F1: Hermann Tilke defende-se das críticas

Não é fácil agradar a todos os fãs da F1, especialmente no que diz respeito a pistas novas. São muitas as queixas de que as novas pistas não têm o mesmo carácter que os traçados mais antigos. Hermann Tilke é o homem responsável pela maioria das novas pistas e tem sido alvo de críticas pelos traçados por ele desenhados.

O arquitecto alemão defendeu-se das criticas que vão surgindo com regularidade:

“Nunca temos uma folha limpa para desenhar”, disse Tilke. “Mas existem directrizes: existe a terra da qual não somos proprietários, a história deve ser respeitada, a altitude e também outros elementos, como a filosofia do ‘feng shui’ em Xangai. Existem regras de segurança que evoluíram e Imola ensinou-nos isso com Ayrton Senna. Há também os custos, os investidores querem instalações multiusos. As despesas para um circuito de Fórmula 1 variam de 100 milhões a um bilião, como é o caso de Abu Dhabi, que incorpora um hotel. ”

Tilke acrescentou que Sochi terá sido um dos seus maiores desafios, enquanto Hanói também ofereceu obstáculos a serem superados.

“Sochi foi provavelmente o projecto mais difícil”, acrescentou. “Tivemos que inseri-lo no parque dos Jogos de Inverno de 2014, não foi fácil. Em Hanói, esperamos estar prontos para o próximo ano, o tempo disponível é curto, mas estamos habituados. É um desafio interessante, especialmente para uma configuração que exige que usemos quase 70% das estradas normalmente abertas ao tráfego e as demais completamente novas. Duas retas curtas, uma muito longa por 1,5 quilómetros, algumas curvas muito rápidas que não são comuns nos circuitos da cidade”.

É fácil criticar o trabalho de Tilke tendo em conta que algumas das referências são pistas míticas com muita história. Mas o alemão têm pistas interessantes em seu nome: Istambul, Coreia do Sul, Circuito das Américas, Baku, e mesmo Singapura são pistas que, embora não de forma unânime, são consideradas interessantes e que ajudam a fazer boas corridas. O conceito usado é sempre muito semelhante e apenas Xangai terá saído um pouco do molde habitual de Tilke, o que retira um pouco do encanto das novas pistas. Na busca da melhor F1 têm de estar os melhores circuitos e basta ver que a “ronda europeia” costuma dar as melhores corridas (esquecendo Paul Ricard) e isso deve-se à qualidade dos traçados. É por isso um factor que não pode ser esquecido para as mudanças que se pretendem em 2021.