F1: Alemanha sem pilotos? Já não acontece desde 1981

Por a 17 Maio 2020 11:41

A possível saída de Sebastian Vettel da Fórmula 1 após o ano de 2020 pode deixar o desporto ‘orfão’ de pilotos alemães, algo que não acontece desde 1981. Em 1980, a Fórmula 1 tinha apenas Jochen Mass, e só após um ano, em 1982, é que Mass e Manfred Winkelhock voltaram a colocar a bandeira alemã na Fórmula 1.

Há dez anos (2010), Michael Schumacher regressava à Fórmula 1, e juntava-se a Sebastian Vettel, Nico Hulkenberg, Nico Rosberg, Timo Glock, Adrian Sutil e Nick Heidfeld, representando a Alemanha.

Dez anos depois, a situação é bem diferente. A Alemanha corre o risco de perder o seu único representante na Fórmula 1. Mas, embora seja uma nação de um dos maiores fabricantes do mundo (Mercedes), a Alemanha tem vindo a perder ‘a cultura’ da Fórmula 1. Algo que já aconteceu com a Itália, que entre 2011 e 2019 só teve um italiano em… dois Grandes Prémios (em 2017, Antonio Giovinazzi). Uma enorme travessia de deserto, de um país que, por exemplo em 1990, há precisamente 30 anos, tinha nove, leu bem, nove pilotos na Fórmula 1 e chegou a ter 12 nesse mesmo ano (Patrese, Williams; Modena, Brabham; Alboreto, Arrows; Caffi, Arrows, Capelli, Leyton House, Tarquini, AGS, Nannini, Benetton, Pirro, Dallara; De Cesaris, Dallara, Martini, Minardi, Barilla, Minardi e Larini, Ligier) no Grande Prémio da Hungria.

Em 2020, o Grande Prémio da Alemanha não se vai realizar. Entre 1996 e 2006, a Alemanha teve dois Grandes Prémios. A tradicional etapa em Hockenheim e o Grande Prémio da Europa em Nurburgring. Em 2007, o Grande Prémio passou a ser apenas um, alternando entre estas duas pistas, com pausas nos anos de 2015 e 2017.

Ou seja, a Fórmula 1 tem perdido espaço na comunicação social alemã e os jovens nos kartódromos (aqueles que viram Michael Schumacher vencer sete vezes o campeonato do mundo e acabaram também por chegar à Fórmula 1) diminuíram. E Schumacher parece ter sido o grande motivo. Embora Vettel tenha sido quatro vezes campeão e Nico Rosberg tenha vencido em 2016, o interesse nunca mais foi o mesmo após 2006, data da primeira ‘reforma’ de ‘Schumi’. Desta forma, percebe-se que o ‘povo’ precisa de heróis, e quando eles ‘desaparecem’, também se vai o interesse…

Como uma corrente bem oleada, a paixão alemã pela Fórmula 1 foi diminuindo. Na Grã-Bretanha há Lewis Hamilton, mas nesse país a Fórmula 1 é seguida quer haja ou não britânicos. Na Itália, a Ferrari apaixona qualquer adepto, mas no resto do mundo, o interesse é sempre mais suscitado se há um piloto do mesmo, é o caso da Holanda e Max Verstappen.

Olhamos para a geração ‘pós Vettel’ e pouco se vê. Nas Fórmulas de promoção que acompanham a Fórmula 1 apenas existem três: Mick (F2) e David Schumacher (F3) e Lirim Zendeli (F3). Se Sebastian Vettel deixar a Fórmula 1, serão as coisas diferentes dos anos 80?

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6 Comentários
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RogerM
RogerM
3 anos atrás

O Hulkenberg seria um piloto alemão que teria lugar na Renault. Se tivesse a bagagem de patrocínios do Stroll ou Perez, tinha lugar quase garantido.

Pity
Pity
3 anos atrás

E quantos anos esteve a F1 sem italianos ou franceses? São ciclos.

AMdb11
AMdb11
Reply to  Pity
3 anos atrás

E Brasileiros..

Donadel
Donadel
3 anos atrás

Esse artigo não faz qualquer sentido… Principalmente porque antes de o Schumacher aparecer, a F1 tinha vários pilotos alemães, sem nunca ter ganho qualquer título. Como já mencionaram, são fases e isso depende muito do investimento feito em cada país em suas estruturas de base do desporto. Já aconteceu com a Alemanha, Itália, Brasil, França, etc… Também temos de ter noção que com as bases de formação ser exclusivamente a F3 e F2, muitos pilotos de outros continentes têm ocupado esses lugares, que são cada vez mais exclusivos e dispendiosos.

branquinho_garcia
branquinho_garcia
3 anos atrás

Só faltam retirar Hockrheim do calendário, que circuito chato! Depois que excluíram a parte da floresta cessou o tesão.

garantia4
garantia4
3 anos atrás

de 95 até 06 tiveram sempre enchentes com bilhetes esgotados. E sempre nao em 1 mas em 2 autódromos .Nasceu uma nova geraçao de pilotos que foi bem longe até à F1.
hoje é o q se sabe, apesar do domínio sem precedentes em termos de estatística da mercedes – orgulho alemao- e do seu piloto estrela. Qualquer adepto alemao explicará a razao simples do porquê da diferença.

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