Fórmula 1: Novos carros foram bom passo a favor do espetáculo…

Falou-se muito da possibilidade dos novos carros poderem contribuir para corridas chatas na F1, devido a serem mais largos e também por passar a ser mais difícil rodar perto do carro da frente devido ao incremento da aerodinâmica, mas a verdade é que os novos monolugares de 2017 também têm ajudado aos bons espetáculos que temos assistido esta temporada.

A Fórmula 1 queria mudar de cara e afastar-se da imagem dos carros que vigoraram em pista nos últimos anos – com vias e pneus estreitos – e que basicamente vinham desde 1998, com a elevada asa traseira a emanar um reflexo de pouca agressividade. Os monolugares introduzidos este ano trouxeram isso mesmo – agressividade – parecendo máquinas infernais capazes de ‘rebentar’ de tanta potência que parecem ter – e de facto têm muita, ultrapassando em alguns os casos os 1000 cavalos, o que para um motor de 1600 cc e 105 quilogramas de combustível por corrida representa números impressionantes. Para além do aspeto, os F1 – 2017 teriam também que ser substancialmente mais rápidos que os seus antecessores, o que foi alcançado, tendo quase todos os recordes anteriores sido batidos, o que demonstra o evidente passo em frente que foi dado em termos de performance.

No entanto, este incremento de prestações surgiu à custa de, sobretudo, um maior apoio aerodinâmico – através de asas maiores e extratores mais potentes – o que criou alguns temores quanto à diminuição do número de ultrapassagens. Na verdade, tem-se verificado uma redução no número de ultrapassagens, mas, por outro lado, aquelas a que temos vindo a assistir são mais significativas, uma vez que são de facto momentos de definição, e são verdadeiramente conquistadas, ao contrário das manobras inexpressivas que assistíamos recorrentemente até ao ano passado potenciadas pelo DRS e que deixava o ultrapassado sem qualquer possibilidade de se defender.

Não são perfeitos, mas os carros de 2017 são um bom passo em frente, havendo margem para melhorar a situação das ultrapassagens. Só é pena que a partir do próximo ano passem a carregar o mal-amado halo…