F1, Notas AutoSport: McLaren finalmente no caminho certo

Por a 21 Agosto 2019 12:15

O calvário parece ter chegado ao fim. Apesar de ainda longe do que se espera de uma equipa como a McLaren, a estrutura de Woking deu um grande passo em frente e conseguiu afastar fantasmas do passado.

Depois de quatro época a penar com a parceria com a Honda, mal gerida de ambos os lados, a McLaren resolveu terminar o plano a longo prazo e apostar na Renault, a única fornecedora de motores disponível para a equipa britânica. 2018 era para ser um ano de recuperação e de aproximação às equipas da frente. Mas trouxe uma realidade bem mais sombria… A McLaren não tinha um dos melhores chassis da F1, como disse várias vezes e estava muito longe disso.

Foi preciso uma nova reestruturação. Mas esta bem mais penosa. Pois tratou-se de finalmente admitir erros do passado e que foram sendo empurrados para a Honda. Foi um rude golpe no ego da equipa. Mas Zak Brown liderou a operação, enquanto o pessoal da “casa” tratou de identificar as falhas, isto sem a presença de dois dos três chefes do departamento técnico, que saíram da equipa assim como Eric Boullier. A reestruturação implicou a entrada de outras figuras chave, como James Key e Andreas Seidl que apenas assumiriam o seu papel em 2019, mas que mostravam um pouco do rumo desejado.

Além da reestruturação, a McLaren viu sair Fernando Alonso. Farto de lutar por migalhas, abandonou a F1 deixando, no entanto, a porta aberta. Para a McLaren foi o melhor que podia ter acontecido. A equipa perdeu-se na ânsia de dar um carro vencedor a Alonso a todo o custo. Assim, sem Alonso a equipa podia focar-se em si, e trabalhar de forma mais calma num futuro melhor. Stoffel Vandoorne também saiu, fruto dos seus fracos desempenhos.

Para esta nova época as expectativas eram baixas e a dupla de pilotos, tinha muito potencial, mas apresentava uma juventude pouco comum para a McLaren, mais habituada a misturar jovens talentos com pilotos experientes. Mas a nova fórmula deu resultado. O novo chassis foi mostrando cada vez mais ao longo da época e aos poucos a McLaren tornou-se na quarta força do grid. Uma evolução espantosa por parte de uma equipa que há um ano atrás estava de mãos na cabeça. Tudo melhorou na McLaren… O carro, as paragens nas boxes, as estratégias, a eficiências das evoluções levadas para a pista. A McLaren voltou a aproximar-se do que realmente deve ser.

Carlos Sainz – Da desconfiança à liderança no “Campeonato B”

Carlos Sainz chegou para substituir o seu ídolo (Alonso). Mas chegou depois de uma época abaixo do desejado na Renault e com muitos pontos de interrogação à sua volta. Começou com uma dose valente de azar e três corridas fora dos pontos, no Azerbaijão regressou ao top 10 e desde então só o falhou por mais uma vez. Tem sido regular, rápido e tem dado à equipa exactamente o que ela precisava. É uma primeira metade de época excelente para o espanhol, que finalmente começa a confirmar o que mostrou na Toro Rosso.

Lando Norris – A nova luz da equipa

Lando Norris tem aquela cara de miúdo irreverente que vai pregar daquelas partidas que fará rir toda a gente. É uma lufada de ar fresco para a equipa pela sua postura fora de pista, em especial nas redes sociais, e acima de tudo é um talento a ser desenvolvido. Norris tem tudo para ser um dos grandes do futuro e na sua época de rookie só pode estar satisfeito. Ocupa o décimo lugar da tabela e está a alguma distância de Sainz, mas tem mostrado que o potencial que se viu nas categorias de iniciação é real. Um dos mais entusiasmantes talentos do futuro e um provável digno “sucessor” de Daniel Ricciardo para o prémio “boa onda”.

McLaren – Nota 8: 4º lugar – 82 pontos.

Nesta fase do ano, a McLaren já conseguiu quase tantos pontos quantos os conquistados na soma das duas épocas anteriores. É um sinal claro que algo vai bem. O ambiente na equipa é saudável e leve como há muito não se via, o que muito se deve à dupla de pilotos que se dá às mil maravilhas. A leveza da relação entre Norris e Sainz tem conquistado fãs e tem ajudado a equipa a recuperar do ambiente constante de crispação em que viveu nos últimos anos. A juntar a isso temos um carro com qualidade, uma equipa a trabalhar bem e uma nova estrutura que começa a dar frutos. Zak Brown pode estar orgulhoso do trabalho que fez. A McLaren está agora mais perto do seu lugar. Resta uma questão: se a parceria com a Honda fosse gerida de forma mais inteligente, onde poderia estar a McLaren agora?

Carlos Sainz – Nota 8: 7º lugar – 57 pontos; Melhor resultado – 5º lugar (Alemanha e Hungria)

Talvez esta seja a época de afirmação que Sainz precisava. Na Toro Rosso foi algo esquecido por causa do fenómeno Verstappen. Entendeu que o seu futuro não passava pela Red Bull e cedo procurou outras soluções. A sua entrada na McLaren foi algo surpreendente mas veio em boa hora. O espanhol tem provado o seu valor e já garantiu o lugar para 2020. Excelente primeira metade de época.

Lando Norris – Nota 8: 10º lugar – 24 pontos: Melhor resultado – 6º lugar (Bahrein e Áustria)

Norris não tem tido a mesma regularidade de Sainz, mas não se pode pedir muito mais a um estreante na McLaren. Norris trouxe alegria, irreverência e juventude a uma equipa que era cinzenta. E trouxe isso com uma grande dose de talento. Ainda não está ao nível que pode e deve estar, mas tem estado em bem e não foi engolido pela máquina de triturar estreantes em que a McLaren se tornou. O ambiente também é muito diferente e joga mais a seu favor. Mas temos aqui uma futura estrela da F1 em evolução.

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