GP Azerbaijão F1: Notas Autosport (top 5)

Por a 30 Abril 2018 15:57

Temos assistido a um excelente campeonato até agora na F1. Quatro corridas emocionantes, incerteza no resultado e reviravoltas que têm dado um colorido ainda maior às provas disputadas até agora. Baku voltou a ser palco de uma das corridas mais emocionantes com vários incidentes que determinaram um desfecho que não era de todo esperado tendo em conta o que tínhamos visto nos treinos e na qualificação.

 

Mercedes – Desta vez a sorte sorriu ao #44

Se há dias em que nem vale a pena sair de casa, há outros que a sorte nos agracia com benesses que não esperávamos e se calhar nem merecíamos muito.  Lewis Hamilton, que nas ruas de Baku já teve a sua dose de azar, venceu o seu primeiro GP de 2018, depois da série mais longa sem vencer desde que se iniciou a era turbo-híbrida (6 corridas) sem ter sido particularmente brilhante. O britânico conseguiu bater o seu colega de equipa na qualificação depois de ter ficado por duas vezes atrás de Bottas, mas na corrida não esteve ao nível que se espera dele. Os problemas com os pneus afectaram a corrida do campeão do mundo, com as borrachas a perderem muita temperatura durante a prova. Cometeu alguns erros, um dos quais poderia teoricamente custar-lhe a vitória pois obrigou-o a parar mais cedo do que o previsto. Antes desse erros nunca foi capaz de diminuir o intervalo para Vettel. O azar de Bottas e a tentativa mal calculada de Vettel, escancararam-lhe as portas do primeiro lugar, mas a sua postura no final da prova dizia tudo… Hamilton sabia que o que fez em pista não era suficiente para a vitória. Já Bottas começou de forma discreta, com um ritmo abaixo dos homens da frente. Mas a jogada do finlandês era outra e o #77 fez render as borrachas o máximo possível e perto do final tinha tudo para vencer com relativa facilidade. Um pedaço de carbono provocou um furo nas últimas voltas e originou uma das maiores injustiças deste GP. Bottas executou a estratégia na perfeição e merecia ter levado esta vitória para casa. É mais um golpe na moral do piloto que se encontra neste momento a 30 pontos do líder Hamilton. A Mercedes esteve todo o fim de semana a correr atrás do prejuízo com um carro menos competitivo que a concorrência mas conseguiu de uma vez colocar Hamilton na liderança do campeonato e ficar apenas a 4 pontos da Ferrari na tabela dos construtores.

 

Lewis Hamilton: Nota7

Valtteri Bottas: Nota 8

Mercedes : Nota 8

 

Ferrari – Terá sido Vettel demasiado guloso?

Vettel pode ter desperdiçado pontos valiosos no recomeço após o segundo Safety Car. O ataque que fez a Bottas teve tanto de inesperado como de arriscado, e acabou por perder a vaga no pódio, mesmo depois de Bottas ter ficado fora de prova. Não se pode dizer que tenha feito uma má corrida e até  ao momento em que fez a sua paragem nas boxes e colocou os macios. A partir daí não conseguiu encurtar o intervalo para Bottas e mais que isso ficou perigosamente perto de lhe dar o tempo suficiente para uma paragem nas boxes.  O incidente entre os Red Bull deixou-o mais perto de Bottas e o alemão tentou arriscar tudo no recomeço, considerando que não teria outra hipótese de passar  o piloto Mercedes. Um erro que custou caro mas que não pode ser demasiado criticado, pois viu um espaço tentou. Se tivesse corrido bem  teria sido a ultrapassagem do dia, mas um candidato ao título talvez deva ter uma avaliação mais cautelosa, pois foi com este tipo de abordagem que hipotecou o campeonato do ano passado. Kimi Raikkonen viu a sua corrida ficar comprometida desde cedo com o toque com Ocon. Colocou os macios fez uma recuperação interessante mas nunca conseguiu alcançar os Red Bull que se fartaram de perder tempo na luta entre ambos. Mais uma vez os Safety Car e os incidentes permitiram que o Iceman voltasse ao pódio. Tem estado em boa forma e na qualificação não fosse o erro no último sector, teria conquistado a pole. Esteve bem mas não deslumbrou.

Sebastian Vettel: nota 7

Kimi Raikkonen: nota 7

Ferrari: Nota 8

 

Force India – Perez não perdoa

É um dos melhores pilotos do grid e nem sempre é visto dessa forma. Desde que entrou na Force India, Sergio Perez amadureceu muito e é agora um dos valores mais seguros. 2018 é um ano importante para ele e embora esteja a ser esquecido com a indefinição do destino de Ricciardo, merecia pelo menos estar a ser um dos referenciados para as vagas nas equipas de topo. Checo é daqueles pilotos que não falha quanto tem a hipótese de subir ao pódio, o que numa equipa como a Force India nem sempre é fácil. A máquina cor de rosa este ano não está ao nível do que vimos nos últimos dois anos e pensar num pódio da Force tão cedo nesta época parecia demasiado ambicioso. Mas a estratégia certa e um Perez ao mais alto nível permitiu que a Force passasse para o meio da tabela dos construtores. O terceiro lugar de Perez (segunda vez no pódio em Baku) é um prémio para uma equipa que tem mostrado grande qualidade e tenacidade durante estes anos. Há ainda melhorias para chegar e o carro poderá dar um salto ao nível da performance, mas este pódio tem claramente o cunho de Perez que nas voltas após o recomeçou lutou muito para manter a posição enquanto os pneus não aqueceram (o mexicano disse que foram as duas melhores voltas da sua carreira). Um toque no início da corrida, uma penalização de 5 segundos e um recomeço em desvantagem e mesmo assim acabar em 3º… que grande corrida de Perez!  Ocon ficou arredado demasiado cedo e se Perez conseguiu o 3º posto imaginem o que Ocon poderia ter feito. Talvez pudesse ter dado um pouco mais de espaço a Kimi, mas numa situação daquelas entende-se a postura do francês em algo que não passou de um incidente de corrida.

Sérgio Perez: Nota 9

Esteban Ocon: Sem nota

Force India: Nota 9

 

Renault – Finalmente Sainz

Hulkenberg parecia lançado para uma boa corrida, mais uma para o alemão que tem sido dos mais regulares em pista, mas um erro (toque nas barreiras) atirou-o para fora de pista, no mesmo circuito onde tinha tido a última desistência, também pelos mesmos motivos. Definitivamente não se dá bem com Baku e estragou as hipóteses da Renault conseguir o melhor resultado do ano pois os dois carros estavam com um andamento bem interessante durante a corrida. Sainz largou de 10º, depressa subiu até ao top 5 e mesmo com uma estratégia menos conseguida, que o obrigou a puxar pela sua máquina nas voltas finais, chegou ao quinto posto. O azar de Bottas permitiu ao espanhol fazer o melhor resultado da Renault desde o seu regresso à competição e foi uma injecção de moral para o espanhol que andava algo discreto neste arranque de época. A Renault esteve bem durante o fim de semana mas foram claramente superados pela Force India que esteve forte nas ruas de Baku. Mas o quinto lugar da equipa no campeonato de construtores coloca os francês perto da posição que se esperava deles para esta fase.

 

Carlos Sainz: nota 9

Nico Hulknebberg: sem nota

Renault: nota  8

 

Sauber – Leclerc festejou como se tivesse vencido

O jovem da Sauber é claramente um dos mais promissores mas andava a acumular erros comprometedores. A inexperiência e a vontade de mostrar tudo de uma vez impediam-no de mostrar o seu verdadeiro potencial mas em Baku respirou fundo, deixou cair alguma da pressão e o resultado está à vista. Uma excelente corrida e um espantoso 6º lugar para uma equipa que está a tentar reerguer-se e criar uma base sólida para o futuro. É a segunda vez que a equipa fica nos pontos mas esta exibição de Leclerc será lembrada como uma das primeiras amostras do talento deste jovem que irá dar muito que falar. A sua prestação na qualificação foi também notável e tudo isto num citadino onde os erros se pagam caro. Excelente! Já Ericsson poderia ter ficado nos pontos mas um erro custou-lhe a vaga no top 10. Acabou muito perto do 10º lugar mas já não foi a tempo de tentar marcar mais um ponto para a equipa.

Charles Leclerc: nota 10

Marcus Ericsson: nota 6

Sauber: Nota 9

 

 

 

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