Liberty Media sublinha que não há planos para negociar F1 e MotoGP em conjunto

Apesar dos ganhos financeiros substanciais da Liberty Media desde a aquisição dos direitos comerciais da Fórmula 1 em 2017, a empresa norte-americana esclareceu que as negociações para a Fórmula 1 e o MotoGP permanecerão separadas, agora que comprou a maioria dos direitos do mundial de motociclismo. Esta decisão foi confirmada por Greg Maffei, o diretor executivo da Liberty Media, e é justificada pelas complexidades regulamentares e normas de concorrência que enfrenta com este negócio. 

A aquisição hoje confirmada, pode levantar questões sobre as regras da concorrência, especialmente tendo em conta o historial de propriedade tanto na Fórmula 1 como no MotoGP. Anteriormente, a CVC Capital Partners, um fundo de investimento sediado no Luxemburgo, detinha a propriedade de ambas as séries. No entanto, em 2006, as autoridades europeias exigiram que as competições fossem detidas em separado, o que levou à venda do MotoGP. Por isso não haverá qualquer plano para juntar as duas competições, apesar de fazerem agora parte do portfólio da Liberty Media.

Greg Maffei manifestou confiança que o acordo hoje anunciado irá satisfazer as autoridades e cumprir com toda as regras da concorrência, acreditando no potencial de crescimento do MotoGP para além das suas ‘fronteiras’ atuais. 

“A única coisa que não vamos fazer é negociar o MotoGP e a Fórmula 1 em conjunto. Tanto por causa das questões regulamentares como por causa da estrutura do nosso acordo com os nossos parceiros e equipas de F1. Portanto, isso provavelmente não vai acontecer”, sublinhou Maffei numa conferência com investidores, já depois de anunciada a aquisição da Dorna. “Gostaria de pensar que a Liberty tem conhecimentos sobre a forma como o panorama dos ‘media’ está a evoluir e como tornar o produto apelativo para os parceiros fora da base tradicional de Itália, Espanha e França [onde o MotoGP é muito forte], e para ajudar a crescer noutros mercados. Penso que temos algumas ideias sobre isso”.

O responsável da empresa norte-americana também explicou que “oportunidades como esta são difíceis de encontrar e incrivelmente atrativas”, acrescentando que o “o MotoGP adequa-se na perfeição à Liberty Media”.