F1: A encruzilhada de Lando Norris e da McLaren

Tanto Lando Norris como a McLaren têm um problema nas mãos a médio prazo: não restam dúvidas a ninguém que a prestação do jovem inglês este ano foi sublime, o que fez aumentou fortemente a sua cotação no mercado, embora continue sem vencer Grandes Prémios.

Mas quem segue este fenómeno que é a F1 sabe que esse ónus recai muito mais na equipa do que no piloto.

A McLaren até hoje ainda não conseguiu colocar um monolugar nas mãos de Lando Norris, que lhe permita vencer corridas.

É verdade que a McLaren foi claramente em 2023 a equipa que mais evoluiu durante o ano, e a segunda metade de época de Lando Norris deixou bem claro que está pronto para vencer Grandes Prémios.

A McLaren é que ainda não, apesar de ter estado na sua melhor forma em muito tempo.

E tudo isto encerra um problema que a médio prazo todos se vão deparar: Lando Norris é, há muito, sondado para mudar de ares, quer seja pela Red Bull, ou pela Ferrari, mas até aqui soube bem que o seu lugar é para já na McLaren, e por isso negou os avanços lhe quem lhe mete à frente propostas de contrato com valores muito acima dos que aufere.

Como se sabe, o jovem inglês percebe que não é o momento de dar o salto, de uma equipa que gosta e trabalha muito e dedica-se a si, o que não aconteceria se fosse para a Red Bull, agora, por exemplo.

Se efetivamente esses avanços da Red Bull existiram, Lando Norris fez muito bem em recusá-los…

Mas até quando?

Sem dúvida que dentro de um ano o ‘mind set’ de Lando Norris pode ser bem diferente do que tem agora. Imagine-se que a McLaren mantém o nível atual, que já atingiu este ano e não passa dali.

Será que Lando Norris não se sentirá tentado a correr no mesmo carro de Max Verstappen?

O piloto da McLaren esteve brilhante em 2023, provavelmente produziu, por vezes acima do que o carro era capaz e sendo verdade que a McLaren lhe está a dar maquinaria para lutar na frente, até quando Lando Norris se contenta com o que tem agora? Lembramos que nunca venceu uma corrida nos seus cinco anos de Fórmula 1.

Andrea Stella, chefe de Equipa de Lando Norris na McLaren sabe que Norris está pronto para exigir mais da sua equipa, está a construir esse direito: “Prefiro aceitar o facto de ainda não termos colocado o Lando em condições de vencer corridas e esse não é um sítio confortável para nós. Podemos lidar com isso, mas não é confortável para o Lando e não é confortável para nós. E o que temos de fazer é trabalhar da melhor forma para o tornar possível. Estamos aqui para ganhar corridas. Não quero um piloto que não tenha essa força de vontade. Se isto o deixa desconfortável e nos deixa desconfortáveis, nós aceitamos. Vai ser uma determinação extra para criar as condições para ganhar corridas”, disse Stella, sabendo bem que só aguenta o piloto no futuro se lhe der condições para vencer corridas e lutar por campeonatos.

Norris está feliz na McLaren, está em casa, juntou-se à equipa em 2017 como piloto júnior, é hoje em dia um dos pilares fundamentais para continuar a impulsionar a equipa.

Mas, se repararmos, cometeu alguns erros. Será que não está a forçar os limites com um carro que não é ainda capaz de lutar pelas poles e pelas vitórias, levando a esse tipo de erros?

A McLaren tem a palavra. Agora, Lando Norris está ainda confortável, mas isso pode mudar daqui a um ano.

Contudo, se a McLaren continuar a crescer e der sinais claros que lhe vai dar um carro capaz de lutar na frente, então é certo que o jovem piloto não vai querer sair. A Red Bull, Mercedes e a Ferrari vão ter lugares disponíveis no fim de 2024, e por isso este ano que agora começa é determinante para a McLaren fazer o que é preciso para manter um piloto que nesta altura está já entre os melhores do plantel.

Tem a palavra a McLaren…