F1: Mercedes tem muito a provar no próximo ano

Por a 27 Dezembro 2023 18:13

A Mercedes tem um enorme desafio para enfrentar em 2024, ultrapassar o Evereste, como disse Toto Wolff, sobre o que a sua equipa tem de recuperar para poder discutir vitórias com a Red Bull e algum dos outros adversários que podem também trabalhar bem durante o inverno e apresentar-se ao melhor nível na próxima temporada. No entanto, a Mercedes, que triunfou na Fórmula 1 desde 2014 a 2021 com títulos mundiais consecutivos, tem que provar que conseguiu recuperar o rumo certo para o seu carro e que consegue, como uma das maiores equipas da grelha, colocar as pessoas certas no sítio certo para colmatar as saídas dos seus elementos. 

Há quem identifique as duas más temporadas da Mercedes com a saída de gente importante da estrutura. É verdade que, nessas duas épocas, a Red Bull trabalhou muito bem e também esteve a um nível alto em termos operacionais. No entanto, a Mercedes escolheu um mau rumo a seguir com o W13 e repetiu o mesmo com o W14. Será que isso tem apenas a ver com as pessoas que saíram da equipa?

É por isso, importante para a estrutura de Brackley comprovar que as temporadas de 2022 e 2023 foram apenas um desvio momentâneo do seu objetivo traçado e não um sinal que a equipa precisa de alterar a fundo a forma como opera e é gerida. 

Repetindo um pouco a mensagem do final da temporada de 2022, Wolff insiste que a sua equipa aprendeu muito este ano e sabe o que tem de fazer para encurtar a diferença para a Red Bull. Mas outra coisa, como ficou provado este ano, é tornar esse desejo realidade. Porque, numa fase muito precoce da temporada deste ano, o mesmo Wolff admitiu que o conceito do carro estava errado, demarcando-se daquilo que tinha dito poucos meses antes.

Para 2024, o responsável máximo da Mercedes diz ser necessário “definir corretamente as expectativas”, porque a diferença é muito grande para a Red Bull. O líder da equipa reforça que “há uma equipa que é tão bem sucedida e nós temos um grande fosso a ultrapassar”, mas ao mesmo tempo, acredita que foram dados “alguns passos proactivos para colmatar essa diferença”. Wolff está “muito entusiasmado” pelo início da temporada, mas é preciso recordar que também a Red Bull vai trabalhar afincadamente para vencer e manter o seu estatuto, e por isso, os “passos” podem não ser suficientes. 

Citado pelo Speedcafe, Toto Wolff identificou a maior lição que a sua equipa aprendeu em 2023. “Durante o ano, apercebemo-nos de que o nosso carro não estava a funcionar de forma tão estável como tínhamos previsto. Talvez isso se deva ao facto de não termos desenvolvido na janela necessária. Era evidente que a interação entre o chassis e os pneus não funcionava na perfeição”.

Conseguirá a Mercedes trazer algo mais para resolver esta e outras questões que o monolugar de 2023 apresentou? A mudança de direção, se bem que nunca é um carro totalmente novo, na versão B do W14 mostrou algumas melhorias e foi capaz de lutar por pódios em algumas pistas. Só que o carro ainda foi muito sensível a alterações das condições e a pistas com características diferentes. Funcionou muito bem em Austin e no México, mas em São Paulo não. 

Os responsáveis da equipa terão que provar em 2024 que se tratou apenas de uma fase má e que conseguem produzir um bom carro, mesmo que ainda não discuta o primeiro lugar em todas as corridas, com os regulamentos atuais, porque se isso não acontecer, podemos ter de esperar por 2026, outro ciclo regulamentar, para que o cenário na Mercedes seja diferente. 

Foto: Rudy Carezzevoli/Getty Images/Red Bull Content Pool

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