F1: 2024, uma das melhores épocas de sempre?

Por a 9 Dezembro 2024 16:30

Quem seguiu a história desta temporada poderá dizer que 2024 foi uma temporada com um vencedor anunciado e que a discussão pelo título de pilotos, o título mais mediático, foi morna. Mas os números contam uma história diferente e 2024 pode ter sido uma das melhores épocas de sempre.

Foi um ano que mostrou o enorme talento e a competitividade que existe na atual grelha, com grandes lutas dentro e fora de pista.

Competitividade sem precedentes

Pela primeira vez, a época viu sete pilotos diferentes alcançarem mais que uma vitória. Esta estatística reflete por si só o nível da competição, quebrando a noção de domínio de um único piloto ou equipa. Para aumentar a imprevisibilidade, nenhum piloto ou equipa ganhou mais de duas corridas consecutivas, algo que não se via desde 2010.

As lutas renhidas estenderam-se à classificação do campeonato, onde três pilotos, de três equipas diferentes, ocuparam as três primeiras posições no Campeonato do Mundo de Pilotos. Estes mesmos três pilotos também alcançaram 13 ou mais pódios cada.

Uma batalha aberta pela supremacia

A batalha pelo título de construtores foi igualmente intensa, com quatro equipas diferentes a conquistarem quatro ou mais vitórias ao longo do ano (cinco equipas conseguiram subir ao pódio). As pole positions também foram amplamente distribuídas, com quatro pilotos a garantirem mais que uma pole e quatro equipas a conseguirem pelo menos quatro poles cada. No total, houve cinco pilotos diferentes que partiram na pole.

Uma secção particularmente impressionante da temporada viu seis corridas consecutivas ganhas por diferentes pilotos. Apesar da competição renhida, apenas um piloto (Max Verstappen) conseguiu vencer corridas consecutivas, sublinhando o quão desafiante foi manter o domínio este ano.

Triunfos icónicos e momentos memoráveis

Esta época não se resumiu apenas a números; foi repleta de momentos emotivos e históricos. Max Verstappen continuou o seu legado, assegurando o seu quarto título consecutivo, demonstrando o seu excecional talento e capacidade de atuar sob pressão.

Para a McLaren, foi uma época de ressurgimento, que culminou com o seu primeiro título de construtores desde 1998. As suas jovens estrelas, Lando Norris e Oscar Piastri, também fizeram manchetes ao conquistarem as suas primeiras vitórias de sempre em Grandes Prémios, marcando uma nova era para a famosa equipa.

Outros momentos de destaque incluíram Lewis Hamilton que quebrou a sua série sem vitórias com uma vitória triunfante em Silverstone, o seu Grande Prémio caseiro, para êxtase dos fãs britânicos. Charles Leclerc venceu finalmente a famosa maldição do Mónaco, conquistando a vitória na sua corrida caseira após anos de desgosto nas ruas de Monte Carlo. Esta época também assistiu a um nível notável de trabalho de equipa, com quatro equipas a conseguirem garantir dobradinhas.

Domínio dividido

Com recordes batidos, rivalidades reacendidas e estreias históricas alcançadas, esta época de Fórmula 1 foi uma montra do desporto no seu melhor. A combinação de campeões experientes e estrelas em ascensão manteve a corrida do campeonato aberta e os fãs cativados até à bandeira axadrezada final.

Se olharmos para a temporada, podemos distinguir quatro fases: A primeira, com a Red Bull a dominar as primeiras seis corridas. A partir daí, a McLaren iniciou o seu percurso ascendente, com a Mercedes a mostrar grande forma no fim da primeira metade do ano. A segunda metade começou com a McLaren ainda por cima e terminou com a Ferrari a ganhar ascendente.

Um campeão merecido

Apesar desta competitividade, Max Verstappen foi o campeão de 2024 e por larga margem. Porque foi sempre regular, conseguiu aproveitar os pontos fortes do monolugar da Red Bull quando dominavam e soube minimizar os estragos quando enfrentaram dificuldades e a competitividade caiu. Verstappen voltou a fazer uma época brilhante e os dados acima apresentados comprovam a força do talento do neerlandês. Sozinho, pegou na Red Bull e levou-a até onde pôde, sendo campeão pela quarta vez, sem a ajuda do seu colega de equipa.

Foto: Philippe Nanchino /MPSA

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