Fórmula 1: 5 Histórias do paddock

Por a 24 Novembro 2023 11:07

Alguns rumores e conversas de bastidores que tem pululado nos paddocks nos últimos dias.

Valorização de mil milhões de dólares

Antes do Grande Prémio de Las Vegas foi anunciado que a Arctos Partner, um fundo de investimento americano, comprara uma parte das ações da companhia que detém a estrutura conhecida como Aston Martin F1 Team. Não foi revelado que posições os americanos compraram na equipa, mas transpirou que terá pagado cem milhões de dólares por dez porcento das ações, o que valoriza a formação de Silverstone em mil milhões.

Este valor abate aos seiscentos milhões que se diz o consórcio liderado por Lawrence Stroll ter gastado na equipa desde que adquiriu a Vijay Mallya, incluindo a fábrica construída em Silverstone, e ainda existe 90% das ações para transacionar.

O futuro da família Stroll na Fórmula 1 é ainda desconhecido, mas apesar das repetidas declarações de que não existe o desejo de vender, os rumores que apontam para que a equipa que agora representa a Aston Martin mude de mãos estão a crescer.

Prejuízo de mil milhões de euros?

A passagem da Fórmula 1 por Las Vegas pode ser considerado um sucesso, mas não deixaram de existir alguns problemas, como foi o caso da válvula de esgoto que danificou o Ferrari de Carlos Sainz e o Alpine de Esteban Ocon.

Este incidente teve como reflexo o atrasar de todo o programa, o que levou a que os espectadores nas bancadas tivessem de ser obrigados abandonar o circuito, apesar de terem bilhetes válidos, por não haver seguranças nos complexos dedicados ao público, uma vez que as leis de trabalho do estado do Nevada impedem que os trabalhadores ultrapassem um certo número de horas em funções.

Isto desagradou as pessoas que tinham comprado ingressos para a sexta-feira, havendo parte delas que tinham adquirido bilhetes apenas para aquele dia.

Sendo os Estados Unidos da América a terra da litigância, rapidamente surgiu uma firma de advogados com objetivo de garantir compensações para os espectadores em causa, uma vez que a Fórmula 1 apenas deu a estes um voucher de duzentos euros para ser gasto em merchandising relacionada com a categoria.

O escritório de advogados Dimouplos procura um ressarcimento de mais de trinta mil dólares por espectador, o que se levarmos em consideração que eram trinta e cinco mil, chegamos à quantia de ligeiramente mais de mil milhões de dólares.

Este é um número gigantesco que em cima dos quinhentos milhões de dólares que a FOM investiu no evento de Las Vegas, que levaria a que este levasse mais de uma década até dar lucro, o que não é de todo aceitável para os homens da Liberty Media.

No entanto, como é típico na América, certamente tudo será resolvido fora dos tribunais através de um acordo entre as duas partes que satisfaça as duas partes.

Amigos, amigos, mas…

Os grandes prejudicados do incidente que se verificou na primeira sessão de treinos-livres do Grande Prémio de Las Vegas foram Carlos Sainz e a Ferrari, uma vez que o espanhol recebeu uma penalização de dez lugares na grelha de partida por ter sido obrigado a montar um componente que ultrapassou a sua alocação da temporada, custando-lhe pontos e à sua equipa, tendo ainda a formação de Maranello um prejuízo de vários milhões de euros.

Os comissários da FIA tentaram de todas as formas encontrar uma forma de não penalizar Sainz, mas qualquer uma delas estava exposta a um protesto de uma rival da ‘Scuderia’. Para evitar esta situação foi tentado, oficiosamente, um acordo entre todas as equipas, mas parece que terá havido uma que não aceitou e o espanhol foi mesmo obrigado a cumprir a penalização.

Segundo os rumores, terá sido a Mercedes a bloquear a unanimidade, equipa que se bate com a Ferrari pelo segundo posto do Campeonato de Construtores, uma posição que, para além do orgulho, vale mais umas boas dezenas de milhões de euros que o terceiro posto.

Curiosamente, pouco depois do incidente da primeira sessão de treinos-livres Frédéric Vasseur e Toto, Wolff, amigos há décadas, estiveram os dois presentes numa conferência de imprensa da FIA, tendo o austríaco mostrado alguma simpatia pela situação do francês.

No entanto, no momento da verdade, Wolff terá mostrado que, no paddock da Fórmula 1, primeiro vem a competição e, depois, a amizade. Se é que realmente foi a Mercedes, embora tudo indique que sim…

A ‘Cidade do Pecado’

A cidade de Las Vegas, também conhecida como a ‘Cidade do Pecado’, está a tentar mudar a sua imagem e o desporto, e a Fórmula 1, é central na estratégia da cidade.

Quando se pensa na grande metrópole do estado do Nevada, rapidamente vem à cabeça jogo, álcool, prostituição, no fundo excessos, mas os seus líderes pretendem alterar essa visão, que de certa forma era o modelo de negócio dos gangsters que dominaram durante muitos anos Las Vegas.

O desporto parece ser a ferramenta para realizar essa mudança e, depois de a NHL, a principal liga de hóquei no gelo do mundo, ter chegado à cidade em 2018 com os Vegas Golden Knights, também o NFL, futebol americano, abraçou Las Vegas em 2020, com os Raiders.

A Super Bowl chega à cidade no dia 11 de fevereiro, três meses depois do Grande Prémio de Las Vegas, que, para já, foi o evento de maior exposição mundial da ainda ‘Sin City’.

O regresso de um velho conhecido?

A GM revelou que estará presente na Fórmula 1 a partir de 2028 com a sua própria unidade de potência, mas poderá não ir a jogo sozinha. Construir um V6 turbohíbrido para a categoria máxima é um exercício complicado, mesmo sem o MGU-H, e o gigante americano da indústria automóvel, neste momento, não tem a tecnologia para os conceber, podendo recorrer à Ilmor Engineering.

Esta empresa é um ‘spin-off’ da companhia original, adquirida pela Mercedes, e nos últimos anos tem vindo a ajudar a Honda a desenvolver os seus motores de Fórmula 1 paralelamente com uma parceria com a Chevrolet, marca também da GM, no programa dos propulsores desta para a IndyCar.

A empresa liderada por Mario Illien tem bases em Inglaterra e nos Estados Unidos da América, o que poderia permitir-lhe dedicar uma das suas bases exclusivamente ao programa de Fórmula 1 da GM, que será batizado com nome da Cadillac.

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