GP de Itália de F1: Max Verstappen termina sonho dos ‘tifosi’

Por a 12 Setembro 2022 18:48

Depois do Grande Prémio da Bélgica, esperava-se que em Monza fosse Max Verstappen o grande favorito ao triunfo, mas algumas circunstâncias fizeram sonhar os ‘tifosi’.

No entanto, o holandês voltou a mostrar-se imparável e conquistou o seu décimo primeiro triunfo da temporada, ao impor-se no GP de Itália.

O histórico circuito transalpino, com as suas longas retas e poucas curvas, pede um conjunto de exigências muito semelhante ao de Spa-Francorchamps – eficiência aerodinâmica – e neste aspecto o Red Bull RB18 está um claro passo à frente do Ferrari F1-75.

No entanto, a troca de componentes da unidade de potência do carro de Verstappen, e uma subida de forma do monolugar de Maranello ao longo do fim-de-semana, consubstanciada pela pole-position de Charles Leclerc, permitia aos muitos ‘tifosi’ que marcaram presença nas bancadas de Monza sonhar com uma vitória vermelha no domingo à tarde.

Com o monegasco na melhor posição da grelha de partida e o holandês no sétimo posto, fruto da sua penalização de cinco lugares, não era descabido colocar no horizonte um regresso aos triunfos do piloto da Ferrari, que tinha vencido o Grande Prémio de Itália de 2019.

Leclerc, apesar de não ter feito um arranque perfeito, manteve o comando perante a ofensiva de George Russell, que arrancara de segundo, mas o sonho dos ‘tifosi’ começava a ser desmontado com a partida de Verstappen que completava a primeira volta no quarto posto.

Com um carro equipado com uma asa traseira de dimensões generosas para o que se espera em Monza, mas com um DRS bastante potente, o Campeão do Mundo voava na pista italiana e na quinta volta chegava sem grandes dificuldades ao segundo posto, tendo apenas à sua frente Charles Leclerc.

Cabia ao monegasco confirmar na corrida o potencial que evidenciara na qualificação, sustendo a aproximação do seu perseguidor, que estava a pouco mais de dois segundos da liderança.

Nas duas voltas seguintes, o piloto da Ferrari sustinha os avanços do seu perseguidor, mas depois Verstappen começava a ganhar terreno ao seu rival.

Os dois pilotos tinham partido para a corrida de cinquenta e três voltas com pneus macios, mas o carro de Maranello parecia provocar um maior desgaste nas borrachas da Pirelli que o Red Bull e a aproximação do líder do Campeonato de Pilotos a Leclerc parecia uma inevitabilidade.

Na décima primeira volta o monegasco já tinha apenas 1,3s de vantagem para o seu perseguidor e as bancadas começavam a temer uma ultrapassagem do piloto da Red Bull ao jovem que defende as cores da Ferrari.

Contudo, isso acabaria por não se verificar, uma vez que a desistência de Sebastian Vettel, com problemas na unidade de potência Mercedes do seu Aston Martin, obrigava a um período de Safety-Car Virtual, estavam cumpridas onze voltas.

Numa corrida em que a estratégia passava por realizar apenas uma paragem, era demasiado cedo para passar pelas boxes e fazer funcionar a táctica prevista, mas os sete segundos que se ganhavam numa troca de pneus nestas condições não podiam ser negligenciados.

Tanto a Ferrari como a Red Bull equacionaram parar, mas com esta última a instruir o seu piloto a fazer o contrário do que faria Leclerc.

Porém, as duas equipas estavam em situações muito distintas – a italiana já percebera que, se quisesse ganhar, teria de fazer algo de diferente e assumir uma estratégia arrojada; a de bandeira austríaca estava consciente de que tinha uma vantagem competitiva e que, em circunstância normais, poderia defender-se de qualquer ataque estratégico lançado pela sua rival.

Leclerc parou, beneficiando dos sete segundos que ganhava, montando pneus médios, o que o deixava numa situação difícil para realizar toda a restante corrida sem voltar a passar pelas boxes.

Uma estratégia de duas paragens poderia ser possível de colocar em prática, sobretudo com uma paragem com a corrida neutralizada, mas era necessário que, com pneus novos, o Ferrari apresentasse um ritmo forte e capaz de ganhar cerca de dezassete segundos até ao final da corrida.

Porém, quando saiu das boxes, Leclerc mostrou-se mais rápido que Verstappen, mas com um ganho anémico e incapaz de colocar em prática a estratégia delineada pela Ferrari.

Em média, o monegasco ganhava cerca de 0,3s por volta ao holandês, o que se mostrava verdadeiramente insuficiente – nestas condições conseguiria apenas recuperar pouco mais de catorze segundos até à bandeira de xadrez.

Quando Verstappen parou para realizar a sua única paragem, na vigésima quinta volta, Leclerc estava a treze segundos do holandês, mas quando este saiu com pneus médios novos – tal como o seu rival tinha feito aquando da sua passagem pelas boxes – rapidamente começou a ganhar quase 0,8s por volta ao piloto da Ferrari.

Era evidente que Leclerc nada podia fazer quanto a Verstappen, que estava uma vez mais a caminho de uma vitória, apesar de, tal como acontecera em Hungaroring e Spa-Francorchamps, não ter arrancado das duas primeiras linhas da grelha de partida.

O piloto da Ferrari realizou a sua segunda troca de pneus na trigésima terceira volta, saindo a 19,6s do homem da Red Bull, o que o obrigava a ganhar quase um segundo por volta, se quisesse vencer perante o público da Ferrari, algo que nunca conseguiu.

A vitória de Verstappen estava quase segura e apenas quando Daniel Ricciardo parou em pista com problemas na unidade de potência Mercedes do seu McLaren houve alguma incerteza, quanto ao resultado final, dado que poderia haver alguma vantagem tática a ser conquistada.

Porém, tanto a Red Bull como a Ferrari chamaram os seus pilotos para montar pneus macios – novos para o holandês e usados para o monegasco – o que anulava qualquer supremacia a que os italianos pudessem aspirar.

Para lá disso, o carro do australiano não foi retirado em tempo útil, e a corrida acabava em situação de Safety-Car.

Num dia em que a Ferrari tomou todas as decisões estratégicas corretas, foi a superioridade técnica do Red Bull RB18, nas mãos de Max Verstappen, a fazer a diferença, tendo o holandês conquistado mais uma vitória e dado um passo enorme para poder garantir o seu segundo título mundial, que poderá ser assegurado já em Singapura, o próximo Grande Prémio.

George Russell, sem andamento para os homens da frente, conquistou o degrau mais baixo do pódio, beneficiando do Safety-Car final para manter a terceira posição, uma vez que Carlos Sainz, com uma boa performance, recuperou bem da décima oitava posição na grelha de partida – devido a uma penalização por ter montado uma nova unidade de potência – para ameaçar o piloto da Mercedes. No final teria de se conformar com o quarto posto.

Lewis Hamilton, que alinhou no décimo nono lugar da grelha de partida – também com uma nova unidade de potência – terminou em sexto à frente de Sérgio Pérez, que arrancou de décimo terceiro. O mexicano realizou uma paragem logo na sétima volta devido ao sobreaquecimento dos travões dianteiro – direito.

FIGURA Nyck de Vries

Ser chamado no sábado de manhã para substituir um piloto – Albon sofrera uma apendicite – bater o seu colega de equipa, que conhece bem o carro, e conquistar pontos na sua estreia não está ao alcance de todos, mas foi isso que o jovem holandês conseguiu no GP de Itália. De Vries anda à procura de um lugar titular para a próxima temporada e a sua performance em Monza só fez bem à sua causa, tendo o Campeão do Mundo de Fórmula E justificado ter condições para marcar presença no Campeonato do Mundo de Fórmula 1 de 2023.

MOMENTO 5ª volta

Levou apenas cinco voltas a Verstappen recuperar desde sétimo na grelha de partida até segundo. Então, parecia claro que apenas algo de estranho poderia impedir ao holandês de infligir aos ‘tifosi’ a desilusão de não ver Charles Leclerc vencer o GP de Itália.

Uma vez mais, ficou evidente que o Red Bull RB18, nas mãos do Campeão do Mundo, é a máquina a bater e a Ferrari terá de recuperar se quiser voltar a provar o sabor embriagante da vitória este ano.

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