Fórmula 1 LKY SUNZ a equipa do Hip-Hop

Por a 13 Setembro 2023 10:05

O anúncio quanto à decisão sobre os projetos dos candidatos a um lugar no Campeonato do Mundo de Fórmula 1 está para breve e, presentemente, conhecem-se muitos dos planos na Andretti Global, mas muito pouco sobre as suas rivais, entre elas a LKY SUNZ, que partilhou com o AutoSport os seus planos.

Os americanos têm sido muito vocais sobre os seus planos, tendo mesmo usado a visibilidade do seu nome para pressionar a FIA, a FOM e as atuais equipas a aceitarem-na como uma estrutura de pleno direito na categoria máxima do desporto automóvel.

Já os restantes candidatos a um lugar na grelha de partida tem assumido uma postura mais discreta e, dentro destes, a LKY SUNZ é dos que menos ‘barulho’ tem feito, resumindo-se a sua exposição pública a um vídeo que lançou nas redes sociais no seu site em Maio.

Pouco se sabe da candidatura cuja face mais visível é Benjamin Duran, um francês que passou pela SMP Racing e pela BR Racing e que desde há alguns anos se tem vindo a movimentar para ascender ao Campeonato do Mundo de Fórmula 1.

Desde que deu a conhecer os seus planos que Duran centrou a cultura do seu projecto na Ásia, que não sem lembra da Panthera Team Asia, e a LKY SUNZ mantém esse traço – chegar à categoria máxima do desporto automóvel, arrastando consigo um continente consigo. “A nossa primeira temporada na Fórmula 1 será em 2026, mas todos os sistemas estarão operacionais se tivermos luz verde da FIA nos próximos meses. Isto significa que, enquanto construímos uma fábrica ‘state of the art’ no Sudoeste Asiático, o nosso primeiro carro terá de ser construído com a ajuda dos nossos parceiros na Europa. À medida que as nossas instalações no Sudoeste Asiático ficam prontas, começaremos a desactivar as nossas operações na Europa e iremos para onde será a nossa casa – isto dará à LKY SUNZ tempo para treinar talento local e recrutar aqueles que são já capazes de estar num nível muito elevado”, disse-nos Andrew Pyrah, co-fundador da da organização e o actual director comercial.

Para os responsáveis da LKY SUNZ, a Fórmula 1 e a FIA não estão a aproveitar o potencial que o continente mais populoso do mundo oferece – a Ásia, que com os seus 4,7 mil milhões de habitantes, alberga mais pessoas que todos os outros continentes juntos. “Todas as equipas actuais, assim como a Andretti, procuram fazer o que podem para aumentar as audiências e as comunidades no Ocidente, a LKY SUNZ sabe que há um tipo diferente de energia, talento e cultura do outro lado do mundo que merece a sua própria equipa de Fórmula 1”, sublinha o seu nosso interlocutor.

Pyrah aponta que todo o projecto está bem fundamentado, mas o que o distingue dos de mais contendores será a sua influência no maior continente do mundo, e não só, sendo o motor a cultura popular em maior crescimento entre os jovens na actualidade: “A LKY SUNZ irá acelerar o maior continente do mundo e entusiasmá-lo com a Fórmula 1. Estamos muito confiantes de que a FIA reconhecerá os nossos planos em toda a Ásia como um todo, como um aspecto positivo, assim como todos os outros elementos da nossa candidatura, que inclui tudo desde a nossa abordagem técnica, os nossos planos em África juntamente com a Ásia para nos apoiarmos na cultura hip-hop que é, de longe, o maior factor único de influência sobre as gerações mais novas. Estamos a desafiar a normalidade em todas as áreas”.

Mas os responsáveis pelo projecto não pretendem apenas dar uma imagem asiática à equipa, os planos vão muito para além disso, passando por sediar toda a estrutura no continente mais populoso do mundo. “No fundo, a mais excitante equipa de Fórmula 1 será construída no Sudeste Asiático, não há maior empenho que a LKY SUNZ possa fazer para representar a região que esse. Todas as facetas da equipa, desde a engenharia, a mecânica, venda da marca e marketing serão representados por cidadãos locais ou da área loca onde a equipa está sediada ou da região. Alguns virão das nossas próprias academias locais e regionais ao longo do tempo, outros serão já capazes de trabalhar num ambiente de elite que a Fórmula 1 exige”, afirmou-nos Pyrah.

Num continente tão vasto, seria normal que o país onde todo o projecto for sediado seja o principal contribuidor para a estrutura da equipa, mas os seus responsáveis querem garantir que não será esse o caso. “Se, por exemplo, a equipa for baseada na Malásia, então as oportunidades não ficariam reduzidas à Malásia. Temos grandes planos para levar a actividade da equipa ao longo de toda a Ásia, portanto, todos têm a oportunidade de fazer parte da LKY SUNZ”, garantiu o co-fundador do projecto.

Numa categoria que tem o seu epicentro na Europa, mais concretamente em Inglaterra, os responsáveis do projecto sabem que não estão a facilitar a sua vida ao olhar para Ásia como a sua casa, mas ainda assim, não estão dispostos a mudar os seus planos. “Sabemos que ao sediar a LKY SUNZ fora da Europa estamos a tornar as coisas muito difíceis para nós no início. Mas sejamos claros, as questões logísticas não são uma razão para impedir que um continente inteiro faça verdadeiramente parte daquilo que é um Campeonato Mundial. Um dos meus parceiros, o Benjamim Duran, é muito experiente em formar novas equipas de corridas desde o zero e em vencer campeonatos, temos uma abordagem por fases para ficar totalmente operacionais no Sudoeste Asiático”, revelou Pyrah.

Apesar do desejo, os homens da LKY SUNZ percebem que existem limitações de recursos na Ásia, razão pela qual, inicialmente, tudo o que diz respeito directamente aos monolugares ficará no continente onde estao sediadas todas as equipas de Fórmula 1. “Tudo o que não é relacionado com o design do carro, tal como vendas, marca, marketing, produção de conteúdos e talento será imediatamente sediado no Sudoeste Asiático. Mal podemos esperar para trazer o talento insano que existe ao longo de toda a região, existe tanta criatividade e energia que não tenho qualquer dúvida de que a LKY SUNZ será a equipa de Fórmula 1 mais popular”, avançou o co-fundador do projecto.

No entanto, pode haver muitos planos e desejo, mas se não houver apoios e solidez financeira, de pouco valem as ideias, por muito meritórias que possam ser e, na verdade, levar para a Fórmula 1 uma equipa que envergue a bandeira asiática é um projecto que tem os seus méritos.

Pouco se sabe de onde vem o financiamento para a LKY SUNZ, mas Pyrah assegura que o projecto tem apoios fortes e decisivos. “O projecto é maior do que parece neste momento do que as ligações que pode ou não ter no automobilismo asiático”, começou por dizer o responsável, que acrescentou: “a positividade e o apoio que já recebemos de toda a região, de oficiais governamentais reforça a nossa confiança de que, quando todos estão motivados, tudo é possível”.

Muito embora possa ter todos os apoios necessários para ingressar no Campeonato do Mundo de Fórmula 1, é notório que existe uma forte resistência da parte das actuais equipas, correndo rumores de que todas as candidaturas podem ser recusadas.

Pyrah sublinha que o objetivo da LKY SUNZ é garantir um lugar na grelha de partida, mas mesmo que este não seja alcançado, o projecto não termina com um não da Fórmula 1. “É claro que o nosso objectivo imediato é assegurar uma inscrição, mas estamos na afortunada situação de ter parceiros que nos apoiam e veem o plano geral e o seu apoio não terminaria se a nossa candidatura não fosse bem-sucedida. Acreditam na visão da LKY SUNZ, que é alargar o alcance da categoria e criar caminhos para as comunidades não representadas e ambientes do interior das cidades que, normalmente, não acreditam que existam oportunidades.

Todos na administração estão com as melhores intenções, portanto, o nosso plano B é avaliar se existem oportunidades com as actuais equipas. Honestamente, não acreditamos que chegaremos a isso, o nosso plano A é uma proposta de nível mundial para todos os envolvidos na Fórmula 1”, apontou Pyrah, que concluiu: “a nossa candidatura tem como objectivo satisfazer a FIA, a visão maior é garantir que a categoria cria oportunidades para o máximo de pessoas no mundo para as aproximar na Fórmula 1, para serem entretidas pela Fórmula 1 ou para poderem trabalhar na Fórmula 1, seja qual for o seu percurso, nacionalidade ou carreira académica”.

A LKY SUNZ é, portanto, o candidato que pretende levar e potenciar a imagem da categoria máxima do desporto automóvel no maior e mais populoso continente do mundo, resta saber se isso seduzirá a FIA e a FOM para lhe dar um lugar na grelha de partida, mas mesmo que isso não aconteça, será possível que o projecto do hip-hop tenha presença nos Grandes Prémios, através de uma das equipas já existentes… Esperemos para ver…

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