respeito, não é fácil e que são precisas algumas voltas para a entender e há dois ou três sítios em que nunca estamos completamente à vontade, “ disse Paulo Pinheiro.

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Daniel Sousa
Daniel Sousa
3 anos atrás

Tenho muito orgulho em Portugal e nas nossas organizações. Quando nos damos a esse trabalho, fazemos e concretizamos planos do melhor do mundo, seja em que área for.
Estou muito ansioso pela corrida. Sonho que se mantenha no futuro!

Paulo Cunha
Paulo Cunha
3 anos atrás

Esta é a história dourada do Autódromo de Portimão.
Quando é que alguém tem a coragem de contar a parte mais negra da história do financiamento, construção do badalado projecto PIN etc.
Tenho a impressão que iam uns tantos ver o sol aos ….
Enquanto não temos a verdadeira história vamos tendo uma belíssima pista.

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